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terça-feira, 11 de maio de 2010

Eu já sabia!

É comum ver a frase acima estampada em faixas, cartazes e mostradas nas imagens de TV, em estádios de futebol, ao fim de uma partida (ou outro esporte qualquer), cujo resultado - que nem sempre é o óbvio - era o esperado. Às vezes até mesmo pelo óbvio, sim, devido à força extrema do vencedor e fragilidade visível do perdedor. É bom que se diga, também, que na maioria das vezes não passa de gozação ou piada “da oposição”, para mostrar que aquilo estava profetizado, estava escrito por um destino qualquer de seus protagonistas e que não se esperava nada além do previsto. E que todos estavam cientes daquela verdade ululante.
Um exemplo disso: a desclassificação do Corinthians, mesmo com vitória sobre o Flamengo, na Libertadores. Palmeirenses, santistas, são-paulinos - entre outros - todos “já sabiam”. Configurava-se a sina dos clubes de futebol na comemoração de seus centenários, traçada nos exemplos do próprio Flamengo e mais recentemente do Clube Atlético Mineiro, o Galo das Minas Gerais. E o Corinthians não poderia ser a exceção. Não nesse caso. Na lógica de seus adversários.
Mas não é necessariamente sobre futebol que pretendo discorrer. E nem mesmo tripudiar sobre a sorte corintiana, pois da mesma forma meu time caiu na Copa do Brasil. O que desejo discutir, hoje, neste meu espaço das terças-feiras, é sobre política. Mais precisamente sobre a primeira pesquisa eleitoral divulgada por esta Gazeta no domingo, envolvendo os pré-candidatos a deputado federal. Não vou, evidentemente, traçar perfil ou analisar as chances de cada postulante. Nem falar sobre o desempenho individual (candidato por candidato) colhido na amostragem. A ideia é comprovar uma velha tese, exposta por mim em outras oportunidades, sobre a divisão dos votos e suas implicações em deixar o município, novamente, sem representantes. Tanto na Câmara Federal como na Assembleia Legislativa de SP.
Será muito difícil para Limeira conseguir eleger seus próprios deputados, caso persista essa profusão de candidatos. Não é possível afirmar, ainda, se entre os três primeiros colocados (mesmo levando-se em conta a margem de erro da pesquisa) haveria votos suficientes para colocá-los em Brasília. E como a pesquisa foi estimulada (apresentou-se nome por nome) essa margem de erro cai consideravelmente. E o outro dado, que corrobora essa minha tese, é que dos 196.428 eleitores limeirenses, 81,2% pretendem votar em candidatos locais, o que faria esse total cair para cerca de 150.500 votos, que multiplicados pelos índices de cada um na pesquisa, não garante coeficiente para nenhum deles. Isso é matemática. Não é especulação, nem adivinhação ou projeção de analista. É o tal 2+2=4. E pronto!
Está na hora de os políticos agirem de forma coletiva. Não de acordo com suas vaidades e ambições pessoais. Decidirem se o que é bom para eles é, de fato, bom para Limeira. Está na hora de unir os esforços e não dividir as possibilidades. É bom cada um pensar nisto. Desde já. Para que ninguém fale depois que “já sabia”!

Antonio Claudio Bontorim

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