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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Mais longe, impossível. A mídia (quase) esquecida

Apesar da competência dos profissionais, jornalistas na sua maioria, que hoje atuam na Secretaria de Comunicações da  Prefeitura de Limeira, percebo um governo distante da mídia. Há, nas relações entre jornalistas da imprensa diária e dos altos escalões da administração de Paulo Hadich (PSB), uma frieza incompatível com a política. E por mais empenho dos poucos secretários, que têm aparecido por iniciativa de suas próprias pastas, não é o suficiente para que a população conheça quem são os homens e mulheres de confiança, que cercam o novo prefeito. 
A maior exposição, até aqui, se deu por conta do secretário da Administração, Tércio Garcia, o ex-prefeito de São Vicente, que veio nomeado pela cota do partido, comandado nacionalmente pelo governador do Pernambuco, Eduardo Campos. Uma exposição negativa e recheada de denúncias - algumas políticas, com boa carga de revanchismo entre grupos políticos adversãrios - contra seus dois mandatos, exercidos no mais velho município do Brasil, no litoral sul paulista. E por conta de ações já em andamento na Justiça, como a que a Gazeta publicou no sábado e respondida pelo próprio Tércio, na edição de domingo. O secretário da Saúde, Raul Nilsen, só concedeu a primeira entrevista à Gazeta, após a jornalista Renata Reis cobrar, em sua coluna Percepções, por mais atenção.
E apesar do pouco tempo, até aqui, do mandato de Hadich, a impressão que fica é de não haver empatia dos próprios secretários com a população, da qual são representantes indiretos, pela via de seu representante direto, ou seja do prefeito. Os poucos que apareceram, como escrevi lá no começo, o fizeram por dever de ofício, como, Nivaldo Menezes, da Cultura, pela retomada do carnaval popular limeirense, do secretário da Educação, José Claudinei Lombardi, que abriu o ano letivo em reunião com profissionais da Educação no Nosso Clube, e mais um ou dois, em aparições relâmpagos. Um bom time é onde  ha coesão, sem que um ou outro jogador se sobressaia sobre os demais, mas é preciso torná-los conhecidos e participativos. E isso não está acontecendo. Não dá para brincar de esconde-esconde com função pública. Não é possível que não tenham nada a informar de forma direta. E não há, também, por que temer a mídia e nem transformá-la em cúmplice do terror e das maquinações políticas dos adversários. Exemplos não faltam. Nós jornalistas estamos sempre à disposição para ouvir, relatar e analisar. 
Só que temos certa ansiedade por informações. Impossível que não haja nada de positivo a divulgar, que não seja por obrigação e necessidade. O trivial vira notícia diária. Ninguém precisa por o guizo no pescoço do gato, para saber quando ele está se aproximando. Por sorte, a atual administração conta com um corpo de jornalistas, que estão sempre atentos às demandas dos meios de comunicação, suprindo essa falta de contado direto dos titulares das pastas. Se o silêncio é espontâneo e indica tempo gasto com trabalho, ótimo. Se há excessiva centralização de poder, para evitar esse contato, fica tudo como antes. Infelizmente.

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