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terça-feira, 25 de maio de 2010

Ainda é cedo!

Antonio Claudio BontorimO termômetro político em Limeira ainda mostra que o clima está frio. E assim deve permanecer até meados de junho, quando as convenções partidárias começarem, conforme o calendário eleitoral oficial, a definir de fato seus candidatos. Deixam de existir os pré-candidatos - como são chamados os postulantes às vagas de que cada partido dispõe antes da oficialização - dando lugar à figura dos efetivos. Dos ungidos pela pajelança partidária, com as bênçãos dos caciques de cada tribo. Daqueles que vão disputar, a partir de 6 de julho - quando a propaganda eleitoral começa pra valer - a atenção dos eleitores para tentar convencê-los de que merecem a confiança na hora que cada um for às urnas exercitar uma das mais importantes práticas da cidadania: o voto secreto. E sagrado!
A pesquisa eleitoral realizada pela Limite Consultoria, encomendada pela Gazeta, esmiuçada pela jornalista Bruna Lencioni nas últimas duas semanas, serviu como faísca inicial para o aquecimento do clima entre pré-candidatos e os respectivos partidos e o embate com o eleitorado. Mostrou as tendências de momento na preferência desse mesmo eleitorado e provavelmente - porém não de forma factual - qual o caminho por onde seguirá a chamada ‘vontade popular’.
Sabe-se, a partir de agora, que a corrida pelo voto está posta e as mesas de apostas começam a receber seus primeiros palpites. Tudo, ainda, dentro do resguardo exigido pela legislação vigente no País, para que nenhum filme se queime e nenhum concorrente seja exposto às chamas dos tribunais. Embora alguns até consigam burlar essa legalidade, se utilizando dos artifícios e válvulas de escape, que se não estão previstos em lei, são garantidos naquilo que a própria lei não é explícita, mas também não desautoriza. E que não são poucos. Vai ao embalo da habilidade jurídica de cada um. É proibido, entretanto, comemorar por antecipação.
E as tendências mostradas nessa primeira pesquisa, às quais me referi acima, não foram tão diferentes daquelas esperadas por todos os interessados: partidos, pré-candidatos, analistas políticos e jornalistas que vivem o dia a dia desse métier. Nada de excepcional, que merecesse uma atenção diferenciada; de derrubar queixos. Uns até chegaram a se surpreender com o traçado dos gráficos, mas sem contestar resultados. Está fora de moda, em especial àqueles que não conseguem bom desempenho em amostragens dessa natureza, questionar a prática e a idoneidade desses trabalhos. Não há mais lugar para desconfianças, pela própria evolução técnica dos institutos e, principalmente, porque pesquisas “encomendadas” se mostraram danosas à democracia. E aos patrocinadores de fraudes.
É a nova consciência do eleitor, entretanto - cansado das enganações, falsas promessas e falta de compromissos -, que deve ditar o ritmo do compasso político. E com a história da “ficha limpa” deverá varrer muito lixo eleitoral. Não para baixo do tapete, mas para as lixeiras do esquecimento. Para o limo das sarjetas.

Antonio Claudio Bontorim

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