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terça-feira, 20 de outubro de 2009

Reinventando a GM

A manchete desta Gazeta do domingo (“Toledo Barros: banheiro é motel público em pleno dia”) deve valer como alerta aos homens que comandam a segurança pública municipal, pois nem só de aparência e inusitadas operações policiais vive a Guarda Municipal, corporação que é tida como exemplo e símbolo, no País, para as demais guardas civis, hoje sob a responsabilidade de cada município. Está mais que na hora de repensar sobre seu papel inicial.
Faz tempo - e infelizmente essa situação se repete e tem sido mostrada até com certa frequência na mídia - que se comenta sobre a desvirtuação das funções da GM, que de zeladora do patrimônio público municipal passou a coadjuvante de uma segurança pública, que é função precípua do Estado, através das polícias Civil e Militar. E em alguns casos até mesmo de agente direto dessa segurança, em megaoperações de combate ao crime organizado, como narcotráfico e bingos clandestinos, até ações antissequestro e de enfrentamento mesmo.
Nada a recriminar e muito a incentivar e elogiar por essa atuação preventiva, não fosse o esquecimento daquela primeira função de que tratei acima, da criação de qualquer guarda civil. Mesmo porque é sempre bom lembrar que, hoje, infelizmente, o próprio Estado não cumpre com suas obrigações, mantendo polícias mal preparadas e equipadas, além de desestimuladas por baixos soldos, que têm seus quadros seduzidos pela corrupção, através do dinheiro fácil de várias “máfias”.
Voltemos, então, à questão dos locais e prédios públicos, em que não se veem nem a sombra de um GM a lhes dar proteção. E aí sobra a utilização indevida, como é o caso do banheiro público da Toledo Barros, e de edificações pichadas, no mais alto grau de vandalismo, como é o caso do Museu e Biblioteca municipais, que se transformaram em exemplo claro - e muito sujo - dessa ausência de segurança, que deveria estar, definitivamente, sob responsabilidade da GM. Ou pelo menos de parte dela, para que a outra, mais preparada, equipada, treinada e circulando em vistosas viaturas, envergando armas modernas - até mesmo as controversas não letais - e em fardas de combate, possa dar continuidade ao seu eficaz trabalho de apoio à segurança pública, na batalha contra a violência crescente no município.
É preciso, com urgência, que a corporação retome seu trabalho de proteção a prédios e logradouros públicos, para evitar justamente casos denunciados pelos meios de comunicação, como o retratado na manchete do domingo deste jornal. E coibir situações como as do Museu e Biblioteca, um verdadeiro cartão postal às avessas de Limeira. Só para citar os dois exemplos. Se isso não acontecer, corre-se o risco de cair naquele velho ditado popular, que trata justamente das aparências: “por fora, bela viola; por dentro, pão bolorento”. Ninguém pretende reinventar a roda, apenas mostrar que para funcionar ela precisa sempre girar sobre seu próprio eixo!

Antonio Claudio Bontorim

5 comentários:

Betojet disse...

Infelizmente as Polícias Militar e Civil, com o passar dos anos se tiveram sua eficiência total prejudicada em sua função, sendo por omissão dos Estados, salários baixos, condições de trabalho, leis não condizentes com a realidade que desmotivam o policial a trabalhar e uma infinidade de fatores. As Guardas Municipais, com o passar do tempo, vêm preenchendo essa lacuna há anos, basta ver os noticiários policiais qual dos órgãos estão mais envolvidos nas ocorrências.
Ao contrário do que entendi do ponto de vista do autor, não seria o caso de colocar as Guardas Municipais em seu âmbito de atuação previsto na Constituição, mas sim regulamentá-las como mais um Órgão de Segurança Pública sim, pois essas corporações têm complementado com mérito as lacunas deixadas pelo Estado na área de Segurança Pública.

Antônio disse...

E os Laranjinhas?

Devido à minha ignorância, a cada dia crescente, não sei com certeza quais as funções dos Laranjinhas. A princípio, creio que a principal função é emitir multas para aumentar a arrecadação da Prefeitura. Uma outra função, que também é importante, é enrolar o dia, para que passe mais rápido. Porém, tendo em vista que para alcançar este objetivo é preciso ter muita paciência e determinação, acho que os Laranjinhas preferem ficar escrevendo e, como não têm um diário, ficam preenchendo os folhetos de multa. Todo dia enfrento o congestionamento da rotatória do Wallmart, no sentido Hípica - Jardim Florença. Foi assim que me ocorreu a idéia: Por que não colocar os Laranjinhas, nos horários de pico, para desafogar o trânsito em nossas rotatórias? Será que está fora de suas funções? Ou, por que não colocá-los para ensinar aos nossos motoristas que dá para colocar dois carros, lado a lado, descendo pela Rua Santa Cruz, etc., até que os amadores da Secretaria de Transportes descubram que é melhor impedir o estacionamento de um dos lados dessas ruas centrais?
Seria muito benvindo também o auxílio que os Laranjinhas poderiam prestar aos velhinhos para a travessia das ruas. Realmente não sei se essas tarefas fazem parte das funções do posto de Agente de Trânsito, mas seria muito bom se fizessem.

Antônio Aguiar - Limeira
agranews@terra.com.br

Gazeta de Limeira disse...

Sim, há essa possibilidade. Regulamentar as guardas civis como mais um aparado de segurança seria interessante. Daria mais autonomia aos seus agentes e estariam agindo dentro de um contexto mais profissional. Porém não podemos nos esquecer que alguém deve proteger, também, o patrimônimo público, contra as ações já plenamente demonstradas na mídia. Como eu disse no artigo, uma parte vai para a proteção dos próprios municipais e a outra, mais treinada e equipada, para o combate à criminalidade. Dá um bom debate e favorece o surgimento de novas idéias.

Antonio Claudio Bontorim

Gazeta de Limeira disse...

Caro Antonio Aguiar, se não me falha a memória, uma das funções dos agentes é também disciplinar o trânsito, através de medidas como as sugeridas por você. Sinceramente, neste caso, nem eu consigo entender por que deixam de fazer esse tipo de trabalho, uma vez que há muita coisa a ser feita nesse sentido. Principalmente na questão da rotatória do Wall Mart, por exemplo. E também na área central, onde há dificuldade de vagas e muito desrespeito. De motoristas, motociclistas e até pedestres. Enfim, situações que poderiam ser simplicadas, mas que são complicadas demais para o Poder Público. Ou melhor, o Poder Público as torna complicadas. Outro tema que dá, também, um bom debate. Vamos em frente com ele!

Antonio Claudio Bontorim

Gazeta de Limeira disse...

Caro Antonio Aguiar, se não me falha a memória, uma das funções dos agentes é também disciplinar o trânsito, através de medidas como as sugeridas por você. Sinceramente, neste caso, nem eu consigo entender por que deixam de fazer esse tipo de trabalho, uma vez que há muita coisa a ser feita nesse sentido. Principalmente na questão da rotatória do Wall Mart, por exemplo. E também na área central, onde há dificuldade de vagas e muito desrespeito. De motoristas, motociclistas e até pedestres. Enfim, situações que poderiam ser simplicadas, mas que são complicadas demais para o Poder Público. Ou melhor, o Poder Público as torna complicadas. Outro tema que dá, também, um bom debate. Vamos em frente com ele!

Antonio Claudio Bontorim