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domingo, 3 de março de 2013

Talvez com atraso; digitalização é irreversível

Não dá mais para esperar o mundo se tornar um oceano de papéis, que ocupam espaço e com o tempo se deterioram e se perdem e à própria história. É preciso, de uma vez por todas, deixar a aversão às novas tecnologias de lado, porque a hora já chegou. E é agora. Independentemente da minha, da sua  e da nossa vontade. Aqueles que se mostrarem hesitantes perante as mudanças perderão seu lugar. Esse é apenas o início do processo de digitalização das ações cíveis, que tramitam na Justiça limeirense e, de agora em diante, deixarão de ser físicas, para ganhar espaço na era virtual. E, em vez de pilhas e pilhas de documentos, se resumirão a um arquivo de computador, com acesso fácil e rápido das partes interessadas, muitas vezes sem a necessidade de deslocamento e consultas nos cartórios por onde transitam. O anúncio da modernização do sistema de informática no Fórum de Limeira, divulgado na sexta-feira em manchete desta Gazeta, sinaliza uma clara irreversibilidade de todo esse processo, que aos poucos chegam aos municípios. E deve significar mais agilidade, desde a petição do advogado à decisão do juiz.

Tempo de ajustes
Essa nova Era, que vai tomando conta do próprio desenvolvimento humano, revela um avanço, que chega até com certo atraso nas relações entre todas as partes envolvidas em ações judiciais: vítimas, réus, advogados e membros do Judiciário. Quem leu a matéria da jornalista Renata Reis pode entender como funcionará o sistema e seus benefícios, que gradativamente deve chegar às outras comarcas.

Prováveis reações
Como qualquer novidade nem sempre tem receptividade imediata de todas as partes, haverá reações contrárias e até mesmo tentativas de desacreditar o novo sistema, que tenho a impressão, implicará menos burocracia e, com isso, menos tempo de trâmite processual. Isso talvez assuste um pouco os advogados acostumados a prazos dilatados, que muitas vezes usam a favor de seus clientes.

Desconforto total
Divergências acontecerão e até mesmo quem mais se beneficiará desses avanços imporá certa resistência em aceitá-los. Tirar alguém da zona de conforto para uma mudança brusca de rotina significa tirar-lhe a própria roupa. E ninguém gosta de ser desnudado em público. A rapidez nas transformações causadas por essas novas tecnologias, é como se estivéssemos reinventando a roda diariamente. E a cada dia com uma novidade, capaz de torná-la mais ágil ainda do que girar em seu próprio eixo. É preciso que todos reflitam sobre isso. Mesmo porque o movimento é contínuo e chegou a um ponto que não tem mais volta.

Ideias e... ideais
Estava esperando a poeira baixar para tecer alguns comentários sobre a vinda da jornalista cubana Yaoni Sánchez ao Brasil. A "blogueira", que se notabilizou pelo enfrentamento ao poder dos irmãos Castro, teve duas recepções diferentes. A de uma pop-star e a de uma traidora. A primeira ficou por conta de setores da direita, que desconhecem o trabalho de Sánchez como jornalista. E a segunda, e mais degradante possível, da esquerda ainda emburrecida, que a tratou como traidora de uma causa (que já foi um ideal para todo jovem, que viveu entre os anos 1960 e 1970), mas hoje precisa se atualizar para tentar sobreviver.

Coragem e luta
Nem pop-star, nem traidora. Apenas uma jornalista, que luta para poder escrever o que pensa e defender as suas ideias, como todos nós fazemos. Quem não concorda com a luta de Yaoni, que apenas discorde e respeite suas opiniões, afinal faz parte do ideal pelo qual ela luta: a liberdade de expressão, que todos sabemos - e sem levar em conta a propaganda capitalista americana - não existe na ilha de Fidel e de Raúl. Os ícones, que já foram por sua coragem e determinação em derrubar o ditador Fulgêncio Baptista, não existem mais e hoje se tornaram também ditadores. E defender essa liberdade, vale para toda espécie de ditadura. Tanto da esquerda quanto da direita. Vale lembrar que o autoritarismo não tem bandeira ideológica, a não ser a sua própria sobrevivência.

Uma profissional
Além de "blogueira", como ficou mais conhecida internacionalmente por seu trabalho, Yaoni Sánchez é correspondente do diário espanhol El País, em Havana. E quem quiser conhecê-la e as suas ideias, pode segui-la pelo Twitter, no endereço @yaonisanchez  ou acessar seu blog http://www.desdecuba.com/generaciony/

Respeito mútuo
Não importa de que lado estamos. Nem nossas cores ideológicas. A vida nos ensina que, mesmo discordando da opinião de quem quer que seja, temos que respeitá-la. Assim como exigimos que respeitem a nossa. Quem não age por esses princípios, certamente não está preparado para viver uma verdadeira democracia.

Falta esperteza
E se Cuba resiste em seu socialismo sessentão e consegue incomodar o próprio capitalismo americano, são os EUA quem lhes garante esse status, insistindo na imposição e continuidade das barreiras econômicas à Ilha. A partir do momento em que o embargo à Cuba for retirado, o regime político capitaneado pelos irmãos Castro e conduzido, sim, exclusivamente por Fidel, estará com seus dias contados. Ruirá pela sua própria fragilidade.

Pergunta rápida
Como Yaoni seria recebida no Brasil se fosse uma blogueira de esquerda, denunciando uma ditadura de direita?

Nota curtíssima
UFC em 2014: No octógono Lula e Dilma contra FHC e Aécio Neves. Como mediador Eduardo Campos. Narração de José Serra.

A frase da semana
"Podem estar bebendo demais ou fumando maconha". Do cardeal americano Timothy Dolan, sobre aqueles que o tratam como favorito a assumir o novo papado. Em entrevista à CNN, na quinta-feira, 28.

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