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terça-feira, 15 de abril de 2014

Quando o debate esfria, a sociedade perde

Como cidadão – e jornalista – acompanho diariamente as discussões políticas travadas nos bastidores do poder e suas adjacências, que vêm à luz através da mídia e, agora, reforçadas pelas redes sociais, que são ferramentas interessantes à democratização da informação. Uma verdadeira guerra midiática, na qual a principal munição é a palavra, que quando bem utilizada proporciona o verdadeiro e imprescindível debate ao aperfeiçoamento das instituições. Mas quando essa palavra se torna agressão verbal, perde toda sua característica e o diálogo vira uma troca de insultos interminável, que só faz bem àqueles que não têm interesse no coletivo. Nada acrescentam, porém, ao princípio da transformação política, social, cultural e econômica da coletividade.
É empolgante acompanhar essa nova tendência de mídia, enquanto os argumentos expressam a inteligência entre seus interlocutores. E eleva o nível na busca por um entendimento que deveria ser, sempre, o ponto final de todos os discursos. Tanto da situação quanto da oposição, cada uma defendendo suas ideias. E não apenas interesses eleitorais, como se vê cotidianamente nas três esferas de poder. Federal, estadual ou municipal. É preciso ter muito conhecimento da realidade de cada uma delas para poder entender o porquê do que é bom para Pedro não o é para Paulo, muito menos para João. E José às vezes nem entende. É nesse ponto que se perde a ligação com a efetiva correção de rota, desvirtuada por conversas de baixo nível. Pelo ser contra, por que se é contra sem saber o motivo. Ou quando o ódio toma o lugar da esperança.
Ao trazer esse cenário para Limeira, percebe-se uma nítida e gradual perda de objetivos por parte da oposição, por que a crítica deixou de ser crítica e as propostas que deveriam fazer parte desse contexto em nenhum momento foram apresentadas. E quando não se tem propostas, o clima de beligerância se impõe sobre qualquer possibilidade de entendimento. E isso enfraquece o diálogo, que se transforma em monólogo, até agora muito bem aproveitado pela situação - soberana em número - e toda a base governista. De nada adianta falar que a saúde, a educação e a qualidade vida da população limeirense vão mal, se não se apresentam alternativas que possam melhorá-las. Afinal, o barco é o mesmo em que navegam todos os partidos e seus representantes e, se ele afundar, todos se molham. Alguns podem até se afogar, por não saberem nadar.
Se a oposição política em Limeira está perdendo o foco, o grupo situacionista vai alimentando seu projeto de poder, que é frágil, e também perigoso e de consequências imprevisíveis. A vantagem numérica é enorme. A qualitativa nem tanto. Mas falta adversário para se aproveitar dessas prerrogativas. E não tem nada a ver com números. Esbarra, também, na falta habilidade e qualidade de suas lideranças. Enquanto isso, a ação se perde em colóquios improdutivos. E quem perde somos todos nós. 

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