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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Carnaval, ano cheio e futebol

Hoje é terça-feira de carnaval. A terça-feira gorda dos católicos, que seguem os preceitos do jejum quaresmal e têm neste dia - o último da folia e véspera da quarta-feira de cinzas - a despedida das delícias da carne, segundo algumas teorias. Carne no sentido do alimento de origem aminal, uma vez que passarão os próximos quarenta dias em abstinência da própria. E de seus derivados. Como preparação à Páscoa e seu significado de religiosidade maior para a igreja católica. É também um feriado que não existe oficialmente, nunca foi decretado, mas está lá no calendário, marcado em vermelho, e todos o seguem à risca. E como seguem. Pois muitos consideram, ainda, que é só depois do reinado de Momo que o ano começa de fato. Embora, de direito, tenha começado lá no dia primeiro de janeiro.
Um sentido figurado - o de começar o ano de fato - mas que tem seu significado arraigado na cultura popular e no inconsciente (???) de todos. E por isso é assim que funciona. A economia anda devagar, ninguém ousa investir em nada e a sensação é de férias prolongadas. Mesmo trabalhando e cumprindo horários e expedientes normais. Ninguém tem pressa, esperando apenas pelo empurrão do último bloco a entrar na passarela, anunciando que, enfim, a realidade chegou.  
Como ainda é dia 12 de fevereiro e o segundo mês do ano nem chegou à sua metade, há uma expectativa positiva de um ano produtivo maior, com pouquísimos feriados a se prolongar (apenas a Sexta-Feira Santa, que encerra a Quaresma e o 15 de novembro) e, portanto, 2013 de vida útil prolongada.
É verdade que o País enfrentará, lá pelo meio do ano - entre 15 de 30 de junho - um período de torpor com a Copa das Conferações, evento esportivo que precede em um ano a Copa do Mundo de futebol, que também será no Brasil, porém, fica difícil mensurar se haverá interrupção no ciclo produtivo, uma vez que outros setores, os relacionados ao turismo, devem receber aporte suplementar de divisas. Do próprio torcedor brasileiro - para quem pode se dar o luxo de desembolsar o preço do ingresso - e também do estrangeiro. Nada que mude radicamente a rotina.
Começar o "ano de fato" mais cedo é sempre um bom negócio. Imaginar que a economia possa receber grana extra em junho renova as expectativas. E se não houver déficit, ninguém sai perdendo. Teoricamente. Como esses números são voláteis e estão à mercê do próprio mercado, não há lógica em prever sucesso ou fiasco do investimento feito. Se até agora os números da economia trazem pessimismo, diariamente transformado em embate político, talvez um 2013 mais cheio transforme essas previsões. Até a "virada" política nos municípios brasileiros pode contar a favor. Vai depender do desempenho dos novos prefeitos, que assumiram o compromisso do choque de gestão. E tem que ser um choque em alta voltagem, para dar uma boa sacudida nos ânimos. Afinal, agora o ano vai começar. Está escrito.

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