Pages

terça-feira, 1 de abril de 2014

Pouco melado também lambuza

O primeiro trimestre do ano já foi. O segundo começa hoje, primeiro de abril, e não há nada de mentira que se possa espalhar, nem de verdade para contestar. Apenas fatos, que mostram o quão difícil é a realidade, quando se deixa a esperança de lado. Expectativas que poderiam ser fundamentais à felicidade humana, mas que são constantemente frustradas pela classe política, que não se preocupa com o bem-estar daqueles que representam e, por vezes, jogam sua reputação por terra, quando mudam de lado. Está escrito na história. É exemplo vivo da falta de sintonia entre o poder, o se comprometer e, finalmente, o fazer.
Depositar confiança em determinada pessoa ou grupo é tal qual uma mola propulsora, a impelir a vontade coletiva às transformações que se fazem necessárias. É a complexa relação social, que dá ânimo e disposição para não esmorecer, diante das dificuldades e dos obstáculos naturais – ou não – quando há idealismo. E, principalmente, a prática diária em torno de um objetivo comum, a busca constante pela realização de sonhos, cujo beneficiário é o próprio cidadão, que não se cansa de acreditar e investir na lealdade, na sinceridade e na competência de outrem. Nesse caso aqueles que batem à sua porta com promessas celestiais, para depois se revelar mensageiros do caos, ao perceber que precisam mudar o discurso e a prática para sua própria sobrevivência no sistema.
Com raras exceções e casos isolados de lideranças fortes e dignas de assim serem chamadas, o que se nota, e se comprova a cada dia, é que grande parte dos políticos, ao assumir seus cargos, esquece-se da serenidade e se arremessa à soberba. E com tamanho engajamento nesse novo status, que a humildade dá lugar à arrogância. E se perde num discurso de campanha, quando o primeiro objetivo deveria ser o compromisso assumido com aqueles que nele depositaram sua fé mais autêntica. Vale lembrar, aos que assim agem, que a desconstrução de uma imagem é muito mais rápida que o tempo gasto com sua construção. E uma vez arranhada, dificilmente se faz cicatrizar e vai sangrando até se transformar em ferida crônica. Em alguns casos, pode levar à morte.
O poder, quando mal gerenciado pelo despreparo pessoal, é danoso. Principalmente para quem o exerce. Ele pode levar à tirania ou ao descrédito. A segunda opção é sempre a mais lógica. E é a primeira impressão, causada por essa incapacidade em se conduzir por suas próprias ideias, e pelas práticas distorcidas do conchavo, que vai marcar definitivamente seus simpatizantes. Os exemplos estão aí, às pencas e por todos os níveis do poder político. Basta olhar atentamente a essa prática, que se tenta impor como verdade, e a mentira que caracteriza o discurso. É fácil de distinguir. E subjuga a inteligência de cada um de nós. Tem muita gente se lambuzando nesse melado.

0 comentários: