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terça-feira, 20 de julho de 2010

Lixo, Educação e eleições

O que leva uma pessoa a menos de 50 cm de uma lixeira instalada na calçada a amassar um folheto de anúncio publicitário e jogar ao chão? No pé do coletor? Confesso que não sei responder. Embora tenha tentado achar uma explicação por todas as vertentes possíveis e imagináveis, confesso que o me vem à mente, sempre, a falta de educação. Daquela Educação, que começa em casa e continua nas escolas, por longos anos a fio. Quando se tem uma boa Escola.
Não há outra justificativa aceitável para tamanho desinteresse público e ambiental. E se alguém souber de outra razão, por favor, me socorra. Não pela primeira ou segunda, mas pelas inúmeras vezes em que flagrei, em espaço correspondente a pouco mais de cem metros, na área central, um cidadão ou uma cidadã - se é que podemos chamá-los dessa forma - recebendo um papelzinho do homem que compra ouro, da clínica dentária a preços que não nos doem nos bolsos ou da liquidação da loja mais próxima, pegar o anúncio, olhar, passar pela lixeira, amassar o papel e jogá-lo ao chão. Um assunto, inclusive, tratado aqui mesmo neste espaço recentemente (O lixo nosso de cada dia - 22/06/2010) sob outra abordagem, mas igualmente elucidativa e ao mesmo tempo preocupante. Isso sem contar das outras tantas vezes, que tentei mostrar ao ‘porcalhão’ sua ação nefasta à estética da cidade e ao meio ambiente e ouvir palavrões ou respostas mal-educadas.
É fato. Está ao nosso alcance. É preciso de uma mudança de mentalidade urgente. É um tema recorrente, porém temos que estar sempre e sempre relembrando tais histórias, que muitas vezes nos fazem passar por chatos, mas é uma triste realidade. E fácil de entender, quando presenciamos uma criança agindo da mesma forma, levada pela mão do pai ou da mãe. É o próprio berço influindo negativamente na conduta e formação do futuro cidadão. Então é de fato uma questão de educação.
Ainda ontem, com a divulgação da nota do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) por município, Limeira não teve uma escola sequer entre as 50 primeiras da lista. Mas é citada, para desespero dos que projetam na Educação um dos pilares da cidadania, entre os três das piores notas, juntamente com São Pedro e Santa Maria da Serra. Não sei se estou sendo rigoroso demais, mas não dá para não ligar um fato ao outro. Um é fruto do outro. Mesmo porque, quem joga o papel ao chão também escolhe os dirigentes políticos de sua cidade, Estado e País. O papel agora é outro. E urna eleitoral não pode ser confundida com cesto de lixo!

Antonio Claudio Bontorim

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