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terça-feira, 19 de março de 2013

Antecipar 2014. A quem interessa?

Na semana passada mais um indício de que 2014 foi definitivamente antecipado. A reunião do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) com empresários, tecendo críticas à gestão Dilma Rousseff (PT) entram, definitivamente, no clima pré-eleitoral. Embora a impressão seja de que o dirigente nacional do PSB esteja apenas esboçando uma chantagem política ao seu tradicional parceiro (pois ainda faz parte da base aliada do governo federal) para ganhar mais espaço e ministérios, Campos é uma força a ser respeitada. Mostrou isso nas eleições municipais do ano passado, mesmo que seu cacife nacional ainda seja uma incógnita para entrar numa disputa, que vai alinhar outros caciques partidários no embate ao adversário a ser vencido. No caso o PT, de Dilma e Lula.
Nesse rol de candidatos entra também o senador Aécio Neves, ex-governador de Minas Gerais, que deve ser mesmo o escolhido do PSDB - partido que vem polarizando as últimas eleições com o próprio PT - à disputa presidencial no ano que vem, porém, com indícios de enfraquecimento, pela derrota de José Serra para Fernando Haddad à prefeitura paulistana, que pode significar, também, o fim da hegemonia tucana no Estado de São Paulo. Basta uma gestão técnica de Haddad (sem se esquecer da política) e que agrade aos paulistanos, para aumentar o temor dessa perda, que pode ser irreparável aos peessedebistas e o fim de uma liderança de mais de 16 anos. Aécio e o governador pernambucano são muito conhecidos em seus estados de origem, fica a dúvida dessa amplitude na esfera federal.
Outro que não pode ser descartado e ainda sonha diariamente com a principal cadeira do Palácio do Planalto, é o próprio José Serra, apesar de suas consecutivas derrotas e a antipatia que angariou nas últimas eleições que disputou, pelo rumo com que dirigiu suas próprias campanhas. Se será pelo próprio PSDB, situação quase improvável, ou por outro partido, é um nome de destaque nesse cenário. Tanto que a primeira pesquisa eleitoral à Presidência da República, a ser tabulada, segundo alguns analistas, traria o nome de Serra. Os mesmos analistas que indicam sua saída do PSDB com destino a outro partido, para essa disputa. E o PPS, de Roberto Freire, poderia ser o novo ninho do ainda tucano. São, porém, especulações que podem sim, se transformar em fato consumado.
Candidatíssima à reeleição, a presidente Dilma Rousseff tem a seu favor a máquina administrativa e seus índices de popularidade altíssimos e um cabo eleitoral afiado e pronto para a briga, que é o ex-presidente Lula. Quem antecipou a campanha, entretanto, é o que menos importa. Aécio Neves diz que foi Dilma, que rebate acusando o mineiro no mesmo tom. Pelo menos agora o PSDB faz a opção correta em não deixar o debate para a última hora, como vinha fazendo. E o PT e Dilma sabem, também, que essa antecipação lhes é favorável, no sentido de conhecer seus adversários. E torce por essa pulverização, tendo Eduardo Campos, Aécio Neves e José Serra nas urnas eletrônicas. Seria quase uma reeleição garantida. Ainda é cedo para prever. O quadro político, porém, está pintado com essas cores.

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