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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Linha, agulha e... dedal

Limeira se vê, novamente, tomada por pré-candidatos de todos os lados. Para quase todos os gostos e ideologias. Da extrema direita ao centro. Ainda não vislumbrei nenhuma oportunidade na esquerda, uma vez que sua inoperância no contexto político local é proporcional a ineficiência de seus líderes. Se é que há algum por aqui, nas terras de Tatuhiby. Apesar de usar tais terminologias, centro, direita e esquerda são hoje para mim apenas uma direção a ser seguida ou então o limite de localização de algo. Ou alguém. No campo dos ideários elas não existem mais. Perderam o significado. A identidade ideológica.
Lembra bem aquelas colchas de retalho, nas quais vão se juntando tecidos de diferentes texturas e cores e acomodando seus pedaços que, ao final, e numa bem alinhavada trama executada pelas hábeis mãos de anônimas artesãs e artesãos, transformam-se em vistosas e exclusivas peças de decoração. Exclusivas porque os pedaços de tecidos não se repetem, nem nas cores e formatos, que ganham sempre novos contornos.
Se essas colchas eram bem trabalhadas e sempre tinham uma forma final definida, a trama política não permite que se amarrem ideias e ideais a ponto de se buscar um objetivo comum e, nesse propósito, incluir o bem-estar social como compromisso único daqueles que tentam tecer suas próprias peças. Essas sim sem nenhum alinhavo ou costura resistente, que possam se dizer fortes e aguentar as intempéries de uma disputa no espaço público chamado eleições. Os primeiros retalhos da colcha já se apresentam podres e, frágeis, rasgam-se facilmente. Não têm a resistência do bom tecido e, por isso, esgarçam ao primeiro teste de força.
E são dessas forças fragmentadas que saem os políticos. Os candidatos. Boa parte deles exímios blefadores sem nenhum ás na manga. Outros, com um pouco mais de sorte, alcançam o novelo para costurar, onde for possível, remendando a colcha para que possa ter boa aparência. É, entretanto e infelizmente, na aparência, no bom-mocismo e em currículos cuidadosamente elaborados por marqueteiros de plantão, que eles se sustentam. Por isso são frágeis. Não apresentam consistência necessária, a não ser a imagem que procuram vender, nos horários nobres das rádios e TVs. Mais tarde o eleitor, ludibriado, percebe que aquele produto que se mostrou vendável, torna-se comprável. Com dinheiro nas meias, cuecas e malas-pretas. E, descaradamente, zombam de tudo e de todos.
Por enquanto, apenas desfilam perante nós os pré-candidatos. Os naturais, com espaço e legenda garantidos; os que gostariam de ser, mas nunca o são; os que pensam que são e os que fazem parte do blefe eleitoral, para lá na frente ganhar algum dividendo. Tanto político como financeiro. A partir de abril teremos uma colcha a ser costurada. E muitos retalhos. E, em outubro, agulha e a linha estarão em nossas mãos - e um dedal bem forte - para o arremate final.

Antonio Claudio Bontorim

1 comentários:

Salvem O Meio Ambiente!!! disse...

E por falar em candidatos, quero ressaltar aqui minha indignação pela atitude de nosso digníssimo governador do estado e candidato à presidência da república, que descaradamente descumpriu hoje uma ordem judicial onde a apeoesp (sindicato dos professores do estado de São Paulo), conseguiu junto ao poder judiciário a garantia que os professores habilitados escolhessem aulas primeiro que os não habilitados, independente da pontuação da prova.Ora, nada mais justo, afinal você prefere ser atendido por um médico formado, experiente que tenha realizado vários procedimentos em sua área, ou por um aluno de último ano de medicina? Mesmo que ambos tenham feito uma avaliação escrita e o aluno tenha ido melhor que o médico formado? Acho que a resposta é bem simples...todos iriam querer ser atendidos por médicos formados, pois estes sim estão aptos a resolver aquela situação, pois já passaram por td aquilo que um estudante ainda há de passar, e haja visto, que uma prova escrita, nem sempre ressalta o todo da condição profissional de um indivíduo,há vários fatores que influênciam.Será que nossos estudantes não merecem receber o "atendimento' do profissional habilitado para tal?!
O mais curioso é que o nosso querido governador e candidato a presidente da república, se acha onipotente e se vê no direito de contrariar uma liminar judicial, ainda mais sabendo que essa atitude contraria a LDB (Leis de Diretrizes e Bases da Educação). É lamentável que estes fatos não sejam divulgados e debatidos com veemência, a população precisa saber que há um "candidato à presidência", querendo destruir a educação, tirando dos estudantes o direito de ter aulas com profissionais habilitados e aptos a fazer este trabalho, e tirando desses profissionais o direito de ter um trabalho, para qual se dedicou, empenhou e especializou-se toda uma vida.
É hora da população saber quem é esse "cara" que quer esconder sua verdadeira cara, que veste máscaras pregando inverdades sobre a educação de São Paulo, todas as mudanças por ele "impostas",pois nada foi debatido com os profissionais da educação só vieram piorar a qualidade do ensino,para isso basta verem os índices baixos do SARESP, ou melhor conversem com nossos estudantes e tente perguntar o que aprenderam no decorrer de 2009, tenha certeza que 90% não irá lembrar de nada.
Chega de tucanos no poder!!!Eles querem destruir a única coisa que pode proporcionar ao ser humano o crescimento profissional,intelectual,cultural e uma chance real de mobilidade social que é a EDUCAÇÂO!