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terça-feira, 29 de dezembro de 2009

2010? Então feliz 2011!

Na próxima terça-feira, quando voltarei a publicar um novo artigo neste espaço, estaremos no ano-novo. Ano emblemático. O último da primeira década do Século XXI e também de eleições - quase gerais - por aqui. Se virou ideia corrente que o ano no Brasil só começa depois do carnaval e como será eminentemente político, seu início de fato deve acontecer apenas depois do pleito que vai eleger deputados (estaduais e federais), senadores, governadores e presidente da República, em outubro. Após o segundo turno. Onde houver. Então será hora de preparação para os festejos de Natal e fim de ano. Pronto! Lá se foi 2010...
Pode até parecer conversa de louco, mas não é não! Basta lembrar que em abril começa a vigorar o calendário político oficial estipulado pela legislação eleitoral , aquele que deve ser cumprido pelos candidatos (os que terão seus nomes e fotos estampados na urna eletrônica). Março, portanto, e sob o signo da Quaresma cristã, passa a ser o único mês inteiro. Novembro e dezembro acabarão sendo diluídos entre os festejos dos eleitos e a figura comercial do Papai Noel.
Fácil de entender! O difícil é compreender tamanha discrepância entre a realidade e esse mundo criado pelos políticos, feito uma verdadeira Torre de Babel, porém corporativo na hora de repartir os dividendos, sejam eles da esquerda, da direita, do centro e de tantas outras direções, que contemplam as mais diferentes ideologias. E a nós, simples mortais, cidadãos e contribuintes, os verdadeiros patrões dessa turba de intocáveis e que bancamos suas conveniências, pouco ou quase nada nos é dado como retorno. Um lucro não repartido a não ser entre essa privilegiada confraria. Mesmo que entre socos e beijos; tapas e abraços.
Essa é uma reflexão importante em ano eleitoral, no qual tudo se converge para umbigos e vaidades. E uma constatação da perversa disparidade que existe entre o mundo real - aquele que trabalha para construir - e o imaginário improdutivo desses políticos. E se nesse período batemos sempre na mesma tecla, esmurramos sempre as mesmas facas pontiagudas e chamamos a atenção para temas recorrentes, é para trazer o eleitor à consciência, provocar nele um tsunami de princípios e despertá-lo para a difícil procura de uma “agulha no palheiro” entre o amontoado de candidatos e números que aparecerão seguidos por currículos quase sempre hilários, com promessas nunca compridas. Ou como Diógenes, que de lanterna em punho em plena luz do dia, vivia à procura de um homem honesto.
Mais uma vez assistiremos a um desfile de personalidades benevolentes, com “invejáveis” folhas de serviços prestados à coletividade e extremamente compromissadas com o povo. Até a apuração do último voto. Depois, tais quais ostras, vão se fechar em suas conchas para se fartarem no banquete da hipocrisia. O ano de 2010 já bate às portas. É preciso precaver-se na hora de confirmar o “sim” na urna eletrônica. Então, para não perder tempo com um ano que não teremos, um feliz 2011.

Antonio Claudio Bontorim

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