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domingo, 23 de fevereiro de 2014

Levanta, sacode a poeira e dá volta por cima...

Limeira foi riscada do mapa dos investimentos. O Município está estagnado e com ressaca pela falta de lideranças políticas. Está num “pit stop” que dura mais de dois anos, sem perspectivas de boas notícias. O último grande anúncio, o da Samsung, que até hoje não foi explicado se era real ou apenas marketing da administração anterior, simplesmente foi esquecido e não se vê, por parte da prefeitura, qualquer interesse em retomar o debate. Em dar uma satisfação à população, que perdeu a esperança e está decepcionada com a condução atual da administração pública e da política. Ainda em início de mandato, precisamente no dia 1º de maio, o prefeito Paulo Hadich (PSB) viajou pela Ásia, enquanto a cidade carecia de um líder presente e, até agora, não há qualquer indício de que essa estada tenha trazido – ou vá trazer – benefícios reais de ordem econômica e social. A falta de continuidade e a demora na tomada de decisões contribuem ainda mais para esse clima de incertezas, que tomou conta de tudo e de todos. Falta planejamento e sobram cabeçadas.     

Samba dos bons
Ao me apropriar de um pequeno trecho – talvez o mais significativo - da música composta por Paulo Vanzolini, Volta por cima, como título da nota que está abrindo a coluna deste domingo, apenas estou expressando o meu sentimento, como de todo e qualquer cidadão limeirense, de que é possível retomar o caminho, que foi perdido em algum momento. Está posto o retrato da nossa realidade.

E não desanima...

Vejo como único empecilho para essa retomada de caminho, a não materialização do discurso em realidade. Fala-se, projeta-se e teoriza-se demais. É bem verdade que a teoria é o início da prática, mas para isso é preciso que se chegue até ela, sem medo de errar. Quando se busca o acerto, mesmo cometendo erros, é sinal de que alguma coisa está sendo feita. É desse sentimento que o povo precisa.

Esperança existe
E a população, em sua maioria e que não tem ligações partidárias, mas afetivas com sua cidade, também espera por essa retomada de ações concretas e objetivas. A oposição está no seu papel de propagar – e às vezes provocar o caos - mas o cidadão comum vive na expectativa mais qualidade de vida, o que sem dúvida só vai acontecer se o poder público fizer o seu papel. Se os agentes políticos fizerem o papel que lhes cabe agora.

Uma dívida paga
E conforme esta Gazeta anunciou em sua edição da última sexta-feira, finalmente os animais vão ser transferidos para o novo zoológico, no Horto Florestal. A área foi liberada para o funcionamento e a Secretaria do Meio Ambiente faz o cronograma de transferência. Isso após quatro anos de espera, desde o anúncio da mudança. Ponto positivo para a atual administração, que cumpre agora promessa da anterior.

Precisa aproveitar
Como a oposição está enfraquecida e até mesmo as redes sociais e os movimentos contrários ao PT não tiveram eco de suas críticas, a hora é propícia para tirar Limeira desse marasmo político. Agora, ou nunca.

Soco no estômago
E o que parecia o calvário da administração Hadich pode estar se transformando em paraíso. E um nocaute na oposição, encabeçada pelo candidato derrotado Lusenrique Quintal (PSD). Na sexta-feira, 21, o Ministério Público Eleitoral, apesar das instruções das provas, a promotora substituta, Debora Bertolini Ferreira Simonetti, não viu o abuso denunciado e solicitou a improcedência da ação que pedia a cassação do prefeito e seu vice, Antônio Carlos Lima (PT). A sentença da Justiça Eleitoral deve ser conhecida nesta semana. Está nas mãos da juíza eleitoral, Daniela Mie Murata Barrichello. Se ela corroborar com a tese da Promotoria, a oposição vai se enfraquecer de vez.

Deve se preocupar

O vereador José Roberto Bernardo, o Zé da Mix (PSD) precisa pôr as barbas de molho, apesar de não as ter. A acusação contra seu assessor, Valmir Caetano, se comprovada, é séria demais e pode ter consequências terríveis. Na própria Câmara há exemplos, envolvendo vereadores de gestões passadas, pegos em situações semelhantes. Os nervos estão à flor da pele. E o nervosismo tem tomado conta do Gabinete do vereador.

Na alça de mira
Apesar da ampla maioria na Câmara, e mesmo com possíveis defecções – o vereador André Henrique dos Santos, o Tigrão (PMDB) está quase fora do bloco situacionista e Nilton Santos está insatisfeito – o presidente da Câmara, vereador Ronei Martins (PT), também deve se preocupar com a denúncia do jornalista Thiago Gardinali, braço direito de Quintal. Denúncia que pode ter, sim, alguma consistência. É esperar para ver. 

Pergunta rápida
Por que a oposição está menos barulhenta?

E não pegou bem
A renúncia do deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG), réu do mensalão tucano mineiro e prestes a ser julgado no Supremo Tribunal Federal, foi o assunto da semana que passou. Ele tenta, dessa forma, voltar à justiça comum e livrar seu partido e o candidato à presidência da República, senador Aécio Neves, dos mesmos constrangimentos que os petistas tiveram. Ninguém é ingênuo o suficiente para creditar a renúncia ao próprio Azeredo. E o mais engraçado é que ele fez despencar por terra todo o discurso de seu partido, quando afirmou que o “STF não julga, apenas condena”. E corrobora com a tese dos petistas condenados. Por essa, nem mesmo o FHC esperava.

Nota curtíssima
A atitude de Azeredo mostra fragilidade e certa artificialidade na ética tucana.

Números cruéis
Segundo  pesquisa feita por alunos do curso de publicidade propaganda da Faculdade Anhanguera, e publicada por esta Gazeta, na manchete da sexta-feira, 21, “82% dos entrevistados pouco acompanham os trabalhos da Câmara Municipal. É puro reflexo da realidade política brasileira. Embora haja exceções, a maioria está na vala comum. Há um abismo entre as discussões que ocorrem entre os vereadores e as reais necessidades da população. Daí o desinteresse. O que é ruim para a própria democracia...

Frase da semana
“A oposição não tem a habilidade desses astros do futebol, nem talento”. Do ministro do Esporte Aldo Rebelo, comparando políticos que criticam a Copa do Mundo. Na IstoÉ, edição 2308, do último dia 19.

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