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terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Nada é tão ruim que não possa piorar

Para cada ação positiva da administração Paulo Hadich (PSB), há no mínimo uma dezena delas que puxa seu governo para baixo. E parece não ter fim o seu inferno astral, que começou lá em janeiro de 2013, com as primeiras nomeações de secretários municipais vindos de fora, pela cota partidária, ou do PSB ou do PT. Uma troca de favores para correligionários, que foram derrotados nas urnas e precisavam de espaço e abrigo político para continuar vivos. Mesmo longe de seus domínios. Nomeações que, por quase todo o ano passado, foram alvos – e continuam sendo – de críticas organizados pelas redes sociais ou políticos derrotados nas urnas em 2012.
Sem um esboço de governo e frustrando até mesmo aqueles que nele depositaram confiança, na busca por um “novo tempo” para Limeira, o atual governo ainda não encaixou uma sequência de boas medidas que possibilitassem à população respirar as transformações prometidas em campanha. Ao buscar uma mudança radical e de perfil progressista – pelo menos era assim que se apresentava a coligação petista-socialista – para conduzir os destinos do Município, que vinha de uma experiência ruim de cassação de um prefeito, apostava-se também todas as fichas na quebra de um paradigma: o conservadorismo, que até então indicava quem seria ou não eleito.
As obras – aquelas que estavam em andamento – sofreram uma descontinuidade absurda e ainda patinam sem sair do lugar, o que só aumentava o desgaste político e administrativo do Poder Executivo e, por tabela, até do próprio Legislativo, que, com maioria absoluta governista, começou a avalizar essa paralisia. Se em 2013 o governo não conseguiu estabelecer sua própria marca no Município, nada mudou neste início de 2014. Os pecados do ano passado não foram perdoados e, provavelmente, não o serão até o final deste mandato, que ainda corre sérios riscos de ser cortado pela metade, se os tribunais assim entenderem, na sequência de julgamentos por suspeita de crimes eleitorais. Recentes anúncios de vários benefícios, em conjunto com o governador Geraldo Alckmin (PSDB), transformaram-se em outdoors de pura promoção pessoal. E assim vai.
Com a elevação no tom das críticas à apatia administrativa, reforçadas pela imprensa e através das redes sociais, um novo fenômeno atingiu em cheio a credibilidade da atual administração: a patrulha de alguns comissionados previamente escalados, para desacreditar os autores e fontes dessas críticas e denúncias, ao velho estilo da “perseguição política” e, em alguns casos, até mesmo com ofensas pessoais públicas. Houve um desarranjo intestinal dos vigilantes da opinião pública, que atingiu em cheio o núcleo do poder. E todos conhecem muito bem os efeitos e o cheiro de uma diarreia.
A bola da vez é a Secretaria de Comunicações, com o veto de entrevistas de funcionários públicos à Rádio Educadora, por opiniões críticas em seus programas jornalísticos. Quando se pensa que não há mais como piorar o que está ruim, sempre há quem prove o contrário. De tropeço em tropeço, não é difícil chegar a uma queda que será definitiva. 

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