Apesar da competência dos profissionais, jornalistas na sua maioria,
que hoje atuam na Secretaria de Comunicações da Prefeitura de Limeira,
percebo um governo distante da mídia. Há, nas relações entre jornalistas
da imprensa diária e dos altos escalões da administração de Paulo
Hadich (PSB), uma frieza incompatível com a política. E por mais empenho
dos poucos secretários, que têm aparecido por iniciativa de suas
próprias pastas, não é o suficiente para que a população conheça quem
são os homens e mulheres de confiança, que cercam o novo prefeito.
A maior exposição, até aqui, se deu por conta do secretário da
Administração, Tércio Garcia, o ex-prefeito de São Vicente, que veio
nomeado pela cota do partido, comandado nacionalmente pelo governador do
Pernambuco, Eduardo Campos. Uma exposição negativa e recheada de
denúncias - algumas políticas, com boa carga de revanchismo entre grupos
políticos adversãrios - contra seus dois mandatos, exercidos no mais
velho município do Brasil, no litoral sul paulista. E por conta de ações
já em andamento na Justiça, como a que a Gazeta publicou no sábado e
respondida pelo próprio Tércio, na edição de domingo. O secretário da
Saúde, Raul Nilsen, só concedeu a primeira entrevista à Gazeta, após a
jornalista Renata Reis cobrar, em sua coluna Percepções, por mais
atenção.
E apesar do pouco tempo, até aqui, do mandato de Hadich, a impressão
que fica é de não haver empatia dos próprios secretários com a
população, da qual são representantes indiretos, pela via de seu
representante direto, ou seja do prefeito. Os poucos que apareceram,
como escrevi lá no começo, o fizeram por dever de ofício, como, Nivaldo
Menezes, da Cultura, pela retomada do carnaval popular limeirense, do
secretário da Educação, José Claudinei Lombardi, que abriu o ano letivo
em reunião com profissionais da Educação no Nosso Clube, e mais um ou
dois, em aparições relâmpagos. Um bom time é onde ha coesão, sem que um
ou outro jogador se sobressaia sobre os demais, mas é preciso torná-los
conhecidos e participativos. E isso não está acontecendo. Não dá para
brincar de esconde-esconde com função pública. Não é possível que não
tenham nada a informar de forma direta. E não há, também, por que temer a
mídia e nem transformá-la em cúmplice do terror e das maquinações
políticas dos adversários. Exemplos não faltam. Nós jornalistas estamos
sempre à disposição para ouvir, relatar e analisar.
Só que temos certa ansiedade por informações. Impossível que não haja
nada de positivo a divulgar, que não seja por obrigação e necessidade. O
trivial vira notícia diária. Ninguém precisa por o guizo no pescoço do
gato, para saber quando ele está se aproximando. Por sorte, a atual
administração conta com um corpo de jornalistas, que estão sempre
atentos às demandas dos meios de comunicação, suprindo essa falta de
contado direto dos titulares das pastas. Se o silêncio é espontâneo e
indica tempo gasto com trabalho, ótimo. Se há excessiva centralização de
poder, para evitar esse contato, fica tudo como antes. Infelizmente.
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