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terça-feira, 29 de maio de 2012

Chega de dar pérolas aos porcos

Apesar dos vetos pontuais da presidente Dilma Rousseff (PT) ao novo Código Florestal (uma verdadeira excrescência patrocinada pelos ruralistas na Câmara Federal), que amenizam a devastação de áreas verdes, nascentes e cursos d'água e acaba com a anistia aos desmatadores, que costumam se autoproclamar produtores de alimentos, está longe de terminar essa guerra, aberta por lobistas e deputados ligados ao segmento rural, que diga-se, não é unânime quanto à questão ambiental. O que querem, na verdade, produtores disfarçados de parlamentares e vice-versa, nada mais é do que um salvo-conduto, uma carta em branco, para que possam, em nome desse falso argumento, aumentar lucros, relegando a segundo plano as gerações futuras, nas quais se incluem seus próprios filhos e descendentes.
Os argumentos técnicos, à danosa e monstruosa peça aprovada na Câmara Federal, que distorceu o projeto inicial - que também deixa muito a desejar em termos do verdadeiro preservacionismo e do desenvolvimento sustentável - aprovado no Senado, desmentem os sorridentes deputados, que se deliciaram com o que fizeram, achando-se no direito à arrogância extrema, traduzida na condução de Ronaldo Caiado (DEM-GO), conhecido por suas posturas antidemocráticas (contrariando a própria tradução de sua sigla partidária) e visão reacionária da política. Não são eles, os sustentáculos da produção alimentícia, que vão suprir as necessidades do País e do mundo. Não está nas mãos desses latifundiários travestidos de salvadores da humanidade essa responsabilidade. São as médias e pequenas produções, juntas, que garantem esse honroso título, pois traduzem igual ou maior área, que a dos latifúndios, esses sim prejudiciais ao desenvolvimento, uma vez que a maioria deles é sinônimo de improdutividade. Apenas de culto à terra como propriedade privada.
E as médias e pequenas propriedades, que já cumprem com sua obrigação, não serão afetadas pelo novo Código Florestal, conforme pretende a bancada rural. Os grandes pecuraristas e produtores rurais, sim, pois não medem as consequências da destruição que protagonizam e da devastação que causam, apenas em nome do enriquecimento. Uma ganância extremada, que não leva em consideração as consequências futuras de seus atos. E se não veio o veto total, como a sociedade pediu, pelo menos há uma esperança de que ninguém fique impune da destruição já causada até agora, como estavam sonhando Caiado e séquito. Anistiar esses modernos senhores feudais é o mesmo que acreditar na honestidade de sonegadores de impostos ou fraudadores da Previdência Social. Isso seria - como é e sempre será - inaceitável.
A insensatez dos ruralistas deve chegar ao extremo, com recursos so Supremo Tribunal Federal, conforme já informou o próprio Ronaldo Caiado. A sociedade organizada, entretanto, precisa pressionar, para que os vetos - apesar de poucos - não sejam derrubados. É preciso garantir um legado de vida futura aos nossos filhos.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Quadro político recebe as primeiras pinceladas

Uma nova - porém conhecida - paisagem começa a ser pintada na política limeirense. Apesar de certa abstração em relação a algumas figuras e composições de cores, o ano eleitoral que agora se esboça tem um fundo definido e que mudou os rumos da história política local. Pela primeira vez não haverá máquina administrativa a favor desse ou daquele candidado. Em tese - ou na teroria - não haverá candidato mais ou menos turbinado, a não ser pelas próprias forças e aglutinação que consiga amealhar em torno de propostas e projetos. Os escândalos que vêm abalando o Município desde 24 de novembro do ano passado e que culminou com a cassação de Silvio Félix da Silva (PDT), que poderia e faria, sim, a diferença, trouxeram de volta ao cenário a discussão sobre a ética e a transparência com a cosia pública. Isso sim deve nortear, daqui para frente, as intenções daqueles que quiserem ao menos um pouco de sucesso nesse processo todo. Na semana passada, alguns tons definitivos começaram a ser pintados nessa tela, com a união entre alguns desses "artistas", que estarão à prova em outubro.

Grupo peso-pesado
Apesar de a oficialização começar em junho, quando terão início as convenções partidárias, na quinta-feira dois anúncios começaram a delinear e dar corpo a esse desenho político. PSB, de Hadich; PT, de Lima e Ronei e PMDB, de Raul e Botion, formaram o primeiro bloco, com a chapa majoritária definida: o vereador Paulo Hadich encabeça a chapa, com Lima, do INSS, que vai ocupar o cargo de vice.

E Renê vai à igreja
Outro prefeiturável, que também na quinta-feira - coincidência ou não - anunciou os primeiros aliados, foi Renê Soares, do PR, que trouxe o PRB, do pastor Nilton Santos e do deputado Otoniel de Lima - leia-se Igreja Universal - para compor a chapa por ele encabeçada. Sem, no entanto, anunciar nomes e o possível vice da coligação. São os primeiros traços, mas que mostram uma eleição disputada.

Sinal amarelo ligado
Enquanto isso, outros quatro aspirantes à chefia do Executivo limeirense seguem em silêncio e carreira solo. Eliseu Daniel, do DEM; o tucano Pedrinho Kühl; Lusenrique Quintal, do PSD e o petebista Kléber Leite, ainda se mantêm à margem de anúncios ou composições possíveis. E com as anunciadas, parece que não vai sobrar muito para dividir entre os três. A não ser que façam uma aliança inesperada. Estranha, sim. Impossível, isso ninguém sabe. Ainda não cabe desespero.

Sem pai e nem mãe
No prejuízo, mesmo, ficaram os aliados de Félix, que apesar de contar com um partido forte, o PDT, estão órfãos de liderança. Difícil vai ser achar aliados ou quem os queiram como alidados. Estão a ver transatlânticos. O próprio Eliseu Daniel, hoje o líder nas pesquisas conforme mostrou esta Gazeta, corre riscos reais de ver seu nome ligado a Félix. Se terá fôlego para enfrentar o tiroteio, é outra história. Se terá lastro para se manter à frente na corrida eleitoral, é cedo para falar.

Pergunta rápida
Quais as chances de os órfãos de Félix para enfrentar as urnas em outubro?

Vai dar o que falar
A política será a tônica, daqui para frente, das discussões, debates, conversas em cafés e botequins. E também de todos nós, colunistas. Não tem como não ser.

Pega na mentira
O tucano José Serra parece não desisitr de suas mentiras, que ele trata como verdades. As mais recentes são a favela cenográfica e a bolinha de papel da campanha presidencial de 2010. Depois a negativa de conhecer Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, diretor do Dersa e arrecadador do PSDB, agora ele nega ter nomeado Hussain Aref Saab, pivô de um dos maiores escândalos da administração pública paulista. Tanto municipal como estadual.

$$$alariãããoooo
Para quem não sabe, Saab está no olho do furacão da gestão do prefeito Gilberto Kassab, por ter adquirido 106 imóveis nos últimos sete anos, depois que foi nomeado diretor do Departamento Técnico da Secretaria da Habitação (responsável pela aprovação - licenças - de empreendimentos imobiliários no município de São Paulo). Coincidência: desde que foi nomeado por Serra, conforme portaria publicada no Diário Oficial da Cidade de São Paulo no dia 7 de janeiro de 2005. Tudo muito bem explicadinho, em extensa reportagem na revista IstoÉ da semana passada.

...Está quebrado
O PMDB ostenta, hoje, o título de maior partido do País, que conseguiu pela sua extensa cultura fisiológica. Está no centro do poder federal desde José Sarney, passando por Collor e Tancredo, FHC, Lula e agora Dilma. Para onde o vento sopra, está a vela da embarcação peemedebista direcionada. O pior de tudo é que sobrevive de trairagem em trairagem. Representatividade que é bom, mesmo, no tamanho, porque na política, até o vice-presidente Michel Temer está em baixa, tentando manter seu tentáculos com traição sobre traição ao governo petista, namara e no Senado. Acredito que Dilma Rousseff sabia disso. Conhecia o produto estragado que estava comprando. Quem sabe ela não consegue enquadrar essa turminha.

Frase da semana
"Viajo 15 anos para a Europa com a mesma documentação. Ali estavam detidos negros, mexicanos e brasileiros". Do artista plástico brasileiro de renome internacional, Menlaw Sete, que ficou detido no Aeroporto de Barajas, em Madrid, Espanha, e depois foi mandado de volta para o Brasil. No UOL - Notícias Internacionais. Sexta-feira, dia 25.
Começando cedo
Alguns e-mails começam a pipocar nas redações, ameaçando o sono de alguns candidatos. E prometem novidades para breve, com foco nas ligações perigosas de cada um. O nível da campanha política deste ano pode baixar aos subterrâneos. Vai faltar rede de esgoto para coletar tanto excremento. Socorro....

E o poder voltou
O secretário da Administração, João Batista Bozzi, uma das heranças do governo do prefeito cassado Silvio Félix (PDT) e um dos cotados à exoneração, foi do inferno ao céu no atual governo Zovico. Perdeu poder, nomeações... mas agora está com a força toda novamente. Um mistério. Para completar: Bozzi é avesso a falar com a imprensa. Escolhe sempre um interlocutor para isso. Mesmo que o assunto seja de sua pasta.

O sonho continua
Por falar em Félix, ele não desiste. E continua com a ideia fixa de voltar ao cargo. Agora contratou outra renomada banca de advogacia para questionar o desembargador Osvaldo Magalhães, que não o reconduziu ao cargo, alegando que o processo foi legítimo, de vontade soberana do povo e que traria prejuízos irreparáveis ao município. O prefeito cassado só não consegue entender é que o povo não o quer mais na Prefeitura. Isso, por si só, deveria bastar.

Rábula do poder
Por falar em banca de renome nacional, ver Márcio Thomaz Bastos ao lado de Carlinhos Cachoeira na CPI é impagável. Bastos costuma beliscar, nesses casos, alguns reais extras. Algo em torno de R$ 15 milhões, em média, que é o que o ex-ministro da Justiça costuma cobrar de seus clientes abastados. Mesmo que abestados, como Cachoeira. O seu guarda-roupa ainda é o mesmo de quando aparecia ao lado de Lula.

Os sustos diários
Quase 700 kg de carne jogados no aterro sanitário. Lote da merenda, que seria servida em Limeira. Tem muito gato nessa tuba, que precisa ser expelido rapidamente. Para que todos saibam como vinha - e vem - sendo aplicado o dinheiro público em Limeira. Tudo poderia ter sido resolvido lá atrás, se a obediência não tivesse cegado alguns vereadores do município...

A última de hoje
E a hora para esquecer o forte cheiro de pizza de tempos atrás é agora. O cavalo - quem diria - está passando novamente. Que desta vez todos saiam montados, sem medo de seu galope.

terça-feira, 22 de maio de 2012

É preciso assumir a responsabilidade

Entre o fato e a notícia há, às vezes, uma discrepância na condução da informação, que pode levar a interpretações nem sempre reais. E ser conduzida conforme o interesse institucional. Ou de pseudogrupos formadores de opinião, cuja principal característica é arrestar para si todos os sinônimos da verdade. Ou simplesmente usar desse artifício para se manter dentro dos padrões exigidos pela sociedade. E, ao ostentar essa condição, esquecem-se de princípios que regem a convivência humana, entre eles o respeito à opinião. Seja favorável ou contrária aos seus interesses. 
Nem sempre buscam, esses setores, estejam dentro de instituições privadas ou públicas, uma condução ética nas discussões. Atropelam o debate isento e o bom senso e, calcados no desrespeito e na maioria das vezes num ressentimento que beira ao ódio, criam referências próprias, apropriando-se indevidamente daquilo que não lhes pertence. Roubo, puro e simples. Seja de bens materiais ou mesmo de ideias, é crime. E o pior de tudo é que nivelam, num mesmo patamar, bons e maus. Não sabem diferenciar (e às vezes criam um paredão instransponível de arrogância) o concreto do simples achismo. Teorizam a prática com a essência do oportunismo, que significa simplesmente tirar proveito ou acomodar-se a circunstâncias, em detrimento aos princípios ou normas estabelecidas.
No trato com a comunicação, traduzida por informação jornalística, isso é bastante comum. Representa o que há de mais indecente na prática do lidar com a opinião pública para justamente conduzir um disvirtuamento no processo comunicacional e ainda se julgarem acima de tudo e de todos, inatingíveis e escudados, sempre, no direito à liberdade de expressão do pensamento, hoje o mais sagrado de todos os princípios constitucionais e garantiais individuais. É evidente que faz parte desse processo e é preciso ser respeitado, desde que exista uma contrapartida, o respeito do outro lado. Às vezes inexistente.
Aliados ao crescimento da comunicação virtual e transmissão on-line da informação, via a chamada blogosfera, e elevação das redes sociais ao patamar de verdadeiros centros de mídia de massa, a irresponsabilidade ganhou espaço. Não intencional, mas por puro desconhecimento das regras que movem esse intrincado plano da comunicação social. Não vejo o controle social da mídia como forma de conter abusos, em todos seus aspectos. Como também não encaro esse tipo de proposta como censura. Mesmo porque não há, até o momento, uma definição exata do que seja esse controle social da mídia, apregoado por algumas cabeças do governo federal. Não há necessidade para tanto. Apenas tenho o pressentimento de que é preciso mudanças rápidas, a fim de evitar um descontrole nesse processo. Uma mudança que entendo como pessoal. De cada um de nós, que exercemos o jornalismo como profissão.

Socorro. Preciso de um eletricista e outros...

...profissionais para pequenos serviços de reforma. Quem não deparou com essa procura, quando o assunto são os pequenos serviços residenciais, como da rede elétrica, hidráulica e de pedreiros mesmo? E como está difícil achar no mercado esse tipo de profissional, que seja pontual, faça um bom trabalho e nos inspire confiança. O que não consigo entender é se há falta de gente capacitada, com vontade de trabalhar, ou simplesmente esses profissionais estão relegando justamente os pedidos por serem pequenos e, talvez no entender deles, de baixa lucratividade. E acabam buscando apenas grandes empreitadas, que lhes pareçam mais lucrativas. Vou apostar nessa segunda hipótese, que me parece a mais verdadeira. Porém, é preciso lembrar que vários pequenos serviços podem render tanto quanto apenas um de maior proporção. E que um cliente satisfeito é o melhor meio para conquistar novos clientes. Hoje, para conseguir um eletricista, por exemplo, é preciso várias tentativas, para um atender. Pedreiros e encanadores, então, só por indicação. E com dia e hora marcados. Isso quando não esquecem.

Difícil encontrar
Às vezes é preciso mudar um pouco o foco da discussão, deixando algumas reflexões de lado, para trazer à tona uma realidade bastante visível, que atinge muita gente, porém, é pouco comentada. A questão da prestação de serviços, o setor da economia que mais cresce hoje no País, diga-se, é bastante clara. E às vezes causa transtornos àqueles que precisam contratar algumas categorias de profissionais.

Por que há falta
É bom lembrar que é de grão em grão que a galinha enche o papo. De uma só vez, o milho pode afogar. Quem soube contar tostão por tostão, fez um milhão. E quem quis levar um  milhão de uma só vez, acabou não conseguindo carregar. Ou será que somos nós, consumidores, também, que não estamos sabendo valorizar esse tipo de trabalho? De fato, fico na dúvida. Que essa falta é sentida, é bastante real.

Rever posturas
Então, fiquemos assim, para que o setor de serviços, como disse anteriormente, dos que mais cresce na economia nacional, continue nessa escalada. E que profissionais que atuam nessa área, tão diversa, entendam que precisam dedicar atenções, tanto para o grande como para o médio e pequeno clientes.

E falta respeito
Ainda tenho dificuldades paral entender a falta de respeito entre profissionais de uma mesma área. Como alguns não sabem conviver com o sucesso de outros e, antes de procurar seguir o exemplo vitorioso, chafurdam no baixo nível do desmerecimento, que leva ao ressentimento, facilmente detectado nas mais corriqueiras afirmações. Mesmo maquiadas, disfarçadas até, algumas atitudes revelam o propósito desse desrespeito. Para crescer é preciso deixar a criancice de lado   

Virou bunker
Desde as primeiras denúncias, envolvendo a merenda terceirizada em Limeira, não se esperava - ou era esperado? - chegar tão longe. O esquema, que já foi uma caixa-preta, tornou-se uma caixa de Pandora e, agora, transformou-se num verdadeiro bunker, de tanto segredo que esconde. De autuação em autuação, pelas mais diversas irregularidades, desde o não recolhimento do FGTS das merendeiras até comida vencida, estragada e de péssima qualidade, que era fornecida às crianças da rede pública de ensino, os argumentos morais já estão embasados para que a Prefeitura coloque um ponto final nesse esquema.

Silêncio mortal
E de tudo o que já foi dito e se falou, e se mostrou, o que mais causa náuseas nem é tanto a comida apresentada, mas sim o silêncio do ex-secretário Antonio Montesano Neto, que geriu tudo isso sem fazer nada. Ou foi engando, ou então ele é mais um adepto do "eu não sabia de nada", frase tão conhecida neste país.

Teoria e prática
As concessionárias do serviço público de transporte coletivo urbano vêm anunciando, através de anúncios pagos em jornais e matérias jornalísticas patrocinadas pela Secretaria Municipal dos Transportes, muitas melhorias. As reclamações dos usuários, entretanto, continuam. Nesse caso, teoria e prática têm que caminhar juntas. A história de que "na prática a teoria é outra" não pode, nesse caso, ser a expressão de uma verdade.

Pergunta rápida
A Prefeitura levou em consideração os impactos ambientais para escavar o Cemitério Saudades, próximo aos túmulos, para alargamento do passeio público?

Paradoxo moral
Como explicar uma situação tão conflitante quanto esta, que vou expor agora? Não sei. O mesmo Supremo Tribunal Federal (STF), que dá aval e garante a constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa, protege um ficha suja, isentando-o de depor em CPI. Pelo menos adiando seu depoimento. Contradição tenebrosa. E muito perigosa...

Chegando a hora
Mais um pouco e começaremos a respirar os ares quentes do ano eleitoral, que pelo menos por aqui deu uma esfriada como todo o processo de cassação do prefeito Silvio Félix (PDT). Sem dúvida será um ano diferente, em muitos aspectos. A mobilização popular está fazendo a diferença na condução do processo político. Em especial para os que pretendem se lançar ao crivo do voto. Todos estão com um olho no gato e outro no toucinho. Sem trocadilhos, tá. 

Frase da semana
"A comissão não abriga ressentimento, ódio nem perdão. Ela só é o contrário do esquecimento". Da presidente Dilma Rousseff (PT), que chorou ao falar às famílias de desaparecidos políticos, entre 1964 e 1985, ao instalar a Comissão da Verdade. Na quarta-feira, 16. No UOL Notícias - Política.
As boas novas...
...do Messias. E o homem-bomba - José Josué dos Santos, o Messias - falou. Pela primeira vez e com exclusividade a esta Gazeta, à jornalista Renata Reis, com fotos de Mário Roberto. Ele não disse tudo o que todos nós - e a população - queríamos ouvir. Mas o suficiente para tirar o sono de alguns e aumentar a venda de fraldão nas farmácias locais. O "Sei o que não deveria saber" e sua disposição em falar à CPI, que leva seu apelido, são anúncios reveladores.  Esperemos então...

Onde há holofote
Alguns vereadores, com sonhos e vôos mais altos irão, com certeza, fazer das duas CPIs na Câmara um festival de luminosidade. Vão aproveitar até vaga-lume para se transformar em holofote. Que ninguém duvide disso. E que todos prestem atenção nesses vereadores. Em especial àqueles que compõem as CPIs.

500 watts a mais
É provável, que alguns tentem brilhar mais que os próprios holofotes que se acenderão durante as investigações. Façam suas apostas.

Justificar o quê?
Quando se corta o mal pela raiz, a erva daninha não cresce. Tivesse isso acontecido lá atrás, quando o TCE já apontava irregularidades no contrato com a SP Alimentação e os vereadores tivessem de fato investigado a fundo na primeira CPI da merenda, nossas crianças não estariam comendo comida vencida. Discursos e justificativas hoje não convencem mais ninguém. Apenas aqueles que tentam se justificar. São responsáveis, sim, pela situação ter chegado aonde está agora.

Santo e inocente
Limeira está abençoada. Hoje só tem santo na cidade. Todos com auréolas brilhantes e perfis lustrosos. A Santa Sé precisa baixar por aqui e começar a canonizar todos eles. Puros, inocentes, limpos de todos os pecados terrenos. Nós é que somos os pecadores, por duvidar de tanta pureza e divindade juntas. Amém.

E que assim seja
A presidente Dilma Rousseff (PT) deu posse ontem aos sete membros da Comissão da Verdade, que vai investigar os abusos da ditadura militar de 1964 a 1985, entre outros períodos da história política brasileira. O que se espera é a verdade, apenas a verdade e nada mais que a verdade. Não importa em quem vai doer.

A última de hoje
Hoje esta Gazeta completa 81 anos. São quatro vezes e meia sua maioridade legal, ou seja, os 18 anos, que é um anagrama de 81. Um parabéns a vocês, que fazem parte da equipe deste veículo de comunicação. São o esteio do sucesso dessa empreitada, que começou em 17 de maio de 1931. História inigualável.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Ser honesto não é obrigação legal

Às vezes fico pensando, se um país que precisa de uma legislação específica para nortear o caráter do cidadão, em especial daquele que pleteia cargo eletivo ou é escolhido para compor primeiro, segundo ou terceiro escalão - e seja lá quantos forem - na administração pública, merece o devido respeito e reconhecimento. Fico imaginando que ao enaltecermos leis como a da Ficha Limpa, considerando-a produto essencial para uma limpeza ética na política e sublimando esse tipo de proposta, é porque o fundo do poço está próximo. Tão próximo, que nada mais temos a oferecer de concreto ao povo que compõe essa nação, a não ser o fundo desse poço.
Ser honesto não é obrigação legal. É condição moral imprescindível a qualquer um de nós, independentemente da posição social, econômica ou profissional, que ocupemos ou venhamos a ocupar. E escrever esse artigo, conjugando os verbos na primeira pessoa do plural, é uma forma também de me incluir nessa listagem, reafirmando o propósito de que está na hora de um amadurecimento da sociedade brasileira, no sentido de voltar a se indignar e dar um basta a essa farra institucionalizada, que se tornou justamente a política, fundamentada principalmente na corrupção. São virtudes inerentes ao ser humano, como decência, integridade, idoneidade e a própria honestidade (uma completando e reforçando a outra), que deixaram de compor a personalidade de muita gente. É preciso sair do comodismo e do senso comum, de que aqueles que tomam o caminho da política como missão, por si só já estão em desalinho com tudo isso. Se estão, então não podem continuar. E não continuarão se assim o desejarmos. Se assim o apearmos de seus propósitos de improbidade e dilapidação do patrimônio público em benefício do pessoal.
Resolvi tratar desse tema, áspero e de difícil digestão, após tomar conhecimento de que a presidente Dilma Rousseff (PT) enviou para análise da Advocacia Geral da União (AGU), decreto, que institui os mesmos critérios da Lei da Ficha Limpa para preencher cargos de confiança no governo federal. E que a Assembleia Legislativa paulista aprovou projeto no mesmo sentido. E que, na Câmara Municipal de Limeira tramita - já de data mais longa - um projeto de iniciativa popular, em moldes parecidos. Das duas uma. Ou estamos dando aval à bandalheira, pura e simplesmente, ou então assinando atestado de que não há mais um ser humano honesto (aquele mesmo procurado por Diógenes, com uma lanterna) apto a assumir compromissos públicos. Sejam eles administrativos ou políticos.
E a constatação mais triste, a meu ver, e a mais acertada: nós é que não estamos sabendo escolher nossos representantes. E não estamos aprendendo nem com nossos próprios erros. Os mecanimos agora propostos, que dividem os cidadãos em fichas sujas ou limpas, mesmo com o princípio moral de acertar no seu efeito, causa-nos uma sensação de impotência e uma clara impressão de que o homem só deve ser honesto por lei. Por decreto. Sua condição natural não importa mais. 

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Atraso político atrapalha canteiro público de obras

A manchete desta Gazeta da última sexta-feira, 11, sobre atraso nas obras públicas em Limeira, embora não tenha sido novidade, é algo que merece ser analisado pelo lado político. Muito menos pelos acontecimentos que bombardearam o Município a partir de 24 de novembro de 2011 e culminaram com a cassação de Silivio Félix da Silva (PDT) três meses depois, mas sim pelo ano eleitoral, este 2012, que está em curso. Antes que os escândalos financeiros implodissem a sua trajetória política, Félix provavelmente previa um ano cheio de inaugurações, obras acima do nível do solo, que lhe garantissem visibilidade política, a qual pretendia transferir ao seu escolhido, para disputar nas urnas a continuidade de sua administração. Os 31% de atrasos apontados  pela jornalista Renata Reis, acredito, estariam sendo preparados para ser um porcentual zerado, quanto mais se aproximasse o pleito, em outubro. Evidente que ele teria que respeitar prazos no calendário eleitoral e deixar inaugurações ostensivas de lado, mas o simples fato de estar entregando essas obras indiretamente estaria beneficiando seu ungido.

Uma prática real
Deixar obras visíveis e inaugurá-las - e entregá-las - em ano eleitoral virou hábito no Brasil. Do governo federal aos municipais, passando pelos Estados, nenhum político abre mão dessa "propaganda", que o beneficie diretamente ou então a um indicado seu. Os cidadãos, apesar dos olhares atentos, dificilmente vão enxergar esse desvio de conduta como tal. Muitos até percebem, mas se a obra é de interesse...

Entraves práticos
que se levar em consideração as dificuldades elementares para se colocar uma obra em e entregá-la como no projeto, e dentro do prazo. Que são muitas e as menos perceptíveis. É preciso, entretando, entender essa engrenagem burocrática e seu viés político. Esse segundo um grande obstáculo, que no final gera números, como os apresentados na matéria da Gazeta. Uma situação triste e lesiva a todos nós.

Não é defesa, não
É o chamado atraso que leva ao atraso. Isso, entretanto, não deve ser creditado ao atual prefeito, Orlando José Zovico (PDT), que assumiu o time às vésperas do rebaixamento e agora terá que fazer milagres para livrá-lo dessa situação. É uma analogia interessante, mas muito pertinente para o momento.

Ainda falta, mas...
Pelos cálculos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Brasil terá em 2012 cerca de 2,4 milhões de eleitores a mais do que o registrado em 2010. Ainda faltam computar alguns números, que estão sendo contabilizados. Principalmente os dos últimos dias da regularização quando, segundo dados do TSE, mais de 1,5 milhão de eleitores compareceram aos cartórios eleitorais para regularizar ou se alistar pela primeira vez.

Por aqui, superou
Em Limeira os números superaram, em muito, todas as expectativas. Devem estar aptos ao voto, no dia 7 de outubro, em primeiro turno, mais de 201 mil eleitores. E daqui para frente esse "em primeiro turno" será uma constante nas matérias jornalísticas sobre eleições municipais por aqui. Que o segundo turno seja bem-vindo. E, principalmente, bem aproveitado, quando e se houver.

Pergunta rápida
Por que o Município de Limeira perdeu verbas federais por falta de projetos nas áreas contempladas?

tem os nomes
Está composta a Comissão da Verdade, instituída para apurar as violações aos direitos humanos, no período que vai de 1946 até 1988, que inclui a ditadura militar, iniciada em 1964, que não terá, entretanto, como ocorreu em países vizinhos como Uruguai, Argentina e Chile, poder de punir mandantes e excecutores de torturas contra aqueles que se opuseram ao regime. Ou divulgando ideias ou partindo para uma tentativa de luta armada, que não vingou. Os nomes dos notáveis, que irão à Comissão, foram publicados na sexta-feira, 11, no Diário Oficial da União (DOU), em decreto assinado pela presidente Dilma Rousseff e pela ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.

Que apurem tudo
Embora sem a competência de levar os culpados aos tribunais - no meu entender um grande e absurdo erro histórico - a Comissão da Verdade está assim composta: Cláudio Lemos Fonteles, ex-procurador-geral da República; Gilson Langaro Dipp, ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ); José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça; José Paulo Cavalcante Filho, jurista; Maria Rita Kehl, psicanlista, Paulo Sérgio de Moraes Sarmento Pinheiro, professor e diplomata e  Rosa Maria Cardoso Cunha, advogada da presidente Dilma durante a ditadura militar.

História às claras
Que esses 7 notáveis consigam dar transparência a esse período da  história brasileira, ainda mal contado e que precisa conhecer vítimas e algozes. E trazer à tona o paradeiro de muita gente morta sob tortura, que ainda não se tem notícia. Vivos ou mortos, é preciso dar nomes a todos. Conhecê-los é o primeiro passo para refazer o curso real dessa história macabra de terror e desmandos. Ainda assim ficaremos a dever àqueles que tombaram em defesa da democracia. Que ousaram discordar do discurto dos "90 milhões em ação, pra frente Brasil, do meu coração...."

Frase da semana
"Alguns são hipócritas, porque vivem a homossexualidade na esfera do privado, mas se colocam contra ela no espaço público". Do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), homossexual assumido, sobre o número de políticos gays não assumidos. Na sexta-feira, 11, no F5, site de entretenimento da Folha, na Folha.com.