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terça-feira, 29 de abril de 2014

Muitos nomes na pauta; chances remotas

E Limeira pode, novamente, ficar sem representantes na Assembleia Legislativa ou Câmara Federal. Mais uma vez o interesse partidário e a vaidade pessoal podem deixar o Município ainda mais isolado, amargando outros quatro anos sem deputados. Estadual e federal. Situação que já perdura há mais de 20 anos. Basta ler com atenção – e principalmente as entrelinhas – o levantamento feito pela jornalista Érica Samara da Silva, em matéria que foi manchete da edição do último domingo desta Gazeta, sobre os nomes e o número de pretendentes, mesmo antes das convenções partidárias e oficialização de quaisquer candidaturas. O calendário eleitoral já está valendo, assim como os prazos legais, com as primeiras etapas sendo cumpridas, mas ainda é muito cedo para definições e início das campanhas, que terão forte concorrência, interna e externa.
O que assusta, de verdade mesmo, não são nem tanto os nomes, uns mais conhecidos e outros buscando seu espaço num possível cenário favorável, mas sim o número exposto nesse primeiro levantamento: 19 pretendentes. Todos, de uma forma ou de outra, têm ligação política e filiação partidária, porém, estão longe – e muito – de quaisquer condições de entrar no jogo para valer. Como titular. E todos sabem, de antemão, que quanto mais candidatos, menores as chances, principalmente pelo sistema partidário de voto proporcional, baseado no coeficiente eleitoral, uma complexa equação matemática, que por si só reprova muitos daqueles que tentam resolver essa operação. Não pretendo entrar no mérito pessoal de cada nome, apenas refletir sobre suas possibilidades, como indica o professor de ciências políticas da Unicamp, Valeriano Mendes Ferreira da Costa, que também falou à jornalista. E que vai ao encontro daquilo que escrevi acima. Quanto mais candidatos, menores as chances de eleger um representante local.
E pelo perfil ideológico e partidário de cada nome, dá para prever que não haverá recuos ou tentativas de focar apenas naqueles com reais possibilidades de serem eleitos. E nessa disputa de egos engrandecidos pela soberba, poucos, ou quase ninguém, abrem mão de suas pretensões em prol de uma causa comum: a necessidade de a cidade ter um deputado – estadual e federal – de fato e de direito, e eleito com votos de eleitores locais.
Em ano eleitoral, tudo é permitido. As especulações são diárias e nomes são jogados aleatoriamente à opinião pública, com a aquiescência de interessados, que muitas vezes bancam uma espécie de teste de popularidade ao se ver citados por analistas e jornalistas que cobrem a política. Nem sempre a citação de um potencial candidato o efetiva na disputa, mas pode aguçar sua expectativa e levá-lo a acreditar na possibilidade de ter uma chance, mesmo que remota, de se eleger.
Acredito que este é apenas o início de um processo que precisa – e deve – ser depurado para que Limeira não fique mais uma vez nas mãos de paraquedistas, que só lembram do Município de quatro em quatro anos. Para isso, é preciso que o interesse público fale mais alto do que a aspiração pessoal de cada um. Será isso possível mesmo? 

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