Pages

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Apenas tratamento igualitário

O vereador Miguel Lombardi (PR) protocolou projeto de Lei na Câmara para garantir a gratuidade à pessoa idosa em qualquer vaga nos locais denominados “área azul”. Na redação do seu artigo 3º diz: “haverá a dispensa da cobrança de qualquer tarifa ou imposição de qualquer penalidade por infração ao Código Nacional de Transito, bem como ao disposto no artigo 14 da Lei Municipal n.° 2187/89, nos locais denominados “área azul”, nas vagas reservadas aos idosos”. Excelente a proposta, levando-se em consideração que nessa faixa etária homens e mulheres já contribuíram e pagaram muitas taxas e impostos. Livrá-las de mais uma é forma de reconhecimento à sua participação na sociedade. A questão, entretanto, vai muito além dessas isenções e benefícios. É preciso respeito aos direitos dos idosos e um tratamento igual a todos, como seres humanos. E um exemplo da falta de respeito é justamente com as vagas especiais destinadas a eles. Como vereador, Lombardi deveria cobrar, do Executivo, uma fiscalização ao cumprimento das normas já existentes. E com a isenção da tarifa em qualquer vaga!

Espírito Natalino
Algumas lojas do Centro Acima começam a se preparar para o Natal. Muitas já estão com as tradicionais árvores decoradas e com a mangueira de luzes a iluminar os contornos de suas vitrines, portas e janelas. Todas estão se preparando para aquele que deve ser, segundo as pesquisas, um dos melhores natais (comercialmente falando) dos últimos tempos. Otimismo dobrado.

Horário especial
Para completar este otimismo dos empresários do setor, é preciso agora a negociação entre patrões e empregados, visando ao estabelecimento do horário especial de funcionamento das lojas. Trabalhadores e empresários precisam agora se unir para proporcionar o melhor atendimento ao consumidor, que também está otimista. Para que isso se confirme, só mesmo o bom atendimento.

E agora, Eliseu?
O episódio envolvendo o vereador Mário Botion (PR), que registrou boletim de ocorrência contra o secretário de Negócios Jurídicos da Câmara, o advogado Fernando Lencioni, por desacato, merece reflexão. E vem justamente no sentido da postura do presidente da Casa, Eliseu Daniel dos Santos (PDT), que tem obrigação de defender o vereador, apurando todos os fatos de forma imparcial e tomando as providências cabíveis em tal situação. Se Eliseu não agir com rigor, seu forte discurso proferido logo após as eleições vai por águas abaixo. E pode minar suas pretensões políticas futuras. A sociedade aguarda uma resposta à altura de um parlamentar presidente de Câmara, cuja gestão termina no dia 31 de dezembro. Espera-se que Eliseu não seja o José, de Carlos Drummond de Andrade.

Quem viu, calou!
Os vereadores Raul Nilsen Filho (PMDB), Silvio Brito (PDT), que participavam da mesma reunião do incidente, se calaram e não quiseram falar com a imprensa. Eles também têm obrigação de defender o colega de Legislativo. Antonio Braz do Nascimento (PR), o Piui, que é do mesmo partido de Botion, também teria presenciado a cena, mas a exemplo dos dois primeiros, se calou. E viva Pilatos, o das mãos lavadas em público. Quem se habilita a levar uma toalha?

Pode melhorar
Em política nada é inexplicável.Tudo é permitido, embora muita coisa difícil de ser admitida do ponto de vista ético ou moral. Na prática, entretanto, algumas atitudes, mesmo carentes de lógica, não são isentas de análises. Ao nomear José Carlos Pejon para o cargo de secretário chefe de Gabinete - seu adversário político até então - o prefeito Silvio Félix pode ter contribuído para uma melhora nas relações Poder Executivo-imprensa, que é complicada. Não adianta Félix dizer que está sempre aberto, que não é verdade. Até mesmo alguns de seus secretários são inatingíveis. Pejon, por sua facilidade de comunicação e atenção que dá aos jornalistas, pode mudar esse panorama. Ou melhor, espera-se que haja essa mudança. Transparência maior para ambos os lados.

Se você quer ler
Minha sugestão de leitura para esta semana é Cem Anos de Solidão (Cien Años de Soledad, no original), de Gabriel Garcia Márquez. A obra, que é um clássico da literatura latino-americana e mundial, conta a história de Macondo, uma cidade mítica, e a dos descendentes de seu fundador, José Arcadio Buendía, durante um século. Lançado em 1967, o livro mescla revoluções e fantasmas, incesto, corrupção e loucura, tudo tratado com naturalidade. Mesmo com o chamado “realismo mágico” García Márquez, não esconde a realidade de que trata, neste caso a história brutal e às vezes inacreditável dos países latino-americanos. Alguns estudiosos dão conta que ele escreve, também, um pouco sobre sua infância. Enfim, é um livro para ser lido e entendido.

Eu Recomendo!
Hoje vou de clássico. E do diretor sueco Ingmar Bergman (Gritos e Sussurros, Cenas de um Casamento...). O filme recomendado é Morangos Silvestres (Smultronstället - Suécia, 1957). O roteiro também é de Bergman e traz no elenco Gunnar Björnstrand, Bibi Andersson, Victor Sjöström, Ingrid Thulin, Gunnar Sjöberg, Jullan Kindahl, Folke Sundquist e Max von Sydow. O velho professor Isak Borg viaja de carro para uma universidade para receber uma homenagem. No caminho, depara-se com estranhos e parentes, o que o faz reviver velhos momentos de sua vida e tentar descobrir o significado de estranhos sonhos que vinha tendo. 91 minutos. E apesar de ser em preto e branco, tem um fotografia maravilhosa.

Frase da semana
“Acabou a tranquilidade do bairro”. De um morador do Granja Machado, sobre a insegurança no local, após duas ações criminosas. Na sexta-feira, 12, na Gazeta.

Antonio Claudio Bontorim

0 comentários: