Aventureiros políticos. Entre outros bichos

A política é dinâmica. Corre, em muitos casos, mais que as próprias pernas dos políticos, transformando-os em instrumentos da vaidade. Essa teoria, talvez, seja a principal responsável pela distorção dessa atividade, que é intrínseca ao ser humano. As boas intenções de muitos ficam, na maioria das vezes, restritas a interesses nem sempre confiáveis ou lícitos. E a demanda pela corrupção só faz aumentar, no mercado, a oferta da canalhice explícita, transformando aquela definição de "arte do bem governar os povos" no desastre que hoje assistimos nas três esferas de comando. Do município à Federação com escala obrigatória no Estado. E o município é o princípio de tudo. É o gerador que abastece todos os escalões da vida pública e fornece o material humano necessário ao funcionamento da máquina política.. O problema é a qualidade desse material. Cada vez mais comprometida e menos compromissada. Tempo propício ao aparecimento de aventureiros, que acabam se tornado "bois de piranha" e, quando percebem, foram completamente devorados pela própria cria, que não há nada que lhe sacie a fome.

Rápidos e crus!
Não bastassem os aventureiros, os apressados são outra espécie comum na vida pública. Não conseguem dar tempo ao tempo - e à experiência - e ao primeiro sinal da fama já se acham no direito - muitos até o tem - de avançar em busca do estrelato. Que é seletivo. Para poucos. Daí a decepção acaba sendo o único sentimento que lhes sobra. Em vez de uma escalada segura e constante, preferem o abismo.

A bola de cristal
Está aberta a temporada de caça aos candidatos. Nomes temos aos montes. Faltam sobrenomes. A verdade, é que o achismo que domina a mídia contribui com falsas expectativas, empolgando pseudolíderes que acabam por fazer - ou pelo menos tentam - dessa mídia um porto seguro às suas pretensões. Revelar nomes - como se fossem definitivos - é inventar candidaturas que não se sustentam agora. Nem depois.

Tênue liberdade
Pode parecer incrível, mas há pessoas que ainda sentem saudades da ditadura e da censura. Não aceitam a liberdade de imprensa como condição básica da democracia e direito constitucional estabelecido. Querem, a todo custo, comprar a consciência de jornalistas para impedir que divulguem trambicagens, falcatruas e ações que põem em risco a própria vida. Está na hora de acordarem. E perceber que estamos no Século XXI e em tempos de mídia digital. Merecem anonimato!

Digno de elogios
A reutilização do prédio da antiga Humanitária, agora como farmácia 24 h do SUS e também o Pronto Atendimento Infantil foi uma excelente iniciativa da Prefeitura. Além de disponibilizar mais espaço para a área da saúde - carente em todos os sentidos - a revitalização do imóvel trará mais segurança à região bem como evitará criadouros do mosquito transmissor da dengue em seus reservatórios, onde foram encontradas larvas. Só não me lembro se isso foi divulgado. Enfim, só a pintura do prédio - apagando as pichações -, recolocação dos vidros quebrados entre outras reformas já mudaram o aspecto de abandono do local. Parabéns!

Mais segurança
Só um lembrete: o local precisará de segurança reforçada. Principalmente contra os pichadores.

Merece críticas
O projeto de incentivar a varrição de calçadas para ganhar descontos no IPTU. No mínimo uma proposta recheada de populismo e sem qualquer objetivo prático. Há muitas perguntas a serem feitas, que ficarão sem respostas. Outro balão de ensaio do prefeito Silvio Félix (PDT) para testar algumas de suas ideias esquisitas, para não dizer mirabolantes. Primeiro, foi a torre do Morro Azul. Ruiu! Depois, o estreitamento da calçada na Tiradentes. Ficou na ideia. Agora reduzir IPTU de quem varre calçada. Não sei se é para rir ou para chorar. Ou então varrer tudo para debaixo do tapete. Haja paciência e disposição para tanto mico assim!

Pergunta rápida
Para ter alguns centavos descontados de seu IPTU, você varreria sua calçada?

Se você quer ler
Um retrato interessante de uma época e que precisa ser conhecido, apesar da distância temporal que nos separa dele. Estou falando do livro Germinal, a obra prima do escritor Emile Zola, escritor francês nascido Émile Édouard Charles Antoine Zola, um libertário convicto. Para escrever Germinal, publicado em 1885, Zola foi trabalhar em uma mina de carvão na França, e descreve uma sangrenta greve, que praticamente marca o início do movimento operário mundial. O romance é rico em detalhes ao descrever as condições de vida sub-humana de uma comunidade de trabalhadores de uma mina de carvão na França. Vale uma leitura atenta e crítica dessa obra.

Eu Recomendo!
Uma comédia romântia é sempre uma boa pedida para um domingo. Por isso sugestão de filme de hoje é Show de Vizinha (The Girl Next Door, EUA – 2004), dirigido por Luke Greenfield. Traz no elenco Emile Hirsch, Elisha Cuthbert, Timothy Olyphant, James Remar, Chris Marquette, Paul Dano, Timothy Bottoms, Donna Bullock e Brian Kolodziej. Conta a história de um jovem estudante com plantos ambiciosos e desejos de ingressar na carreira política. Após conhecer sua nova vizinha, eles se apaixonam imediatamente. Porém a situação se complica quando ele e quase todo o bairro em que vive, descobre que Danielle foi uma atriz pornô. Diversão garantida. 109 minutos.

Frase da semana
"Hoje há excesso de desgraça na TV. A Ana Maria Braga trocou o pudim pelo presunto". Do apresentador Carlos Massa, o popular Ratinho, em entrevista ao UOL. Na sexta-feira, dia 5.