Pages

domingo, 10 de março de 2013

Tempos difícieis nas teses ultrapassadas da fé

Não se pode confundir crença, fé, religião, sei lá como podemos chamar esse conjunto de normas que nos leva a algum Deus, com as nossas atitudes em relação ao mundo de hoje. A não ser em países de fundamentalismo exacerbado, quando Igreja e Estado se fundem num só corpo, a doutrina religiosa, qualquer que seja ela, não pode - e não deve - interferir nos destinos da sociedade civil. Tem o direito, sim, de emitir suas opiniões, exercer a liberdade para propagar seus ensinamentos e arrebanhar fiéis através de seus discursos, porém, não pode arrogar para si o destino e a consciência das pessoas. E se quiser sobreviver no futuro, terá que assumir os anseios populares e aceitar os avanços da ciência e todos os seus benefícios, assim como combater a ignorância, que muitas vezes é um instrumento de dominação sobre seus próprios seguidores. E isso é mais assustador ainda, quando se percebe que pastores, padres e ministros laicos usam de sua influência em defesa de teses, que não se sustentam mais neste Terceiro Milênio. Ou que nos leve de volta às relações inquisitoriais, de triste passado e muitas histórias conhecidas. 

A volta ao passado
Usar o manto da fé para acobertar atos hediondas, como a pedofilia, a homofobia, o racismo e tantos outros crimes de ódio, é o mesmo que assinar e dar um cheque em branco nas mãos de um ladrão. E elevar ao exercício do poder e tomada de decisões, os useiros dessas práticas, é um retorno lá ao Século XII, quando teve início a inquisição. Guardadas as devidas proporções, um grande risco.

Uma nova ordem
Sob escândalos, a Igreja Católica está prestes a eleger um novo papa; enquanto em nome de Allah ainda se comentem as maiores atrocidades contra a vida humana. E no Brasil, um pastor evangélico, que também é deputado, foi eleito para presidir a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, tendo em seu currículo denúncias de homofobia, racismo e estelionato. Que Deus nos ajude.

Está complicando
O mês de março teve seu início marcado pelo incidente e morte de um adolescente, supostamente por um GCM, na região do Odécio Degan, após ocupação pelo poder público, que levou uma força-tarefa composta por diversos níveis de segurança ao local, na tentativa de empurrar a marginalidade para fora do bairro, devolvendo a tranquilidade à população. É preciso, de fato, uma ação no sentido de derrubar o poder paralelo do tráfico, que dá ordens à população civil, para que possam manter seu status de dominação. As ações tiveram um certo grau de trapalhadas, mas as reações posteriores mostram que o caminho está na direção certa.

Tema indigesto
A questão da morte do adolescente, o local, as circunstâncias e finalmente, a apresentação de uma conclusão pela Polícia Civil, que caminham na direção do GCM indiciado tomou, praticamente, tempo e espaço diário na mídia e também nas redes sociais e ainda serão tema para outras reportagens. O caso ainda vai repercutir muito e se tem ligação ou não com a ação oficial no bairro em questão, está inconcluso. É preciso que ninguém chame para si a condição de justiceiro, mas que se faça cumprir simplesmente a Justiça.

E deve continuar
Não fossem algumas pirotecnias de marketing, coisa ultrapassada e que já não se usa mais, talvez os resultados pudessem ter sido melhores. E agora iniciadas, essas ações não podem ser interrompidas e precisam chegar a outros bairros em situação de risco também.

Ferroadas à vista
O secretário da Administração, Tércio Garcia, não sabe em que fria está se metendo ao não dar atenção às reivindicações e acordos prévios à categoria dos servidores municipais. Ele vai sentir o que é colocar as mãos dentro de uma caixa de marimbondos. Como não é da cidade, ele desconhece os protocolos de intenção que o próprio candidato de seu partido em Limeira - hoje prefeito - assinou durante a campanha eleitoral. Ou então está recebendo instruções nesse sentido. Uma lua de mel que pode rapidamente se transformar em divórcio.

Pergunta rápida
A quem interessa a "desestabilização" da ordem pública e social?

A boa surpresa
Recebi, no início desta semana, minha primeira conta de energia com a redução tarifária. Confesso que fiquei surpreso com o novo valor, que foi signficativo dentro da proposta do governo federal de cortes em taxas, tarifas e impostos. E que venham mais reduções, pois sabemos que é possível um corte até maior, que com certeza vai reverter em crescimento econômico para o País. Que está precisando.

E efeitos à parte
Será uma grande bandeira política para 2014. Principalmente porque governos estaduais como os de São Paulo, Minas e Paraná, que são comandados pelo PSDB, não participaram desse processo. Negaram-se a aderir com suas estatais do setor, justamente com medo do uso político futuro. Foi, mais uma vez, um tiro no pé. Agora, além da propaganda favorável ao governo federal, haverá uma outra, desfavorável, àqueles que não aderiram à ideia. Alguém duvida disso? 

Nota curtíssima
Não há pedido de desculpas no mundo, que desfaça um mal feito.

Arrogância até...
...na hora da morte. Depois de ser aventada a possibilidade de Hugo Chávez ser enterrado no Panteão Nacional no centro de Caracas, onde está sepultado Simón Bolívar, o vice-presidente Nicolás Maduro anunciou que ele será embalsamado e ficará em urna de cristal à visitação pública, no Museu da Revolução, ainda a ser construído. Ele segue o destino de líderes como Mao Tsé-Tung, Lênin e Ho Chi Minh. Se a moda pega vai faltar cristal para embalar os egos de muita gente...   

Frase da semana
"'Vá chafurdar no lixo". Do ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF, ao se dirigir ao jornalista Felipe Recondo, do jornal "O Estado de S. Paulo". Terça-feira, 5, na Folha - Poder.

0 comentários: