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quinta-feira, 31 de março de 2011

Data arquivada
Hoje é 31 de março. Por 46 anos este dia foi comemorado como sendo uma “data cívica” da Nação brasileira. Nunca de fato o foi, pelo que representou de malefícios às liberdades individuais em todos os sentidos. A partir deste ano ela deixa de existir no calendário oficial do País. Felizmente e finalmente. Falta agora apenas um detalhe: recontar, com a instituição da Comissão da Verdade, a verdadeira história da ditadura. Desde o seu início. Doa a quem doer!

Pelo menos ele...
...lembrou! O vereador Eliseu Daniel (PDT) falou sobre a morte do ex-vereador Antonio De Gáspari, durante a sessão da Câmara da última segunda-feira. Oficialmente nada foi feito para homenagear o ex-vereador. Nem mesmo um minuto de silêncio pela morte de De Gáspari, ocorrida no sábado. Memória curta!

Tudo atestado
Quando escrevemos sobre o abandono do município pelo poder público, o fazemos de forma objetiva. Atestada por reclamações e denúncias. Leiam o que me escreveu, por e-mail, um leitor: “por favor, nós que usamos a calçada para as caminhadas até o Limeirão, no anel viário sentido bairro-centro na altura do radar, atestamos que está uma vergonha. O mato está cobrindo a calçada, além dos carros e caminhões estacionados sobre essas calçadas, obrigando-nos às vezes a andar pela rua, porque não tem espaço e ninguém toma a devida providência. A responsabilidade da Prefeitura Limeira é nula e está uma calamidade. Moro em limeira há 40 anos e nunca vi esta situação”. Não vou, obviamente, citar o nome do leitor em respeito à fonte. Mas o tenho guardado no e-mail.

Morre, idioma!!!
O site da Federação Paulista de Futebol trouxe, em seu site (já corrigido, diga-se), na formação dos grupos da segunda fase do Paulista da A2, grafado XV de Pirassicaba, pelo Grupo 1. Isso mesmo, Pirassicaba com dois “esses”.

Cadê os 0,05%?
O Diretório Acadêmico Faculdade de Ciências Aplicadas, FCA-UNICAMP, está solicitando aos que se utilizaram do Twitter, para participar da campanha: “Cadê os 0,05% de ICMS da FCA??, “cobrando a lendária promessa não cumprida dos 0,05% de ICMS para a construção do campus” em Limeira. Os coordenadores da campanha pedem o maior número de tweets ao governador @geraldoalckmin. O Twitter do DA da FCA-Unicamp é @dafcaunicamp. Dar RT nas mensagens do DA também vale.

Português claro
A palavra de hoje não poderia ser outra. Coragem, um substantivo feminino, segundo o dicionário Houaiss da língua portuguesa. Coragem significa: moral forte perante o perigo, os riscos; bravura, intrepidez; firmeza de espírito para enfrentar situação emocional ou moralmente difícil; qualidade de quem tem grandeza de alma, nobreza de caráter, hombridade; determinação no desempenho de uma atividade necessária; zelo, perseverança, tenacidade.

A última de hoje
A morte do ex-vice-presidente José Alencar vai deixar um vácuo na história de todos os vices deste País. A partir desta data aquela velha máxima de que não há nome de vice nenhum em ruas, praças, etc. deixa de existir. A primeira homenagem será o seu nome a um hospital na cidade mineira de Uberaba.

Antonio Claudio Bontorim

terça-feira, 29 de março de 2011

O racismo, novamente!

O ímpeto racista, da discriminação pela cor da pele, reaviva-se a cada atitude de uma minoria frenética de defensores da chamada supremacia branca, que exibe seu orgulho pelo ódio, não só por palavras, mas por gestos e ações. Apesar de pertencermos a única raça, a humana, o termo racismo virou sinônimo da desiguladade, quando grupos de pessoas agem contra seus semelhantes, pela diferença étnica. Seja ela cor da pele, cultural, social, religiosa ou política.
No último domingo, mais um triste episódio dessa degradante natureza foi registrado num jogo de futebol, entre as seleções da Escócia e Brasil, na cidade de Londres, quando um grupo de torcedores escoceses atirou uma casca de banana em direção ao jogador brasileiro Neymar. Ainda na semana passada, outro jogador brasileiro, Roberto Carlos, do Anzhi, também foi vítima de tal constrangimento, por parte da torcida do Zenit São Petesburgo (pelo campeonato russo), cujo lema é “não há preto nas cores do Zenit” - suas cores oficiais são azul e branco - incentivada até pela própria diretoria do time, que não contrata jogadores negros.
Apesar de causar indignação, toda semana há um caso parecido, envolvendo torcedores de clubes europeus, contra atletas cuja tonalidade da pele não é branca. E a banana virou símbolo dessa discriminação, porque compara o negro ao macaco, que é como são chamados os jogadores brasileiros ou africanos, que não tenham olhos e pele claros e cabelos loiros. Tão ou mais odiosa ainda é a falta de atitude dos dirigentes - inclusive das federações e da própria Fifa - para punir esse crime de ódio.
Não adianta julgar tais atitudes, entretanto, se não voltarmos os olhos também para a situação interna do País. Na defesa dos brasileiros que estão lá fora, não podemos nos esquecer das vítimas do preconceito aqui dentro. Matéria publicada no último domingo, por esta Gazeta, mostra o tamanho dessa triste equação: sete casos registrados em 2010 pelo Conselho Municipal dos Interesses do Cidadão Negro (Comicin), por tratamento racista, ofensas, racismo no trabalho, acusação de roubo, perseguição e constrangimento. Situações efetivamente denunciadas e sob investigação. Sem contar aquelas em que não há denúncia formal por preconceito do próprio ofendido ou qualquer outro motivo, cuja média chega a 20 por mês. Enfim, é muita coisa se levarmos em conta que estamos numa sociedade supostamente igualitária. Muitos casos, em que há registro de boletim de ocorrência, a própria polícia deixa de investigar, segundo o Comicin, dando um exemplo claro de como isso é tratado pelas autoridades brasileiras. E que a omissão é o maior incentivo a tal prática, que degrada a condição de ser humano, independentemente de sermos brancos, pretos, amarelos ou vermelhos. Se somos cristãos ou muçulmanos. Ou professamos qualquer outra fé. O fato é que pertencemos, verdadeiramente, a uma única raça!

Antonio Claudio Bontorim

Deseducação no trânsito. Todos iguais!

Costumo, rotineiramente, criticar motociclistas e motoqueiros por suas faltas e falhas no trânsito do município. Na realidade, sempre chamando a atenção à necessidade de se cumprir as regras, cujos benefícios são para todos. Motoristas também mostram sua falta de educação, quando cometem suas infrações e que também não são poucas. Mas o relato que vou fazer é interessante. E ao mesmo tempo triste e lamentável. Nesta semana estava trafegando por uma rua que dá acesso à Avenida Saudades, que é sempre preferencial. Numa das esquinas e ao meu lado, um outro veículo avançou em meia via, pouco mais, no momento em que vinha um motociclista, que foi obrigado a reduzir, mesmo estando em preferencial. Qual não foi minha surpresa, e mesmo tendo evitado uma colisão, o motociclista acabou sendo ofendido pelo motorista (que estava errado). Não ouvi o que foi dito, mas provocou reação imediata do motociclista, que balançou a cabeça negativamente, reprovando tal atitude. Também reprovei e vou reprovar sempre. Educação cabe em qualquer lugar. No trânsito é imprescindível!

Ação dos leitores
Os agentes públicos e políticos não podem mais prescindir da opinião pública. Tem muita gente se manifestando, via opinião dos leitores na mídia impressa e aos microfones das rádios e câmeras de emissoras de TV. Cada vez mais o leitor - e principalmente eleitor - está mostrando sua indignação e chamando a atenção daqueles que estão em cargos públicos, eletivos ou a serviço dos políticos eleitos, em confiança.

Informação clara
Apesar de dominar a linguagem e contextualizar situações, jornalistas e analistas de todos os matizes não têm mais a primazia da comunicação com os leitores. O próprio leitor, agora via blogs e outras redes sociais, como o Twitter, por exemplo, estão criando verdadeiras e amplas salas para discutir abertamente questões que lhes dizem respeito e ao seu dia a dia. Quem ignorar esse movimento, hoje, é queda na certa.

Responsabilidade
Muitos, entretanto, não se preocupam em armar o gatilho dessa perigosa arma, que é a comunicação, deixando-a pronta para atiradores despreparados e que não têm a mínima noção ética de como utilizá-la. A todo direito há um dever recíproco e na mesma proporção. É preciso estar muito atento a isso.

Abandono total
É impossível que o prefeito Silvio Félix (PDT) não consiga enxergar como Limeira está feia. Como a cidade e a zona rural estão sofrendo com o descaso do poder público, que parece estar letárgico a essa ausência. A falta de sincronismo nos semáforos é de dar pena - e muita raiva no motorista, que vê o semáforo da outra esquina abrir antes que o da esquina anterior, quando deveria ser o contrário. O asfalto esburacado (tem valeta fazendo aniversário). Isso sem contar as estradas rurais, que estão cada vez mais precárias.

Como sei disso?
Basta folhear as páginas da mídia impressa, em especial desta Gazeta, que se percebe o verdadeiro festival do abandono. Não há um dia em que não publiquemos uma denúncia, uma reclamação... Os fatos e as fotos não mentem. É a imprensa fazendo o seu papel de fiscalização, que os vereadores em sua ampla base governista deixam de lado. E quando têm oportunidade fecham os olhos e impedem aqueles que querem fiscalizar de fato, de fazê-lo.

Apenas 6 dias!!
Foi o tempo que o governo japonês gastou para reconstruir e abrir ao tráfego a estrada de Naka, na província de Ibaraki, destruída pelo terremoto do dia 11 de março naquele país. Sem querer comparar, mas já comparando... agilidade para fazer inveja às administrações públicas brasileiras, do governo federal aos estaduais, passando pelos municipais. Só para exemplificar os dois tópicos tratados acima. Que sirva de exemplo. Se é que estão preocupados com isso!

Se você quer ler
Para quem gosta de poesia e principalmente de clássicos, aqui vai uma ótima sugestão. Não é para ser lido de uma vez só, não. Aliás, poesia não se lê dessa forma, nunca. É para ser apreciado, degustado, utilizando todos os nossos sentidos. Estou falando do livro De Paulicéia Desvairada A Café (Poesias Completas) de Mário de Andrade, um dos mais ativos participantes da Semana de Arte Moderna de 1922. Um trabalho denso e para reflexão. Uma obra que não vai perder, nunca, sua contemporaneidade. Mesmo tendo sido escrita lá no início do século passado. Boa leitura!

Pergunta rápida
Qual será a próxima ação civil do Ministério Público contra o Poder Executivo de Limeira?

Eu Recomendo!
O filme que indico hoje é um dos grandes desempenhos de Elizabeth Taylor em sua carreira, que faleceu nesta semana e a quem presto homenagem. Por isso recomendo o clássico Quem Tem Medo de Virginia Woolf? (Who’s Afraid of Virginia Woolf?, EUA - 1966). Dirigido por Mike Nichols, esse drama traz no elenco, ainda, Richard Burton, George Segal, Sandy Dennis. Conta a história de dois casais: George (Richard Burton), um professor universitário, e Martha (Elizabeth Taylor), sua esposa que é também filha do reitor. Ambos recebem no final da noite Nick (George Segal), um jovem professor, e Honey (Sandy Dennis), sua mulher. À medida que a noite avança, as confissões entre os quatro se tornam ácidas e a verdade algo cada vez mais deprimente. Drama. Duração: 129 minutos.

Frase da semana
“Ali já caiu poste e fiação de telefone e internet também. Precisa alguma autoridade cair também, para saber das dificuldades pelas quais passamos”. Valdevino Joaquim Rosa sobre a estrada rural do Lagoa Nova, que ele utiliza regularmente para chegar ao trabalho. Sexta-feira, 25, na Gazeta.

Antonio Claudio Bontorim

quinta-feira, 24 de março de 2011

Ajuda oportuna
A maior fonte de ideias e opiniões para colunistas são seus próprios leitores. Chegam diariamente através de e-mails ou telefonemas, como reclamações, desabafos, elogios, críticas (às vezes ao próprio colunista) e denúncias, que merecem investigação. Algumas são descabidas, outras, porém, são pertinentes e passíveis de investigação e, normalmente, as fazemos através de nossa equipe de repórteres. Outras são mais complexas e na maioria das vezes não deixam pistas nem documentos, em especial aquelas que envolvem propinas a agentes públicos. Mesmo assim tentamos descobrir. E quando conseguimos, com as devidas provas documentais, viram matéria e até manchetes. Por isso é muito importante essa interação. Por isso é importante a participação do leitor!

Cadê os bueiros?
Nesta semana um leitor me parou na rua para reclamar da falta de bocas-de-lobo nas ruas da cidade. Em especial aquelas com maior declive e que precisam de escoamento correto de águas pluviais. Avenida Piracicaba e Rua Ceará foram os exemplos citados por esse leitor. Esse leitor, que tem filhos morando na Rua Ceará, questiona o setor de obras e o SAAE pela falta desses bueiros e os problemas que isso provoca em dias de chuva. E pede uma resposta rápida a isso.

Lá sim! Aqui, ...
...não. O Tribunal Regional Federal instala a 2ª Vara no Juizado Especial Federal de Americana. A inauguração será amanhã, dia 25. O Juizado Especial Federal de Americana (34ª Subseção) tem jurisdição sobre 22 municípios, entre eles Limeira e possui em tramitação 17.592 processos. Julgará causas com valor até 60 salários mínimos. Há quanto tempo Limeira busca uma Vara da Justiça Federal?

Foi pela culatra
Não está repercutindo como o PR queria a expulsão do vereador Antonio Braz do Nascimento, o Piuí. O presidente do partido René Soares está tentando se explicar, mas não está conseguindo. Tudo porque apesar de cobrar independência e oposição a Piuí, René é comissionado no SAAE. Portanto está num cargo de confiança do governo Félix. Expulsar o vereador e não pedir sua cadeira na Câmara também não pegou muito bem. Foi contraditório. No mínimo.

Cuidado especial
Agora é lei. Banheiros considerados públicos, inclusive em estabelecimentos privados (???), ficam obrigados a fornecer “revestimento descartável por sistema automático de assento de vaso sanitário”. Em nome da saúde pública. Essa lei foi aprovada na Câmara e é de autoria de Almir Pedro dos Santos (PSDB). Fico pensando, imaginando até, se o jornalista Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta fosse vivo... quantos Febeapás não escreveria.

Português claro
A palavra de hoje é locupletar. Pelo dicionário Houaiss da língua portuguesa, locupletar é um verbo transitivo direto e pronominal e quer dizer: tornar (-se) rico, ou mais abastado; enriquecer. E, também, verbo transitivo direto, bitransitivo e pronominal, cujos significados são: tornar(-se) cheio; cumular, encher(-se); abarrotar(-se). Palavrinha interessante esta.

A última de hoje
Viaturas policiais estão circulando em maior número à noite, pelo centro da cidade. Constatei essa situação na terça-feira ao sair da Redação da Gazeta. Ação oportuna, que pode conter a onda de roubos e furtos a residências em Limeira. Resultado: seis foram presos no início desta semana. Por roubo, furto e receptação.

Antonio Claudio Bontorim

terça-feira, 22 de março de 2011

Comemoração prematura

Na quinta-feira da semana passada, a Comissão de Reforma Política do Senado aprovou o fim da reeleição, ampliando os mandatos no Poder Executivo para cinco anos, do presidente da República aos prefeitos, passando pelos governadores. Apesar de ser somente o primeiro empurrão no carro de uma reforma necessária, que terá de percorrer um longo caminho pela frente, não temos ainda o que comemorar. Nada de foguetório, portanto, para que não se torne lá na frente mais um motivo de frustração. Como foi a manutenção do voto obrigatório no País, por medo “de eleger governantes por minoria expressiva”, segundo o senador mineiro, o tucano Aécio Neves. O que em minha opinião é um temor descabido, pois iriam às urnas os verdadeiros eleitores, aqueles que sentem prazer em escolher seu candidato. Os “brincalhões”, que elegem as tiriricas da vida e outros vegetais, certamente pensariam duas vezes. Esses poderiam continuar curtindo os domingos sem responsabilidade.
É preciso, na esteira desse debate, lembrar que a instituição da reeleição no Brasil, lá em 1997, foi um mero casuísmo do governo federal, para o benefício de apenas uma pessoa: o então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que raciocinava mais com sua vaidade pessoal do que com sua consciência e vasta cultura social e política, que tinha. Ele praticamente impôs ao País, com um Congresso ao seus pés, sua vontade de continuar no poder. Situação que, após sua reeleição, só trouxe dissabores ao seu partido, que de 2002 para cá não conseguiu emplacar mais ninguém ao Palácio do Planalto. E, agora, esse desacerto precisa ser corrigido, garantindo-se, como está na proposta aprovada na Comissão, o direito a Dilma Rousseff concorrer em 2014, para não virar outro casuísmo. Então, só em 2018.
Isso posto, é preciso que haja um engajamento da sociedade nesse processo de recondução política desde agora, para que essa reforma não fique apenas nos gabinetes dos agentes políticos, deixando-os à vontade para decidirem o que apenas lhes interessar. Ainda há muita gente que não acredita que seja possível uma verdadeira reforma política, por que esta será feita por esses mesmos políticos, que terão de abrir mão de privilégios. Será que o farão? É preciso conclamar também os céticos à discussão, para que engrossem a pressão por uma reforma ampla e viável, como ponto de partida da moralização da vida pública nacional. Não se colhe frutos sem que se plante primeiro a semente, que precisa ser tratada com carinho até o início de sua germinação. Por isso não podemos comemorar prematuramente, pois ainda estamos selecionando essas sementes. Plantá-las será o próximo passo. O seu cultivo é uma responsabilidade da qual ninguém pode fugir.

Antonio Claudio Bontorim

segunda-feira, 21 de março de 2011

(In)Segurança pública! Como resolver?

As constantes invasões, roubos e furtos de chácaras, condomínios e residências em Limeira estão colocando em xeque a segurança pública. Venha ela do Estado - polícias militar ou civil - ou do Município - através da Guarda Municipal. O fato é que as ocorrências estão aí, diariamente na mídia (e esta Gazeta tem sido uma prova dessa situação), sem que se vislumbre uma redução nesses índices. Pelo menos em médio prazo. Senão não seriam notícia de jornais e emissoras de rádio e TV quase diariamente. Em enquete recente no site www.gazetadelimeira.com.br, foi perguntado qual seria a solução para resolver esse enorme problema. Os internautas, atentos, apontaram, entre as opções, que o melhor caminho seria uma “ação conjunta das forças de segurança”. Parece que a população tem na cabeça uma solução, que é óbvia, porém a prevenção, que seria o mais indicado, não vem, de lugar nenhum. E tudo continua virando matéria jornalística e, em alguns casos, até manchetes do dia. A questão é complexa, mas é preciso mais que decisões de gabinetes para compreendê-la e resolvê-la. É preciso prática. Ação!

Procura-se a lei
O tema vai e volta às colunas de opinião, mas é sempre oportuno retomar sua discussão. Após deixar a redação da Gazeta percorro muitas ruas até chegar à minha casa. Não vejo, em nenhum dos trajetos que costumo fazer, uma viatura policial (de qualquer uma das forças) em circulação. As bases móveis da PM, por exemplo, às 18h deixam seus pontos e vão embora. Exemplo maior: a Praça Toledo Barros. Ai...

O sistema é falho
A crítica não é pessoal. É sempre pela melhora do sistema, que é falho. Delegados de polícia, oficiais da PM, inspetores da GM são apenas as engrenagens dessa máquina, travada na sua origem. É preciso melhorar as condições de trabalho, remunerar melhor os policiais e aumentar efetivos em todas as forças. E, infelizmente, a solução é política. E, neste caso, falta vontade política para uma solução. Ao Município e Estado.

Omissão, jamais!
Enquanto isso, a imprensa não pode se omitir. A responsabilidade cabe a todos nós, enquato profissionais e cidadãos, pois também fazemos parte disso tudo.

Assim é fácil, né?
Agências bancárias continuam abusando da paciência de seus clientes e usuários. A Febraban, federação que congrega as instituições bancárias, vive recorrendo contra leis municipais, que beneficiam a segurança da população, porém não agem contra abusos de agências, que insistem em barrar pessoas, porque a porta giratória não permite que entrem. Acusam metais. Inclusive pessoas portadoras de marca-passo sofrem com essa discriminação. Na semana passada, uma cliente da Caixa Federal da esquina do McDonalds foi barrada, mesmo após ter se livrado de todos os possíveis objetos de metal. Só porque sua calça jeans tinha zíper de metal na perna e sua calcinha (como ela própria afirmou) tinha uma pequena argola de metal como detalhe. Segurança, sim! Bom senso, entretanto, é fundamental.

Será que agora...
...vai. O empresário Roberto Martins foi visto na sexta-feira no Vô Lucato, assistindo ao jogo e muito interessado pela Winner. Sinal que Martins pode, sim, ser um dos candidatos a prefeito em 2012. Afinal há várias eleições o nome do empresário vem sendo lembrado, porém sem nada de concreto. Desta vez...

Pedir não custa
Gostaria que a vereadora Nilce Segalla (PTB) fosse tão eficiente nas investigações da CPI da Merenda, quando ela tem sido como delegada frente à Delegacia de Investigações Gerais (DIG), que desde que assumiu como titular, tem realizado um trabalho que só merece elogios, solucionando alguns casos até então emperrados. Ela sabe, como ninguém, investigar um caso policial. Precisa, agora, fazer o mesmo com esse imbróglio político.

Estatística legal
Se ninguém percebeu ainda, vale o registro. Após a proibição de motocicletas estacionarem próximas às agências bancárias caiu consideravelmente o número de crimes conhecidos como “saidinha bancária”. Basta ver as matérias policiais publicadas na imprensa local. Parece-me que a medida está tendo bons resultados!

Se você quer ler
O livro é de 1993, mas continua atual. E foi um dos que influenciaram minha formação como jornalista opinativo, no sentido de não acreditar em tudo o que a própria imprensa mostra sobre personagens de vida pública. Trata-se de Jornalismo de In(ve)stigação O Caso Quércia, do jornalista Sérgio Buarque de Gusmão. Trata da cobertura que os órgãos de imprensa davam e deram a Orestes Quércia, presidente do PMDB paulista, que morreu no ano passado. A mesma cobertura que Folha, Estadão, Globo, Veja, entre outras, deram à candidatura Dilma Rousseff (PT), na campanha eleitoral de 2010. Não é para se acreditar tudo em que se lê, mas ele dá uma exata dimensão de como a chamada grande imprensa trata alguns iguais de formas diferentes. É um excelente aprendizado. E uma boa leitura.

Pergunta rápida
E agora, o PR vai pedir a vaga de Piuí na Câmara, após expulsá-lo do partido por infidelidade partidária?

Eu Recomendo!
Vou sugerir, hoje, como filme para o fim de semana, um longa de animação. Trata-se de A Fantástica História da Pizza (Toto Sapore e la Magica Storia Della Pizza – Itália, 2003). Ele conta a história de Toto Sapore, um jovem contador de histórias com o sonho de se tornar um grande cozinheiro. Ao fazer amizade com Pulcinella, ela lhe dá de presente quatro panelas velhas e mágicas, que transformam qualquer alimento em maravilhosas e apetitosas comidas. Enquanto isso, uma guerra entre os reinos da França e de Nápoles está prestes a estourar. Quando os exércitos de ambos os reinos estão prontos para a batalha, Toto Sapore junta alguns ingredientes, e com habilidade de um grande cozinheiro cria um novo prato, a pizza. A direção é de Maurizio Forestieri. Duração 78 minutos. Mais informações: http://www.totosapore.it

Frase da semana
“Estou no meu direito de cidadão e não estou inconveniente”. José Augusto Corrêa, o Gu Tigers, ao defender seu protesto silencioso no auditório do Plenário da Câmara, antes de deixar o local, onde compareceu vestido de imperador César e carregando uma pizza nas mãos. Quarta-feira, 16. Na Gazeta.

Antonio Claudio Bontorim

quinta-feira, 17 de março de 2011

Triste abandono
Por força da necessidade, ontem pela manhã tive que fazer alguns trajetos diferentes do quais estou acostumado. Que surpresa desagradável ao circular por algumas rotatórias e áreas públicas do município. Mato algo, sujeira e buracos. Muitos buracos. Aliás, tema recorrente em matérias diárias nesta Gazeta. Falta total de respeito com o cidadão, que paga os seus impostos e quer ver o poder público honrando seus compromissos. Tudo muito longe de acontecer por aqui.

E por falar em...
...poder público, os arroubos de descontentamento do prefeito Sílvio Félix (PDT), afirmando que “cabeças poderão rolar”, caso os problemas no anel viário não sejam solucionados em dois dias, é puro jogo de cena. Desde que começaram esses problemas - consequências de obras mal feitas - a Prefeitura precisaria comprar muita guilhotina para atender Félix. Maria Antonieta, lá da França de Luiz XVI, deve estar procurando a sua cabeça até agora. Menos, menos!

Assim é demais!
Vem do secretário de Obras uma nova pérola para os anais da política limeirense. “Está chovendo muito, não tinha como prever”, arriscou-se Celso José Gonçalves ao tentar explicar os problemas no próprio anel viário. Engraçado, como se não fosse previsível essa aguaceira toda, nos três primeiros meses do ano - janeiro, fevereiro e março - tradicionais por índices pluviométricos elevados. A população, que é quem sofre com tudo isso, não merece tamanho escárnio, vindo de agentes públicos de primeiro escalão. Depois, nós jornalistas, é que somos intransigentes e só sabemos criticar. Chega uma hora em que a paciência esgota. Como agora!

Lembrando Tom
Já cantou em prosa e verso, o poeta, músico e compositor Tom Jobim, sobre as águas de março: “É pau, é pedra, é o fim do caminho. É um resto de toco, é um pouco sozinho. É um caco de vidro, é a vida, é o sol. É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol... são as águas de março, fechando o verão”.

Longa-metragem
A CPI da Merenda, na Câmara Municipal, está em momento de filme de horror e mistério. Está no ritmo do clássico estrelado por Anthony Hopkins e Jodie Foster, “O Silêncio dos Inocentes”. O eleitor deve interpretar como melhor lhe convier. Ontem falaram os ex-vereadores José Carlos Pinto (PT) e Carlos Gomes Ferraresi (PDT) e o vereador afastado César Cortez (PV). A oitiva, que começou às 10h30, terminou por volta de 17h30.

Português claro
Para não perder o pique, hoje vou tratar de uma palavrinha muito falada nestes últimos dias. Trata-se de escândalo, segundo o dicionário Houaiss da língua portuguesa, um substantivo masculino. Escândalo significa: fato ou acontecimento que contraria e ofende sentimentos, crenças ou convenções morais, sociais ou religiosas estabelecidas; indignação, perplexidade ou sentimento de revolta provocados por ato que viola convenções morais e regras de decoro; aquilo que pode levar a erro, a mau procedimento ou a pecado; ato que envolve desordem, tumulto, quebra de uma ordem estabelecida; fato revoltante, inaceitável pela consciência civilizada. Fácil de entender, não é mesmo?

A última de hoje
A sensação, na Câmara Municipal, ontem, foi o Gu Tigers, editor do Diário Tigers, vestido de imperador romano e segurando uma pizza nas mãos. Foi retirado do plenário, numa mostra de como funciona a democracia na chamada “casa do povo”. Nota 10 ao Gu, pela coragem. E quem ordenou sua retirada nem zero merece!

Antonio Claudio Bontorim

terça-feira, 15 de março de 2011

A mídia e o foco único

Assistindo ao Fantástico, no domingo, depois de acompanhar noticiários de outras emissoras e também pela mídia impressa sobre o terrível evento no Japão, comecei a refletir sobre o nosso papel, enquanto comunicadores, e a incrível e indisfarçável aptidão que temos ao foco único. Vejamos. Um terremoto seguido de um tsunami devasta a costa leste do Japão, causa milhares de mortes - ainda incontadas - e outras tantas vítimas continuam desaparecidas. Destrói cidades inteiras e põe em risco boa parte do sistema energético japonês, abastecido por usinas nucleares, que também sofreram os efeitos da catástrofe e agora ameaçam com outra: a possibilidade de vazamento de radiação dos reatores superaquecidos e expostos. Tragédia que abalou a comunidade internacional, provocando grande comoção.
É , justificadamente e pela própria grandiosidade do acontecido, pauta de momento da mídia mundial. Mídia que não consegue, entretanto, dosar coberturas e vai repetindo imagens, recontando histórias, produzindo os mesmos recortes e chavões, que chegam a causar mal-estar até mesmo nos acostumados a lidar com notícias dessa natureza; até mais chocantes. Nós jornalistas não somos carniceiros, mas agimos como tal em algumas oportunidades. A repetição exaustiva banaliza o fato.
Enquanto isso, uma outra tragédia, até dias atrás também foco único dessa mesma mídia, vai exterminando centenas, talvez até milhares de pessoas, agora esquecidas pelos desertos, enquanto a lama inunda as telas de tvs, sites noticiosos e capas de jornais e revistas. Estou falando da Líbia, de Muammar Gaddafi, que deve estar se deliciando com a catástrofe que abalou a terra do sol nascente, tirando-lhe do alvo da cobertura midiática, enquanto vai patrocinando sua chacina particular, dizimando seus contrários, revoltosos e cansados pela falta de liberdade e de oportunidades, simplesmente por conta de seu egocentrismo.
É preciso, toda vez que fatos dessa natureza aconteçam, fazermos uma autocrítica da nossa própria atuação, enquanto formadores de opinião. Está nos faltando - a nós jornalistas e aos próprios meios de comunicação - bom senso e sobrando oportunismo. As mazelas humanas sempre rendem longas coberturas - sensacionalistas, às vezes - e garantem audiência à mídia eletrônica e boa vendagem à impressa. Não podemos mediar a dor da nação japonesa; nem simplesmente tirar-lhe o foco instantaneamente. Temos, porém, condições de conter um banho de sangue na Líbia, se soubermos dividir esse foco com as agruras do país do sanguinário Gaddafi. Um reconhecimento oportuno ao erro do foco único, que ainda não aprendemos a corrigir. Se é que vamos corrigi-lo um dia!

Antonio Claudio Bontorim

Consumidor ainda é desrespeitado!

Mesmo com a lei do telemarketing, que possibilita o consumidor cadastrar seu telefone - fixo ou celular - para bloqueio de recebimento de ligações dessa natureza, algumas empresas ainda desrespeitam a legislação e incomodam demais os usuários. Na semana passada, após o carnaval, minha filha começou a receber ligações do serviço de vendas da operadora de telefonia celular Oi e, mesmo dizendo que não queria nada, a vendedora insistia em conversar. E quando ela passou o celular para mim, a ligação foi desligada. E não parou nisso. Somente na última quinta-feira, 10, foram mais de cinco ligações até as 14h. Houve um momento em que ela não atendeu mais, quando registrava o número em seu aparelho. A Oi insistia em oferecer um chip grátis, para teste. É preciso mais respeito ao consumidor. Ainda há serviços como de cartões de crédito e agências bancárias que continuam insistindo, mesmo após sucessivas negativas. A maioria dos serviços de telemarketing, entretanto, se adequou bem à legislação estadual. Minha filha não atendeu mais às ligações, pois pretendo, com o número registrado, acionar o Procon.

Vale a denúncia
Sempre que o consumidor se sentir acuado no seu direito de livre escolha, ele tem o dever de denunciar o serviço de telemarketing e a empresa que o incomodam com telefonemas. O operador do serviço tem obrigação de, quando ouvir um não, parar imediatamente com a conversa, agradecer e desligar o telefone. Muitos serviços dessa natureza são prontos e não insistem. Porém, há aqueles que se sentem no direito em perturbar o cliente.

Só para lembrar
A lei de telemarketing é estadual. Tem o número 13.226 e foi sancionada pelo então governador José Serra (PSDB), no dia 31 de dezembro de 2008 e possibilita um cadastro para o bloqueio do recebimento de ligações de telemarketing no estado de São Paulo, beneficia os usuários de telefonia fixa e de celular com o DDD do estado. E mesmo que o estabelecimento de telemarketing seja de outro estado, o consumidor estará protegido.

Está esgotando...
O Shopping Pátio tem até amanhã para cumprir as exigências do Tribunal de Justiça (TJ-SP), cuja liminar garantiu, por 17 dias, que o empreendimento permanecesse aberto. Se as exigências não forem atendidas, a partir de terça-feira, 15, essa liminar perde sua validade e há risco de ser fechado novamente.

Carnaval de rua
O secretário de Turismo e Eventos, Marcos Francisco Camargo, após nota desta coluna, criticando a divulgação do público - superestimado, em minha opinião - do carnaval de rua em Limeira, enviou nota explicando como chegou àqueles números (30 mil pessoas). Segundo ele, “a estimativa do público presente foi baseada na lotação da arquibancada, mais o número de pessoas concentradas ao longo de toda a avenida que tem cerca de 1.500 metros, mais o público sobre o viaduto e o grande número de pessoas concentradas ao longo de toda a Marginal do outro lado do Ribeirão Tatu, onde, houve grande rotatividade de veículos, mais as cerca de 1.000 pessoas que desfilaram”. Embora ainda não concorde com ele, achei suas explicações plausíveis e nada mais justo do que garantir-lhe o direito à réplica.

O apoio popular
A população limeirense, carente de eventos dessa natureza, aplaudiu a iniciativa. Sobre o fato de ter citado também, que o público divulgado superava os 10% da população limeirense, Marcos Camargo comentou: “quanto ao fato de nossa estimativa beirar os 10% da população, não é absurdo devido à ansiedade pela realização do evento, que teve grande apoio da população”. Nisso ele tem razão. O abandono da administração pública a esta festa popular nos últimos anos gerou expectativas sobre sua realização o que acabou atraindo, sim, um bom público, que deve aumentar no próximo ano, caso aconteça novamente.

Silêncio de ouro
Acabar com os chamados paredões de som, ou seja, com o som alto no porta-malas dos veículos, nas vias públicas de Limeira. Este é o projeto de lei apresentado na Câmara, de autoria da vereadora Nilce Segalla (PTB), que justifica a necessidade de combater a poluição sonora. Trata-se de uma iniciativa que terá amplo respaldo popular. Em especial como garantia de sossego nas madrugadas, horário preferido em que alguns imbecis trafegam com seus carros ou utilitários com o som em elevado volume, em total desrespeito à população e à lei do silêncio. Se virar de fato lei, precisa ser aplicada em sua plenitude. Excelente iniciativa!

Se você quer ler
Para quem gosta de música de orquestra, de baile para ser um pouco mais saudosista, aqui vai uma sugestão interessante. Trata-se do livro Orquestra Tabajara de Severino Araújo, do escritor e memorialista Carlos Henrique Coraúcci. Como está no subtítulo, trata-se de “A vida musical da eterna big band brasileira”. Com minúcias e muito lirismo, Coraúcci consegue passar ao leitor até mesmo o ritmo das audições musicais do maestro e músico Severino Araújo e sua orquestra. O livro foi lançado em 2009 pela Companhia Editora Nacional. Para quem gosta de livro de memória histórica é uma excelente pedida. Boa leitura a todos!

Pergunta rápida
Algum dia a Prefeitura conseguirá sincronizar os semáforos aqui em Limeira?

Eu Recomendo!
Um clássico dos anos 30, do inigualável diretor John Ford. O filme de hoje, é O Delator (The Informer – EUA, 1935), um drama com duração de 91 minutos em p&b, estrelado por Victor McLaglen, Heather Angel, Preston Foster, Donald Meek, Margot Grahame, Una O’Connor, J.M. Kerrigan, Neil Fitzgerald, Joe Sawyer e Wallace Ford. Ambienta-se numa Dublin da década de 20, na efervescência do Exército Republicano Irlandês, o IRA e conta a história de Gypo, que em troca de dinheiro entrega seu melhor amigo. Porém, além de ver o amigo ser morto, Gypo passa a ser perseguido pelo próprio IRA. Há, ainda, outra versão do filme dos anos 2000, só que se trata de uma comédia. O nome é o mesmo: O Delator (The Informant - EUA, 2009), de Steven Soderbergh. O enredo é ambientado numa empresa, e traz no elenco Frank Welker, Matt Damon, Melanie Lynskey, Patton Oswalt e Scott Bakul. Para todos os gostos.

Frase da semana
“A criação geme em dores de parto”. Versículo da Bíblia (em Romanos, 8,22) e lema da Campanha da Fraternidade 2011, cujo tema é “Fraternidade e a vida no planeta”, lançada oficialmente em Limeira na última quinta-feira, 10.

Antonio Claudio Bontorim

quinta-feira, 10 de março de 2011

Um perigo real
“Fraternidade e a Vida no Planeta”. Este é o tema da Campanha da Fraternidade 2011, que tem como lema “A criação geme em dores de parto” e vai debater os problemas ambientais provocados pelo aquecimento global e suas consequencias para todo o planeta. Esse debate é importante e segue como mais uma tentativa de conscientizar o cidadão sobre as questões ambientais, pois ainda há resistência em muita gente em aceitar que o perigo está à sua frente. É uma responsabilidade coletiva, mas que passa por cada um de nós. Se não agirmos agora não teremos o direito de reclamar no futuro!

Menos, menos...
“O retorno do carnaval de Rua de Limeira atraiu um grande público nas noites dos dias 5 e 7 de março, sábado e segunda-feira, na Marginal Oeste. Segundo dados levantados pela Secretaria de Turismo e Eventos, cerca de 30 mil pessoas estiveram no local para prestigiar as três escolas e nove blocos de samba”. Essa informação é de um release distribuído ontem pela Assessoria Geral de Comunicação da Prefeitura. Uma estimativa que representa quase 10% da população limeirense.

E foi às nuvens
A divulgação desses números é um risco à credibilidade da boa e louvável iniciativa da Secretaria de Turismo e Eventos, que colocou o bloco na rua para que o evento fosse realizado. Um balanço que pode manchar também futuras realizações dessa natureza. Pés no chão, sempre. A melhor política para o sucesso!

Depois da folia
A sessão da Câmara, ontem, ainda estava em ritmo de carnaval. Foi muito confusa e truncada em sua primeira hora. A todo o momento os vereadores pediam suspensão dos trabalhos por um minuto ou mais. Foram muitos pedidos nesse sentido, interrompendo a sessão. A certa altura até a presidente da Casa, vereadora Elza Tank (PTB) acabou se confundindo e pediu dois minutos de silêncio. Logo em seguida ela corrigiu, suspendendo os trabalhos.

Aprovou geral
A sessão de ontem também limpou pauta de requerimentos apresentados por vereadores. E todos foram aprovados. Até os mais polêmicos. E por unanimidade!

Português claro
Na política e no amor, existe uma força maior, que deveria imperar sempre. Essa força chama-se fidelidade. Esta é a palavra que vamos definir hoje, levando-se em consideração justamente essas duas situações. Fidelidade, segundo o dicionário Houaiss da língua portuguesa é um substantivo feminino, cujos significados são: característica do que é fiel, do que demonstra zelo, respeito por alguém ou algo; lealdade; constância nos compromissos assumidos com outrem; constância de hábitos, de atitudes. Se alguém não entendeu é só consultar o dicionário!

A última de hoje
O ano teve início no dia primeiro de janeiro. E não agora, como fim do carnaval. Para aqueles que acham que tudo começa depois da folia de Momo, vale lembrar que já estamos no terceiro mês de 2011. O primeiro trimestre caminha rápido e o tempo que ficou para traz não dá mais para ser recuperado. Se ainda temos mais nove meses e alguns dias, ainda dá tempo de acordar.

Antonio Claudio Bontorim

quarta-feira, 9 de março de 2011

Folia e recomeço

Hoje, terça-feira de carnaval, um feriado que nunca foi, mas sempre é, encerra-se o reinado de Momo. O burlesco personagem que embala os quatro dias e quatro noites de folia, que em muitos provoca euforia e para outros tantos servem de reclusão, ávidos por deixar o estresse do trabalho, a correria diária e engatar nesse curto espaço de tempo, uma recarga de bateria para enfrentar o restante do ano. Ou seu início oficial. De qualquer forma, esses dois grupos distintos - os foliões e os recolhidos - refletem a versatilidade do povo brasileiro e sua facilidade de adaptação.
Com ou sem ressaca, o fato é que cada um a seu modo enfrentará a quarta-feira de cinzas com as mesmas expectativas. A labuta no dia a dia que se segue no pós-marchinhas e batucadas é igual para todos. E neste caso não há diferenças, que possam comprometer o recomeço.
Se o ano começa ou não apenas após o carnaval é uma questão de interpretação, mas se tornou quase que uma regra na concepção do famoso jeitinho, tão afeto às nossas raízes culturais. Isso, entretanto, não vem ao caso. É preciso, e essa é a verdadeira questão que gostaria de trazer à luz nesse pequeno espaço, transportar o espírito da alegria que nos enleva, ao nosso cotidiano, mesmo após a última pancada da baqueta no surdo. Não se pode, nunca, deixar que essa alegre e cativante música nos entorpeça. E nem nos transporte de volta à consciência de tal forma, como se fosse um fardo difícil de carregar. Não o é!
Mais que recomeçar, é preciso entender o significado desse recomeço. E, acima de tudo, vislumbrar o que de lição isso pode nos trazer. A principal delas é o saber adaptar-se às transformações, que nos aguardam daqui para frente. E como temos habilidade de sobra para enfrentar as adversidades em todas essas circunstâncias, como escrevi no início deste texto, o que vai fazer a diferença será justamente a atitude que iremos tomar.
O fato de pendurar a fantasia não significa abrir mão da alegria. Para além disso, não se pode prescindir dessa alegria para enfrentar as responsabilidades, que virão daqui para frente. E que todos, tanto os foliões como os eternos reclusos, que abominam o carnaval, entendam que fazem parte dessa complexa engrenagem chamada realidade. Dela ninguém pode fugir. Não há como se esconder!

Antonio Claudio Bontorim

segunda-feira, 7 de março de 2011

Hora de parar e pensar. E muito!

“De um dia para outro são confirmados mais 10 casos de dengue em Limeira”. Este é o título de matéria da jornalista Renata Reis, publicada nesta Gazeta na última quinta-feira. Ou seja, em 24 horas nada mais nada menos que dez pessoas tiveram resultado positivo de infecção pelo mosquito Aedes aegypti. O que mais assusta é que já era previsível, como vinha alertando o secretário da Saúde, Gerson Hansen Martins. Confirmados esses dez novos infectados, Limeira já contabilizava, na tarde de quinta-feira, 43 casos de dengue, viabilizando assim a possibilidade de uma epidemia neste 2011 que mal começou. E a previsão do secretário da Saúde continua a mesma do final de 2010: o município pode chegar a dois mil doentes. Infelizmente é fácil constatar, entretanto, que a falta de consciência popular na questão sanitária de combate aos criadouros do mosquito ainda é a grande vilã da história. Em que pesem todas as campanhas de esclarecimento e o forte papel da mídia na divulgação dessas informações. Nunca é tarde, porém, para reforçar o papel do cidadão nesse processo de conscientização. A responsabilidade é só dele.

Folia com alegria
A corte de Momo já está nas ruas. E para que a alegria não se transforme em tristeza, vale lembrar sempre alguns preceitos básicos para se divertir. E que dependem exclusivamente de cada um de nós. Sem excessos e com atenção redobrada na hora de sair para a folia. Evitar o consumo exagerado de álcool, principalmente se for dirigir; camisinha no bolso e lembrar que no ano que vem tem mais! Moderação é a dica.

Ecoponto? Ou....
...um lixão disfarçado? Situação mostrada por esta Gazeta na sexta-feira, sobre a investigação do Ministério Público em 18 ecopontos de Limeira, é de assustar qualquer um. O que deveria ser um local para descarte de alguns tipos de resíduos, tornou-se uma espécie de miniaterro, que de sanitário não tem nada. Além do lixo doméstico, pneus, entre outros dejetos, até animais mortos são despejados em alguns deles. Tudo ecologicamente incorreto.

Quem é culpado?
Vendo a situação mostrada, que chega ao absurdo, é preciso criticar o poder público, que administra esses locais, pela ausência de fiscalização (é a única explicação para tanta sujeira assim!). E, também e principalmente, a população, que parece ainda não ter entendido a verdadeira função de um ecoponto. A falta de consciência e o desrespeito com o próximo são de irritar qualquer um. E quem não tem nada a ver com isso é que se vê obrigado a denunciar aos meios de comunicação o tamanho descaso. E como punir os irresponsáveis que agem dessa forma, se não há fiscais para autuar? Às vezes é fácil criticar os agentes públicos. Se a população, que é a mais interessada, porém, não agir de forma correta, não tem o direito de cobrar depois. É preciso entender que há direitos e deveres.

Agora é oficial
O relator do Conselho de Ética do PR, Pietro Parronchi, pediu na sexta-feira a expulsão do vereador Antonio Braz do Nascimento, o Piuí, do partido por ter desobedecido deliberação no caso da votação para a presidência da Câmara. Ele deveria votar em Mário Botion (PR) e votou em Elza Tank (PTB). O Conselho aprovou e, provavelmente na próxima quinta-feira, o Diretório votará o pedido. Se não houver interferência de última hora e nem movimentos alheios, mas conhecidos, Piuí deve mesmo ser expulso. O que vai acontecer depois é uma incógnita. Partido pode, inclusive, pedir sua cadeira na Câmara! É esperar para ver.

Lição aprendida
Existe uma frase interessante, um ditado popular, mesmo, que diz o seguinte: “São dois caminhos para o aprendizado. O caminho da dor e o caminho do amor”. Não sei se é nessa ordem e nem se é falado dessa forma. Isso entretanto não tem importância. O que vale é o conteúdo e o conceito que essas palavrinhas passam, quando queremos estimular ou dissuadir alguém. Tem muito a ver com a questão das escolhas que fazemos. E é sempre bom lembrar que se aprende de ambas as formas, porém muitos insistem em rasgar a carne em espinhos do que sentir a maciez das pétalas das rosas. Esta semana foi pródiga nesse ensinamento!

Se você quer ler
Hoje minha sugestão de leitura é técnica. E dirigida principalmente a jornalistas, militantes de redações ou de assessoria de imprensa. Como citei três autores na coluna de domingo passado, quando tratei do assunto Shopping Pátio, vou sugerir um livro em que dois deles apresentam suas experiências. Estou falando de Assessoria de Imprensa - teoria e prática, de Elisa Kopplin e Luiz Artur Ferraretto. O livro nos dá uma noção interessante “das origens históricas à redação de relises (assim mesmo, como está escrito aportuguesado) e a produção de periódicos, passando, ainda, pelos aspectos éticos e legais da Assessoria de Imprensa”. Entendo como leitura obrigatória para jornalistas, que desejam alargar seus horizontes e entender essa dinâmica da comunicação de massas. 152 páginas.

Pergunta rápida
Há quanto tempo não se vê um agente de trânsito patrulhando o centro da cidade?

Eu Recomendo!
Por sugestão do amigo Rafael Sereno, aqui da Redação, o filme de hoje vem lá da década de 1980. E tem Tom Hanks como protagonista. Trata-se de Um Dia a Casa Cai (The Money Pit – EUA, 1986). Traz na direção Richard Benjamin e complementa seu elenco com Shelley Long, Alexander Gordunov, Maureen Stapleton, Joe Mant egna entre outros. O filme conta a história de um jovem casal, que ao comprar uma mansão descobre gradativamente que nada funciona dentro da casa sem uma reforma geral. Só que eles gastaram tudo que tinham para adquirí-la e o orçamento para torná-la habitável é extremamente alto, então decidem fazer qualquer coisa para alcançar este objetivo e se envolvem em diversas confusões. É riso certo. 91 minutos.

Frase da semana
“Eu já fumei muito e me arrependo. Mas desde que conheci Deus eu não voltei a fumar, por isso estou tranquilo”. Do atacante Wilder Medina, 30, do Deportes Tolima, da Colômbia, pego em exame antidoping. Wilder fez o segundo gol contra o Corinthians, eliminando o time brasileiro na pré-Libertadores. Na Folha.com-esporte. Sexta-feira, 4.

Antonio Claudio Bontorim

sexta-feira, 4 de março de 2011

Será que vai??
A possível punição ao vereador Antonio Braz do Nascimento, o Piuí (PR), anunciada por seu partido, é mais do que justa. Se o PR havia fechado questão em torno do nome de Mário Botion para a Presidência da Câmara, Piui deveria ter seguido a determinação partidária. Ao voltar em Elza Tank (PTB), para não perder as graças do prefeito Silvio Félix (PDT), o Diretório do PR se sentiu no dever de agir contra a desobediência. Uma ação que deve ser tomada de fato e de direito.

Brando demais
Uma atitude, diga-se, que há muito o PSDB limeirense deveria ter tomado em relação ao vereador Almir Pedro dos Santos, que aderiu de forma incondicional à bancada governista. Se o diretório tucano cobra essa fidelidade de Almir, mostra-se fraco demais ao não adotar providências reais ao seu desobediente vereador.

Providências já
Continua a profusão de e-mails com reclamações e denúncias contra o transporte coletivo em Limeira. O que impressiona é que só o Poder Executivo e as próprias empresas não enxergam - ou não querem - isso! A comissão de Câmara até que está fazendo o seu trabalho de forma correta. Até quando vai essa situação?

Não atualizou...
Alguns semáforos do centro e até de bairros não tiveram seus relógios atualizados com o fim do horário de verão. Às 23 horas começam a piscar de forma intermitente. Um problema que acredito seja de fácil solução.

Quero entender
Confesso que estou num momento de dificuldade de raciocínio. Não consigo entender o propósito de alargar ruas e avenidas em Limeira. Penso, logo desisto!

Português claro
Mais que uma palavra uma característica que dever pautar a conduta humana. O que, em muitos casos não ocorre. Estou falando da verdade, um substantivo feminino, conforme o dicionário Houaiss da língua portuguesa. Vamos aos significados de verdade: propriedade de estar conforme com os fatos ou a realidade; a fidelidade de uma representação em relação ao modelo ou original; coisa, fato ou evento real; qualquer ideia, princípio ou julgamento aceito como autêntico; axioma; procedimento sincero, pureza de intenções; correspondência, adequação ou harmonia passível de ser estabelecida, por meio de um discurso ou pensamento, entre a subjetividade cognitiva do intelecto humano e os fatos, eventos e seres da realidade objetiva.

Uma explicação
Quando falamos em verdade, a impressão que se tem é que todo mundo entende e sabe o que é. A sua prática, porém, é ilusória. Pelo menos para muitas pessoas, que acham que a mentira, em alguns casos, pode esconder ações obscuras ou evitar tragédias anunciadas. A palavra é de fácil pronúncia, seu significado, entretanto, é complexo. Tentar transformar uma mentira em verdade pode criar monstros indestrutíveis que, inevitavelmente, se voltarão contra seus criadores.

A última de hoje
O deputado estadual Simão Pedro (PT) estará em Limeira hoje, às 17h. Ele receberá a imprensa em coletiva na Sala de Reunião Vereador Mauro Sérgio Vieira. Na pauta vários assuntos, entre eles a merenda escolar em Limeira e no Estado de SP. O deputado vem à cidade a convite do vereador petista Ronei Martins.

Antonio Claudio Bontorim

terça-feira, 1 de março de 2011

Qual é a dificuldade?

“É justamente nas crises, que se torna vital o papel da comunicação”. Esta frase pincei de um programa de treinamento para formação de porta-vozes, que ministrei, em 2005, numa grande empresa de Limeira. A alta direção queria gerentes atuando como mediadores com a imprensa. Mostrei, à época, e tendo como fontes três grandes nomes da comunicação institucional (Gaudêncio Torquato, Elisa Kopplin e Luiz Artur Ferraretto), como a empresa deveria agir nos mais diversos momentos de sua existência, para manter sempre a opinião pública informada de suas ações. Tanto em tempos de conquistas como em situações de crises.
Vou me ater hoje - e levando em consideração os últimos acontecimentos envolvendo o Shopping Pátio - na ação para o enfrentamento de conflito, no que julgo deva ser uma atuação desejada de uma assessoria de imprensa, que vai ao encontro de tudo aquilo que apresentei há seis anos. Como já estive também do outro lado da redação e com ampla experiência na comunicação de massa, sinto-me seguro em apresentar aqui algumas sugestões - e que não sejam tomadas como verdades absolutas, mas como ideias - para que haja uma satisfação plena da informação e seus objetivos, sem desgastes para qualquer uma das partes.
Para que fique apenas didático, vou fazer três observações: como deve ser a comunicação na crise; como a empresa precisa agir e quem tem de atuar e suas responsabilidades. Depois, que cada um tire sua própria conclusão. A comunicação requer agilidade direcionada a diminuir as incertezas, atenuar as expectativas e criar padrões de entendimento e cordialidade, para reduzir os impactos que podem ser causados. A empresa, por sua vez, tem que evitar o encolhimento, não sonegando informações à comunidade interna e externa, nem gerar climas de turbulência interna, prejudicando o ambiente, e eliminar focos de boatos (quando a comunicação é adequada, ágil e eficiente, o boato se extingue). Uma lagartixa não pode virar um jacaré, dizem os especialistas.
É nesse ponto que entra o papel da assessoria de imprensa, que com habilidade necessária vai facilitar o acesso à informação, não sonegar essa informação, quando solicitada e atenta às necessidades, tanto do público externo como do interno. Pode até parecer simplista, mas não é. É preciso clareza na condução da assessoria com o assessorado, instruindo-o nas ações adequadas. Assessoria de imprensa não é mera produção de releases. É, acima de tudo, o elo entre seu cliente e a comunidade. Por isso é importante e existe. Tanto no setor privado como no serviço público. No caso do shopping, a lagartixa já virou um dragão-de-komodo.

Antonio Claudio Bontorim