O pleito eleitoral deste ano, que vai reunir numa única urna candidatos a deputado estadual e federal, senadora, governador e presidente da República, começa sob o signo da internet. Sites, blogs - e agora o Twitter - devem compor o aparato tecnológico dos comitês, que embora ainda não formalizados - o calendário eleitoral está apenas na sua fase burocrática - dão uma clara demonstração de que essa ferramenta comunicacional veio para ficar. Mais que isso, para influenciar os eleitores na hora do voto e até mesmo definir resultados. Decidir alguns dos eleitos, até! Já não tenho mais nenhuma dúvida quanto a isso.
Com exceção do Twitter e outras redes sociais mais recentes, candidatos já fizeram uso do Orkut nas eleições municipais de 2008. Não como deveriam, mas como achavam mais conveniente e sempre num segundo plano. Pouca importância. O que se nota agora, porém, é uma preocupação mais acentuada com a utilização desses recursos como comitês eleitorais eletrônicos e não mais como meros acessórios. Pelo que se tem percebido nesse período de pré-campanha é que os candidatos estão imbuídos em solidificar essa estrutura, valorizando tais meios e instrumentos a ponto de estarem no topo da cadeia propagandística voltada à política partidária.
Perderam, portanto, o medo de teclados, monitores, mouses e, agora, tais recursos eletrônicos estão se transformando em conselheiros, tornando-os aptos a romperem as barreiras pelas mídias digitais, que faziam alguns refugarem e até mesmo se fecharem a tais inovações. Eram reféns da própria ignorância digital. A agenda de papel está dando lugar ao Palmtop, e o PC, via notebooks, é companheiro inseparável nas deslocações de campanha. O escritório, antes fisicamente definido num endereço geográfico, entre ruas, avenidas e CEP, agora está no banco do carro, na poltrona do jatinho e sem os fios ou amarras, que inviabilizavam maior e melhor movimentação. Não há mais obstáculos instransponíveis. E até a trincheira do “inimigo” pode estar a um simples ‘clique’ de distância.
Aos cargos majoritários alguns já saíram na frente, como a candidata do PT, Dilma Rousseff, que tem Twitter e desde ontem o seu próprio site. José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) já estão no Twitter. Serra até há mais tempo, com domínio quase que total dessa ferramenta. Isso para ficar apenas no cargo mais importante dessa eleição, que é o assento na principal cadeira do Palácio do Planalto. Quem ainda acha que isso é bobagem, basta ler a entrevista do jornalista Sam Graham-Felsen, à revista IstoÉ do último dia 14. Diretor da área de blogs da campanha vitoriosa do democrata Barack Obama à presidência dos EUA, esse trabalho rendeu, em doações, cerca de US$ 500 milhões, ou seja, meio bilhão de dólares. E Graham-Felsen vai mais longe: “quem usar a internet para envolver as pessoas certamente será beneficiado”, diz. Quem ainda duvida disso, que atire a primeira tecla. Ou melhor, dê um Ctrl+alt+del e peça a cédula de papel para votar.
Antonio Claudio Bontorim
terça-feira, 20 de abril de 2010
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