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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Bloco do Já Era
Qualquer tentativa de a prefeitura tentar se explicar quanto ao atraso e disponibilização de verbas às escolas de samba e blocos de Limeira agora é irrelevante. Uma das festas mais populares do Brasil, o carnaval limeirense reflete aquela velha e conhecida marchinha: “ei, você aí, me dá um dinheiro aí, me dá um dinheiro aí…”

Boato corrente
Alimentar expectativas com falsas promessas ou com seu cumprimento tardio, com prazo de validade vencida, foi um tiro no pé. Espera-se agora, que a Secretaria Municipal da Cultura, responsável pela área, não pague a escolas de samba de fora para desfilar em Limeira, como acreditam alguns integrantes dos blocos e escolas locais. Se isso se confirmar, mais uma vez estará comprovada a falta de planejamento dessa administração.

Máscara negra
E o sentimento geral se reflete na marchinha composta por Zé Keti: “Quanto riso, oh, quanta alegria! Mais de mil palhaços no salão...”

E no embalo...
...do carnaval, alguns vereadores continuam produzindo suas pérolas que, com certeza, entrarão para os anais da história política limeirense. Depois a imprensa é que é nefasta.

Tudo empatado
O Ministério Público de Brasília diz que aconteceu uma feijoada na Papuda (DF) para os presos do mensalão do PT. Já em Minas, os tucanos comemoram com muita marmelada a renúncia do deputado Eduardo Azeredo (agora ex), réu no mensalão mineiro, para livrar o senador tucano Aécio Neves, candidato presidencial, de constrangimentos. Com isso, o discurso do PSDB pela ética na política vai para o ralo.

A última de hoje
Os problemas no transporte público urbano continuam. O trânsito não se acerta com seus semáforos. A saúde pública vai mal, com denúncias constantes... Parece, entretanto, que há coisas mais importantes. Como o alpinismo, por exemplo. Dizer o quê? 

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

As incertezas de um ano eleitoral

Todas as pesquisas indicam e, nem mesmo a queda da popularidade de Dilma Rousseff (PT), reverteram, ainda, o quadro que a oposição tanto teme: a reeleição em primeiro turno da presidente e a continuidade da hegemonia petista no governo federal, pelo menos pelos próximos quatro anos. Esse é o quadro de momento, mas tudo leva ao mesmo caminho que, se continuar nesse tom, não será diferente quando outubro chegar. O maior problema enfrentado pelo senador mineiro Aécio Neves (PSDB) e pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), potenciais adversários de Dilma, é justamente a falta de discurso, que convença os eleitores que de fato eles são alternativas de mudança, conforme apregoam, se nem mesmo sabem o que de fato querem dizer com isso.
Que a disputa ficará entre esses três nomes – embora a recém-socialista Marina Silva ainda seja a opção mais viável a levar a eleição para um segundo turno – ninguém tem dúvidas. Como não pode ser descartada uma aliança entre o próprio PSDB e PSB, que esbarra, porém, na vaidade tanto de Aécio, como de Campos, que deliram com a possibilidade de chegar ao Palácio do Planalto. E com a base aliada do governo em guerra declarada, tudo se tornaria mais fácil, caso houvesse interesse de fato para entender os anseios da população, refletida nos números das recentes pesquisas. O que não acontece. Situação que reflete os apontamentos da presidente do Ibope, Márcia Cavallari, em entrevista ao jornal espanhol El País, com a autoridade que o cargo lhe permite, quando afirma que “os brasileiros desejam mudança, mas não a veem representada na oposição”. É esse sentimento que mantém a vantagem de Dilma Rousseff na corrida presidencial, e até porque há indicativos, por parte dos próprios candidatos, de que não se antenaram ainda com as novas aspirações dos brasileiros.
O pessebista Campos, assim que colocou o bloco na rua, afirmou que sua proposta era de reforçar as conquistas dos governos Lula e Dilma, colocando apenas um complemento que reflete esse continuísmo. “O Brasil quer mais”, tem afirmado o governador pernambucano, até o ano passado aliado incondicional do governo federal. Ele joga todas as suas fichas que a aliança com Marina, provável a vice de sua chapa, possa transferir-lhe os votos da ex-senadora verde, que também já passou pelo petismo. E não deixa de acenar com uma possível aliança aos tucanos num segundo turno. Sua volatilidade ideológica, entretanto, o descredencia para ser o verdadeiro representante de uma mudança.     
O tucano Aécio Neves, por sua vez, até agora não apresentou propostas reais para o País. Ele tem apostado na desconstrução da administração do PT e acenado para a continuidade dos programas sociais que deram certo nesses quase 12 anos. E dá mostras de que vai repetir os oito anos de FHC, quando começa a montar sua equipe, ressuscitando figuras do antigo governo, como Armínio Fraga, José Roberto Mendonça de Barros, entre outros. Ora, se o discurso é o da mudança, então é preciso arejar o projeto de governo. Continuar o que está dando certo é uma obrigação de qualquer governo. O que não se vê, porém, é a novidade, tão esperada por todos. O modelo petista talvez esteja se esgotando, mas a julgar pelo comportamento daqueles que acenam com a mudança, ele vai continuar por mais quatro anos. 

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Levanta, sacode a poeira e dá volta por cima...

Limeira foi riscada do mapa dos investimentos. O Município está estagnado e com ressaca pela falta de lideranças políticas. Está num “pit stop” que dura mais de dois anos, sem perspectivas de boas notícias. O último grande anúncio, o da Samsung, que até hoje não foi explicado se era real ou apenas marketing da administração anterior, simplesmente foi esquecido e não se vê, por parte da prefeitura, qualquer interesse em retomar o debate. Em dar uma satisfação à população, que perdeu a esperança e está decepcionada com a condução atual da administração pública e da política. Ainda em início de mandato, precisamente no dia 1º de maio, o prefeito Paulo Hadich (PSB) viajou pela Ásia, enquanto a cidade carecia de um líder presente e, até agora, não há qualquer indício de que essa estada tenha trazido – ou vá trazer – benefícios reais de ordem econômica e social. A falta de continuidade e a demora na tomada de decisões contribuem ainda mais para esse clima de incertezas, que tomou conta de tudo e de todos. Falta planejamento e sobram cabeçadas.     

Samba dos bons
Ao me apropriar de um pequeno trecho – talvez o mais significativo - da música composta por Paulo Vanzolini, Volta por cima, como título da nota que está abrindo a coluna deste domingo, apenas estou expressando o meu sentimento, como de todo e qualquer cidadão limeirense, de que é possível retomar o caminho, que foi perdido em algum momento. Está posto o retrato da nossa realidade.

E não desanima...

Vejo como único empecilho para essa retomada de caminho, a não materialização do discurso em realidade. Fala-se, projeta-se e teoriza-se demais. É bem verdade que a teoria é o início da prática, mas para isso é preciso que se chegue até ela, sem medo de errar. Quando se busca o acerto, mesmo cometendo erros, é sinal de que alguma coisa está sendo feita. É desse sentimento que o povo precisa.

Esperança existe
E a população, em sua maioria e que não tem ligações partidárias, mas afetivas com sua cidade, também espera por essa retomada de ações concretas e objetivas. A oposição está no seu papel de propagar – e às vezes provocar o caos - mas o cidadão comum vive na expectativa mais qualidade de vida, o que sem dúvida só vai acontecer se o poder público fizer o seu papel. Se os agentes políticos fizerem o papel que lhes cabe agora.

Uma dívida paga
E conforme esta Gazeta anunciou em sua edição da última sexta-feira, finalmente os animais vão ser transferidos para o novo zoológico, no Horto Florestal. A área foi liberada para o funcionamento e a Secretaria do Meio Ambiente faz o cronograma de transferência. Isso após quatro anos de espera, desde o anúncio da mudança. Ponto positivo para a atual administração, que cumpre agora promessa da anterior.

Precisa aproveitar
Como a oposição está enfraquecida e até mesmo as redes sociais e os movimentos contrários ao PT não tiveram eco de suas críticas, a hora é propícia para tirar Limeira desse marasmo político. Agora, ou nunca.

Soco no estômago
E o que parecia o calvário da administração Hadich pode estar se transformando em paraíso. E um nocaute na oposição, encabeçada pelo candidato derrotado Lusenrique Quintal (PSD). Na sexta-feira, 21, o Ministério Público Eleitoral, apesar das instruções das provas, a promotora substituta, Debora Bertolini Ferreira Simonetti, não viu o abuso denunciado e solicitou a improcedência da ação que pedia a cassação do prefeito e seu vice, Antônio Carlos Lima (PT). A sentença da Justiça Eleitoral deve ser conhecida nesta semana. Está nas mãos da juíza eleitoral, Daniela Mie Murata Barrichello. Se ela corroborar com a tese da Promotoria, a oposição vai se enfraquecer de vez.

Deve se preocupar

O vereador José Roberto Bernardo, o Zé da Mix (PSD) precisa pôr as barbas de molho, apesar de não as ter. A acusação contra seu assessor, Valmir Caetano, se comprovada, é séria demais e pode ter consequências terríveis. Na própria Câmara há exemplos, envolvendo vereadores de gestões passadas, pegos em situações semelhantes. Os nervos estão à flor da pele. E o nervosismo tem tomado conta do Gabinete do vereador.

Na alça de mira
Apesar da ampla maioria na Câmara, e mesmo com possíveis defecções – o vereador André Henrique dos Santos, o Tigrão (PMDB) está quase fora do bloco situacionista e Nilton Santos está insatisfeito – o presidente da Câmara, vereador Ronei Martins (PT), também deve se preocupar com a denúncia do jornalista Thiago Gardinali, braço direito de Quintal. Denúncia que pode ter, sim, alguma consistência. É esperar para ver. 

Pergunta rápida
Por que a oposição está menos barulhenta?

E não pegou bem
A renúncia do deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG), réu do mensalão tucano mineiro e prestes a ser julgado no Supremo Tribunal Federal, foi o assunto da semana que passou. Ele tenta, dessa forma, voltar à justiça comum e livrar seu partido e o candidato à presidência da República, senador Aécio Neves, dos mesmos constrangimentos que os petistas tiveram. Ninguém é ingênuo o suficiente para creditar a renúncia ao próprio Azeredo. E o mais engraçado é que ele fez despencar por terra todo o discurso de seu partido, quando afirmou que o “STF não julga, apenas condena”. E corrobora com a tese dos petistas condenados. Por essa, nem mesmo o FHC esperava.

Nota curtíssima
A atitude de Azeredo mostra fragilidade e certa artificialidade na ética tucana.

Números cruéis
Segundo  pesquisa feita por alunos do curso de publicidade propaganda da Faculdade Anhanguera, e publicada por esta Gazeta, na manchete da sexta-feira, 21, “82% dos entrevistados pouco acompanham os trabalhos da Câmara Municipal. É puro reflexo da realidade política brasileira. Embora haja exceções, a maioria está na vala comum. Há um abismo entre as discussões que ocorrem entre os vereadores e as reais necessidades da população. Daí o desinteresse. O que é ruim para a própria democracia...

Frase da semana
“A oposição não tem a habilidade desses astros do futebol, nem talento”. Do ministro do Esporte Aldo Rebelo, comparando políticos que criticam a Copa do Mundo. Na IstoÉ, edição 2308, do último dia 19.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Trabalho árduo
Desde 2005, quando Silvio Felix (PDT) assumiu o Poder Executivo, quem mais trabalhou foi o Ministério Público (MP). Abertura de inquéritos, que resultaram em ações civis – ou não – que chegaram ao Judiciário e deram início ao calvário do pedetista até a sua cassação.

Não deu trégua
E quem esperava que, com a ascensão de Paulo Hadich (PSB) ao poder junto com o PT, essa situação mudaria, uma triste surpresa. O MP não teve refresco e continuou com sua missão de fiscalizar, que deveria ser da Câmara e, desde o ano passado, as denúncias não param de chegar, para novos inquéritos e ações.

Para a plateia
Só para ilustrar, um pouco de história. Paulo D’Andréa, prefeito por três vezes, enfrentou apenas um problema em todo esse período. Foi na última gestão (1989-1992). Ele foi parar na delegacia de polícia por conta de ter removido três árvores (espécies não nativas) para o início da construção do Paço, onde hoje funciona o Museu da Joia, o Teatro Nair Bello e o Centro de Formação dos Professores. Por conta de uma denúncia da ONG PreservAção.

E de passagem
Jurandyr Paixão, também prefeito por três vezes, sofreu uma ou duas ações, se não me falha a memória, e a mais conhecida foi a da logomarca de sua penúltima administração, um JP, de Jurandyr Paixão, estilizado em forma de duas setas. E Pedrinho Kuhl (PSDB) teve contra si uma ação que até hoje o incomoda, envolvendo a FIA-USP. Quem puder, por favor, que me corrija se erro nos números.

Segue o jogo...
Apesar de serem acontecimentos em diferentes épocas da história política local, servem, sim, como comparativo. Se o MP ganhou mais poderes de fiscalização, aumentou também o tamanho da onda de corrupção que assola este país. Virou tsunami. E vem mais por aí. 

A última de hoje
Na última sessão da Câmara, ninguém chamou a imprensa de nefasta ou exigiu diploma de jornalista. Sinal de civilização. Apenas o presidente Ronei Martins (PT) apontou, de forma generalista, seu dedo para “segmentos da mídia”, sem identificá-los. Afinal, ele pode, mais adiante, precisar desse “segmento”.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

A motosserra como consciência ambiental

É extremamente preocupante os dados apresentados por esta Gazeta, em manchete, no último domingo, sobre os pedidos de remoção de árvores em Limeira. São, conforme as informações da Secretaria do Meio Ambiente, em matéria da jornalista Karla Gigo, 35 solicitações diárias. E o que é mais assustador ainda, segundo o biólogo Rogério Mesquita, diretor do Departamento de Áreas Verdes, é a constatação dos motivos relacionados às remoções: sujeira na calçada, causada pela queda de folhas e flores, e cidadãos que procuram a sombra para estacionar seus veículos. É bom lembrar que calçadas e ruas são de uso público e pleitear a retirada de uma árvore para que o vizinho não mais estacione no local é uma falta de sensibilidade para com o meio ambiente, que está bastante degradado em Limeira. E faz muito tempo. Assim como em outras cidades também.
O Município, que já foi considerado um dos mais arborizados do País, entre as décadas de 1970 e 1980, hoje é carente do verde proporcionado pela vegetação urbana. O processo de comprometimento da saúde de muitas espécies, que é, esse sim, motivo para que sejam removidas, é muito mais visível que a reposição das plantas arrancadas. E quando essa reposição existe, a ação de vândalos – ou mesmo de moradores das áreas replantadas – impede o bom desenvolvimento das mudas. O que é um crime ambiental, assim como a poda por conta própria, sem notificação à Prefeitura, que também não leva ao criminoso nenhuma punição, devido à falta de fiscais e mesmo de uma participação mais engajada da própria população, denunciando esses atos de depredação.
A consciência ambiental, hoje, está mais nas ações de grupos organizados, muitas vezes hostilizados pela própria sociedade e tachados de inimigos do progresso, e nas atuações de órgãos públicos – que são muito tímidas em relação ao que deveria ser – que tentam mostrar os benefícios de que quanto mais verde melhor. E que folhas, flores e sombra são características desse verde e não representam incômodo nenhum. Não é sujeira, mas uma reciclagem natural de cada árvore, que se renova a cada estação climática.
O Planeta vive uma escassez de florestas – principalmente os países de clima tropical, como o Brasil - exploradas pelo extrativismo sem controle de madeira e pelo agronegócio, que provoca queimadas em extensas áreas de mata natural, que nada respeita e também não faz a devida reposição das áreas desmatadas (a recém-aprovada legislação ambiental brasileira contemplou essa degradação, ao facilitar a ação dos grandes produtores e pecuaristas). E a questão local, no que diz respeito aos números apresentados por Mesquita, é um mero reflexo dessa falta de conscientização, muito mais preocupada com a urbanidade de pedra do que com um simples exemplar de uma árvore que, entre outros benefícios, contribui com a dosagem de agentes poluentes na atmosfera, melhoria climática e, por consequência, com a própria saúde do ser humano. Talvez se o cidadão canalizasse seus esforços para cobrar ações efetivas do Poder Público, em vez de pedir poda de árvores, estaria contribuindo de forma efetiva para melhorar a sua qualidade de vida. 

domingo, 16 de fevereiro de 2014

O controle oculto da mídia, um perigo real

O tema liberdade de imprensa é muito vasto e suscita discussões das mais acaloradas, quando se toca no direito da livre informação, sem interferências de quaisquer natureza, sejam elas comerciais ou políticas. E não será a primeira e nem a última vez que estarei abordando, neste espaço, esse assunto, que vem sempre carregado de polêmica. Na semana passada, por uma desconexa fala de um vereador, Aloízio Andrade (PT), na Sessão Ordinária da Câmara, ela ganhou um novo tempero, quando o edil, em desalinho com os tempos das novas tecnologias e redes sociais, cogitou uma “investigação” para saber quais eram os jornalistas que tinham diploma. E quais os que não tinham. Tudo para externar seu desagrado com as pesadas críticas que o governo, do qual é ferrenho defensor, vem enfrentando. Como se a culpa fosse dos meios de comunicação que, se o nobre político não sabe, são um reflexo da própria opinião pública. Enquanto repórteres, redatores ou colunistas, nós jornalistas, somos uma extensão dos anseios da população, que está cansada da omissão do poder público.

Censores enrustidos
O vereador petista foi muito além de suas atribuições constitucionais. Ele chegou a pedir anuência da Mesa Diretora, no sentido de inibir tais críticas e fiscalizar tudo o que nós, jornalistas, produzimos, “para que providências fossem tomadas”. Quais são – ou serão – essas providências, confesso que não sei. Posso até imaginar. Quem acompanhou atentamente a sessão, captou a mensagem.

Mais que um desejo
E não é uma postura isolada de Aloízio Andrade, a questão de monitorar a mídia. Por ser do mesmo grupo que diz que a imprensa é “nefasta”, ele desfila com desenvoltura todo seu desconhecimento em relação ao processo comunicacional. Não tem essa obrigação, é evidente, mas poderia se atualizar um pouco. E é pura contradição quando se auto intitula um “democrata’ e quer calar jornalistas.

Vontade explícita...
O controle da mídia é uma aspiração tão antiga quanto sua própria existência. É o sonho de consumo de políticos que não conseguem conviver com a multiplicidade de opiniões. Estejam eles à esquerda, ao centro ou à direita. Não tem coloração ideológica ou partidária. E a cada manifestação pública dessa vontade, ela precisa ser repudiada com veemência, pela sociedade organizada. Censura nunca mais.

Seguindo o mestre
Já que o vereador Aloízio Andrade é um defensor de suas posições e de seu partido, e se diz democrático por convicção, ele bem que poderia se apegar ao discurso da presidente Dilma Rousseff, petista como ele, quando foi declarada vencedora: “prefiro o barulho da imprensa livre, ao silêncio das ditaduras”. Ao que tudo indica, ele não assimilou essa lição. Assim como os muitos que pensam como ele.  Por enquanto, é só retórica...

Outros caminhos

Para combater ofensas pessoais, as injúrias, calúnias ou difamações, que existem pela irresponsabilidade de alguns jornalistas, não é preciso calar a imprensa. Há uma instituição chamada Poder Judiciário.

Um tema sem fim
Há verdades e verdades. Cada uma embasada numa hipótese diferente. Uma verdade incontestável, a morte do cinegrafista da Band, Santiago Andrade, atingido por um rojão há duas semanas, numa manifestação no Rio. Presos os supostos autores dos disparos, o assunto foi pauta efetiva na mídia na semana que passou. Apresenta-se, agora, e virou histeria nos meios de comunicação, uma hipótese de que os autores desse crime contra a vida humana são financiados por facções ou partidos políticos. Há alguma verdade nessas afirmações? Diria que não é uma tese a ser descartada, mas bancá-la como fonte desse mal não é apropriado agora. Beira à ingenuidade.

A quem interessa?
Não gosto de me apegar a teorias conspiratórias. Há, com certeza, grupos interessados nesse caos todo e que não hesitariam em recrutar malucos dispostos a tudo. Desde a extrema esquerda, com alguns grupelhos disfarçados em partidos, até a extrema direita, nas figuras dos órfãos e viúvas da ditadura militar. Não acredito, entretanto, que estejam mobilizados a esse ponto. Cabe à sociedade não permitir que se mobilizem de fato.

Vai bater recorde
Dois novos inquéritos abertos pelo Ministério Público miram a administração Paulo Hadich (PSB). Um no caso do superfaturamento com produtos de limpeza, mostrado em abril de 2013, por esta Gazeta. O outro, por improbidade administrativa por dispensa de licitação na compra de ingressos para curso de professores. Pelo andar da carruagem – e se já não aconteceu – é bem provável que o recorde anterior seja quebrado logo.

Pergunta rápida
As crianças da rede municipal de ensino terão ovos de Páscoa este ano?

Tira, põe. Deixa...
...ficar, guerreiros com guerreiros fazem zig-zig-zá. Na oposição, o vereador Edmilson Gonçalves (PSDC) foi cassado em início de mandato. Outros dois oposicionistas, Zé da Mix (PSD) e dr. Júlio (DEM), foram investigados e o revide veio rápido: os pedidos de CPs contra o prefeito Paulo Hadich (PSB) e os vereadores situacionistas Ronei Martins (PT) e Raul Nilsen (PMDB).  Zé da Mix volta à cena, agora como investigado por bancar assessor fantasma e, nesta última semana outro vereador, que parece estar mudando de lado, o Tigrão (PMDB), chancela nova denúncia contra Ronei. Não dá mesmo vontade de cantar a musiquinha do Escravos de Jó?

Nota curtíssima
Próximo passo: Rachel Sheherazade receber convite para posar nua.

Diploma em jogo
E não é o de jornalista, não. É o de prefeito, que Paulo Hadich (PSB) ostenta e que lhe garantiu assumir o comando do Poder Executivo, após vencer a eleição de 2012. Nesta semana a Justiça pode decidir, pela cassação ou não, dos diplomas de Hadich e do vice, Antonio Carlos Lima (PT), em ação movida pelo empresário Lusenrique Quintal (PSD), candidato derrotado nas urnas. A decisão está nas mãos da juíza da 66ª Zona Eleitoral de Limeira, Daniela Mie Murata Barrichello. A semana vai ser de nervos à flor da pele.

Frase da semana
“O PSDB está com a bateria arriada”. Do ex-ministro da saúde e pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, em passagem por Limeira na última terça. Na Gazeta de Limeira. Quarta-feira, 12.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Os escondidinhos
Agentes de trânsito, os laranjinhas, têm ficado à espreita, em áreas de grande movimento, sempre de bloco na mão, à espera da primeira infração. Essa é a verdadeira indústria da multa, que não contempla a educação no trânsito, apenas a punição.

Se errar... pague
Quando um motorista deliberadamente comete uma ato infracional, nada mais justo que receber o castigo no bolso. O triste dessa situação é saber que o dinheiro arrecadado não garante benefício nenhum, apenas financia a incompetência.

Vassoura resolve

Apesar de não haver, ainda, risco de racionamento de água em Limeira, é preciso cuidado com o consumo exagerado. As pessoas precisam se conscientizar que não é tempo de ficar “varrendo” as calçadas com água. E lembrar que vassoura não é apenas veículo de bruxas.

O exemplo local
Nessa situação Limeira está bem à frente de outros municípios, pelo eficaz trabalho da concessionária Foz do Brasil, no combate à perda de água na rede. Se na maioria dos municípios esse índice chega aos 45%, Limeira fica em torno dos 15%.

Sucesso garantido
Gilmar Mendes, ex-presidente e atual ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), deveria oferecer seus serviços à Suprema Corte americana. Nos Estados Unidos, apenas um dos comitês independentes da pré-candidata democrata, Hilary Clinton, arrecadou, em doações, US$ 4 milhões. Isso a três anos das eleições norte-americanas.

Não falo, não falo
Relação do poder público – Prefeitura e Câmara – com a imprensa necessita urgentemente de um ctrl+alt+del.

A última de hoje
Na coluna Texto&Contexto do próximo domingo vou tratar, com muito carinho, do destempero do vereador Aloízio Andrade (PT), com a imprensa e os jornalistas.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Nada é tão ruim que não possa piorar

Para cada ação positiva da administração Paulo Hadich (PSB), há no mínimo uma dezena delas que puxa seu governo para baixo. E parece não ter fim o seu inferno astral, que começou lá em janeiro de 2013, com as primeiras nomeações de secretários municipais vindos de fora, pela cota partidária, ou do PSB ou do PT. Uma troca de favores para correligionários, que foram derrotados nas urnas e precisavam de espaço e abrigo político para continuar vivos. Mesmo longe de seus domínios. Nomeações que, por quase todo o ano passado, foram alvos – e continuam sendo – de críticas organizados pelas redes sociais ou políticos derrotados nas urnas em 2012.
Sem um esboço de governo e frustrando até mesmo aqueles que nele depositaram confiança, na busca por um “novo tempo” para Limeira, o atual governo ainda não encaixou uma sequência de boas medidas que possibilitassem à população respirar as transformações prometidas em campanha. Ao buscar uma mudança radical e de perfil progressista – pelo menos era assim que se apresentava a coligação petista-socialista – para conduzir os destinos do Município, que vinha de uma experiência ruim de cassação de um prefeito, apostava-se também todas as fichas na quebra de um paradigma: o conservadorismo, que até então indicava quem seria ou não eleito.
As obras – aquelas que estavam em andamento – sofreram uma descontinuidade absurda e ainda patinam sem sair do lugar, o que só aumentava o desgaste político e administrativo do Poder Executivo e, por tabela, até do próprio Legislativo, que, com maioria absoluta governista, começou a avalizar essa paralisia. Se em 2013 o governo não conseguiu estabelecer sua própria marca no Município, nada mudou neste início de 2014. Os pecados do ano passado não foram perdoados e, provavelmente, não o serão até o final deste mandato, que ainda corre sérios riscos de ser cortado pela metade, se os tribunais assim entenderem, na sequência de julgamentos por suspeita de crimes eleitorais. Recentes anúncios de vários benefícios, em conjunto com o governador Geraldo Alckmin (PSDB), transformaram-se em outdoors de pura promoção pessoal. E assim vai.
Com a elevação no tom das críticas à apatia administrativa, reforçadas pela imprensa e através das redes sociais, um novo fenômeno atingiu em cheio a credibilidade da atual administração: a patrulha de alguns comissionados previamente escalados, para desacreditar os autores e fontes dessas críticas e denúncias, ao velho estilo da “perseguição política” e, em alguns casos, até mesmo com ofensas pessoais públicas. Houve um desarranjo intestinal dos vigilantes da opinião pública, que atingiu em cheio o núcleo do poder. E todos conhecem muito bem os efeitos e o cheiro de uma diarreia.
A bola da vez é a Secretaria de Comunicações, com o veto de entrevistas de funcionários públicos à Rádio Educadora, por opiniões críticas em seus programas jornalísticos. Quando se pensa que não há mais como piorar o que está ruim, sempre há quem prove o contrário. De tropeço em tropeço, não é difícil chegar a uma queda que será definitiva. 

domingo, 9 de fevereiro de 2014

A informação como fonte do livre pensar

A imprensa é o que há de mais representativo nas democracias. Pois é através dela que se reforçam os compromissos com a liberdade de poder informar e de receber a informação. Mesmo cometendo seus deslizes e, por vezes, manipulações de toda ordem, que só acontecem por que há interesse nessa manipulação, as sociedades livres não podem prescindir dessa ferramenta de confrontação – no bom sentido – da verdade. Principalmente quando se trata do poder público, cuja obrigação, sempre que chamado, é prestar contas de seus atos para com o cidadão, que alimenta a cadeia produtiva de seus serviços. Quando um agente público se nega a prestar um esclarecimento, ou procura dificultar que jornalistas cheguem até ele, está simplesmente negando sua condição de servidor da população. E mesmo em tempos de democracia, e por mais que avancemos com o uso de novas tecnologias, isso ainda acontece. Profissionais despreparados, ou que não estão acostumados ao livre expressar do pensamento, ainda gravitam por esse setor.  

Opinião é pessoal
A compreensão em torno da opinião de outrem, que às vezes não condiz com a nossa, não pode ser rotulada de errada ou tratada como perseguição política, o que é muito utilizado por todos os segmentos políticos. É opinião pessoal, e precisa ser respeitada. Pode ser contestada, sim, mas com argumentos reais e não como mero joguete de palavras. Que todos possam, portanto, emitir a sua.

Poucos entendem

A postura adotada pela Prefeitua de Limeira, através da Secretaria de Comunicações, em proibir entrevistas de secretários e diretores da atual administração à Rádio Educadora, fere todos os princípios da transparência. Ninguém é obrigado a falar, mas o agente público precisa ser transparente e prestar contas ao cidadão. E a imprensa é o melhor meio. Retaliação a críticas é lamentável.

Uma contradição
A Secretaria de Comunicações distribuiu, na última quinta-feira, nota que publico na íntegra: “A Prefeitura de Limeira, por meio da Secretaria de Comunicações, reitera seu compromisso com a democracia, transparência e a informação. Esta Administração pauta e pautará seu relacionamento com veículos e profissionais de imprensa sempre com base na ética e respeito mútuo. Reforçamos que, todos os órgãos de imprensa e jornalistas são atendidos pela Secretaria de Comunicação Social que é responsável por gerenciar as relações entre os veículos de comunicação e a administração municipal”. Nota estranha e contraditória. Ninguém justifica sua função quando a exerce com isenção...

Uma boa prática

Tenho acompanhado, e criticado bastante, as posturas do presidente da Câmara, vereador Ronei Martins (PT). Principalmente no que diz respeito à sua mudança de postura política. A sua ideia de centralizar as denúncias na Corregedoria da Câmara, mostrada na edição de quinta-feira, 6, da Gazeta, em matéria da jornalista Érica Samara da Silva, é elogiável. Principalmente pelos argumentos que o vereador usou para defendê-la.

Com parcimônia

Acompanhamos, nas últimas semanas, vários pedidos de Comissão Processante (CP), pedindo afastamento e, posteriormente, cassação de vereadores e do prefeito Paulo Hadich (PSB). No entender de Ronei, esse é um “instrumento democrático” e precisa ser utilizado de forma racional. O Jurídico da Câmara se empenha, agora, num estudo para esse uso. Apesar de tudo, a Câmara não pode ficar exposta a aventureiros.

Pegou muito mal
O que vimos, nas últimas sessões, foram argumentos pífios em alguns pedidos de CP. E de estrito interesse pessoal de seus representantes. Política é muito mais que a satisfação de vaidades pessoais.

Refresco no calor
É perceptível, nos últimos dias, uma certa apatia da oposição ao governo Hadich. Em especial através das redes sociais. Diminui de forma considerável os ataques ao prefeito e seus assessores. Não cessaram, mas se tornaram esporádicos e sem a veemência que se tornou característica de grupos anti-petistas em Limeira. Muitos perfis se aquietaram em suas opiniões políticas. Pode ser sinal de águas calmas. Ou de tempestade iminente.    

Preocupação real

Se por um lado há uma certa displicência dos críticos ferrenhos da atual administração, por outro há uma questão que deve preocupar, e muito, os principais homens do prefeito. Conforme matéria publica na sexta-feira, nesta Gazeta, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou pedido de Hadich para suspender processo eleitoral movido contra ele por Lusenrique Quintal (PSD). Os trâmites seguem normalmente.

Pergunta rápida
A representação contra o vereador Zé da Mix (PSD) segue adiante ou será arquivada?

É preciso solução
Continuam a trafegar sem qualquer repreensão e medida punitiva, e na maioria das vezes pela madrugada, os veículos que dispõem de sistema de som externo, muitas vezes embutido no porta-malas ou em caçambas de picapes. A lei do silêncio, que deveria imperar após as 22h, nem de longe os assusta. E quem deveria tomar alguma providência, através de uma fiscalização mais rígida, parece dormir em berço esplêndido e longe de todo esse barulho, que faz o chão tremer. Depois de um período de rígido combate ao som alto, até o Ministério Público parece ter se acomodado. Para piorar a situação, existe o gosto duvidoso de quem circula com essas boates ambulantes.

Nota curtíssima

Como dizia Abelardo Barbosa, o Chacrinha, “que não se comunica se trumbica”.

Silêncio cúmplice

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) e seu secretário dos transportes, Jurandir Fernanades, extrapolaram em suas funções na semana que passou, quando culparam "vândalos" pelos problemas no Metrô. Pois é, vândalos cadeirantes, donas de casa, trabalhadores e etc., justamente aqueles que mais precisam do transporte funcionando de forma correta. Ofensa indigna, e que merece um pedido público de desculpas. E um posicionamento do tucanato, que prima pela "ética" na política, o que realmente faltou ao governador.

Frase da semana
"Se perder, tem uma embaixada do Kwait aqui do lado e eu peço asilo". Do técnico Felipão, em tom de brincadeira, durante palestra em Brasília. Sexta-feira, 7. No UOL Copa.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Que insistência
Mais uma vez foi adiada a votação de lei que proíbe a discriminação por opção sexual em Limeira e criminaliza tal prática. O vereador da bancada evangélica, Sidney Pascoto, o Lemão da Jeová Rafá (PSC), quer suprimir artigo que veta a fabricação, distribuição e veiculação de símbolos, que incitem a homofobia. Ele alega que fere a liberdade de expressão.

Medo de quê??

O vereador Lemão está equivocado.  Tudo que incita a discriminação, seja que tipo for, não fere a liberdade de expressão, fere a dignidade humana. Ter uma opinião e externá-la de forma coerente não é crime. E esse não é o objetivo do projeto do vereador Edivado Antunes, o Dinho (PSB), mas sim, evitar a violência que se vê diariamente nas ruas, justamente pela difusão de símbolos que a representa,

Que fique claro

Aquele que não comete crime, não precisa temer nenhum tipo de lei.

"Walkover" nele
Comentei com colegas de redação, que a votação do novo pedido de CP contra o prefeito Paulo Hadich (PSB) iria ser uma espécie de WO, ou seja, seria rejeitada por unanimidade. O pedido de suspensão dos trabalhos antes da votação, proposto pelo vereador Júlio César Pereira dos Santos (DEM), era um indicativo concreto dessa postura.

Caminho suave

Ao que tudo indica, esse caminho pode significar o arquivamento, também, do pedido de CP contra o vereador oposicionista José Roberto Bernardo, o Zé da Mix (PSD), protocolada na Câmara. Pode ser um leve sinal de paz no horizonte. Ou troca de gentilezas mesmo.

A última de hoje

O Metrô sai dos trilhos, o propinoduto tucano é escancarado e o usuário é quem leva a culpa das falhas do sistema. Os R$ 500 milhões desviados, agora fazem falta.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Agora é tarde. Vai haver Copa, sim

A pouco mais de quatro meses para o início da Copa do Mundo de Futebol, aqui no Brasil, há uma preocupação crescente com as manifestações contrárias à sua realização, que devem explodir durante os jogos, assim como aconteceu no período da Copa das Confederações. Se há grupos políticos ligados aos manifestantes – ou se esses são atrelados a legendas partidárias – é o que menos importa. A mobilização, via redes sociais, talvez seja muito mais consistente que o próprio movimento em si. Há até perfis no Facebook, como o “Não Vai Ter Copa”, que além de arregimentar manifestantes a participarem dos protestos, mostram a indignação de muita gente honesta, que gostaria de ver a saúde pública, a educação, a habitação, o transporte e a infraestrutura brasileiras com o chamado “padrão Fifa” de qualidade, que a entidade maior do futebol mundial obrigou a Nação a oferecer aos participantes, via estádios caríssimos e que vão extrapolar, em muito, os orçamentos iniciais previstos.
O cuidado que se deve ter, entretanto, nem é tanto com a pressão das ruas – por enquanto esvaziada e com baixa mobilização – mas com a falta de preparo das autoridades para controlar os eventos que possam ocorrer com a proximidade da competição e durante a realização dos jogos, às portas dos estádios sedes. A mídia mundial vai estar presente, mostrando ao mundo todos os deslizes cometidos pelos órgãos encarregados da segurança, quando tumultos ocorrerem. Nas "pré-manifestações" isso já ficou patente com a ação de policiais despreparados para confrontos dessa natureza e sem o devido treinamento para abafar motins públicos, com grande concentração popular. Reflexo da inoperância de um estado inexperiente e que pretende resolver à bala e no cassetete o inconformismo desses grupos, que nem eles próprios sabem a quem representam e o que representa.
Sem as bandeiras dos protestos que tomaram conta dos grandes centros a partir de junho de 2013, mas apenas com o “não vai ter copa”, fica difícil imaginar o que vai acontecer e suas consequências. Como 2014 também é ano eleitoral vai ser difícil separar o que os partidos políticos e seus candidatos vão levar às ruas contra seus adversários. Isso, entretanto é uma outra história.
Para concluir, deixo dois pontos interessantes que merecem discussão nesse momento. Primeiro, por que se manifestar contra a Copa do Mundo somente agora, quando ela está prestes a acontecer, vai acontecer e pouco se importa com as manifestações que serão reprimidas, assim como na Copa das Confederações, que teve estádio cheio e foi sucesso? Segundo, as manifestações contrárias à Copa - e provavelmente em 2016 contra os Jogos Olímpicos também - deveriam ter sido iniciadas lá atrás, quando o Brasil foi anunciado como sede das duas competições. Com pressões sobre o governo, sobre os parlamentares e à própria CBF. Porque em outubro de 2007, mais precisamente no dia 30, quando a Fifa anunciou o País como sede do torneio entre seleções, os mesmos que agora protestam também aplaudiram essa “vitória” brasileira. E são os mesmos que agora recorrem à internet para comprar as caríssimas moedas comemorativas da Copa. Uma contradição difícil de entender.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Quando o debate se transforma em revanche

A semana que passou foi das mais quentes na seara política de Limeira. E não por grandes debates em torno de ideias e projetos. Mas por uma disputa desnecessária e improdutiva entre os grupos políticos que hoje compõem esse cenário, desde a posse de Paulo Hadich (PSB), em janeiro do ano passado. Eleito com o apoio do Partido dos Trabalhadores (PT), que fez o vice-prefeito, criou expectativas de mudanças – por sua própria composição ideológica – que ainda não aconteceram. E pelo visto estão longe de se tornar realidade. Com ampla maioria na Câmara Municipal, mas que tem uma oposição barulhenta, apesar de reduzida, o grupo situacionista não está sabendo se desvencilhar das críticas e dos ataques e vem pecando pelo exagero retórico. A prática está longe. A própria eleição de Hadich-Lima foi uma surpresa, devido ao perfil extremamente conservador da população limeirense. Desenhar esse quadro político requer muito cuidado. E uma análise ponderada sobre as razões que transformaram o debate em embate. E troca de acusações mútuas.  

Ideologia ou ódio?
E se o avanço social e o “novo tempo” prometidos deram lugar à inoperância constatada, grupos contrários ao petismo - e principalmente os derrotados nas urnas - estão sabendo se aproveitar dessa fragilidade, partindo para o ataque. Com um porém: confundem as diferenças ideológicas e se valem do ódio como conselheiro. O que não é bom para o Município, e muito menos para a sua população.

Poder que motiva
Os três pedidos de comissão processante, apresentados na Sessão Ordinária da última segunda-feira – pedindo afastamento e cassação do prefeito e dois vereadores da situação – ilustram isso. No exercício do direito ao contraditório, é preciso também praticar a responsabilidade. Percebe-se, porém, uma disputa esganiçada pelo poder, que está em outras mãos. Para piorar, é apenas uma briga por poder.

Postura invertida
Essa reação do conservadorismo talvez não fosse esperada tão cedo. Só que a munição vem da própria incompetência do governo, que, da mesma forma que os anteriores, se utiliza da Câmara como apêndice. E a base situacionista, a exemplo das anteriores, aceita tudo isso de bom grado. Na política, não há nada pior do que a troca de lado vir acompanhada da troca de discurso. É o que está acontecendo.

O troco agendado
E agora o mau sinal, que também apareceu no horizonte político local, logo após a tumultuada sessão da última segunda-feira. Se a oposição tentou criar uma CP contra Hadich, Ronei e Raul, através de denúncias cozidas na mesma panela, agora é a vez de o grupo situacionista dar o troco. Desta vez o alvo do pedido de CP é o vereador José Roberto Bernardo, o Zé da Mix (PSDC). E com grande teor explosivo para amanhã.

Menininhos maus
E quem está aparecendo nessa “briga de criança mimada” são os testas-de-ferro de ambos os lados. Acabam por se tornar protagonistas, apenas por que um quer tirar o doce da boca do outro

A conclusão óbvia
E a semana que passou mostrou, mais uma vez, que os interesses do Município e de sua população estão sendo relegados a segundo plano, por meros interesses pessoais. E de ambos os lados. Não adianta a base situacionista, e muito menos a oposição e os grupos que gravitam no seu entorno, se autoproclamarem bastiões da ética e da probidade, porque não o são. As rusgas aparentes, e a falta de harmonia na busca por soluções para os problemas do Município, são visíveis. Só não enxerga quem não quer. Ninguém espera que situação e oposição se abracem e se beijem, porque isso não existe. Poderiam, ao menos, pensar mais nos cidadãos que representam do que nos seus próprios umbigos.   

Uma velha prática

Lembro de um slogan de campanha eleitoral ou de governo mesmo, aqui em Limeira – “Os bons tempos estão de volta” – se não me engano do grupo político do ex-prefeito Paulo D'Andréa (falecido). Vou adaptá-lo aos dias de hoje e dizer que velhas práticas foram resgatadas. Outdoor de prefeito agradecendo a governador é uma das mais antiquadas formas de propaganda política. Era o Twitter e o Facebook do século passado.

Desperdício inútil
Espalhados pelos principais pontos de visibilidade de Limeira, vários outdoors trazem a foto do prefeito Paulo Hadich (PSB) agradecendo ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), também na foto, pelo pacote de bondades anunciado no último dia 18. Herança de um modo de fazer política que não existe mais, nestes tempos de redes sociais. Por mais boa vontade que isso represente, não há como explicar esse tipo de gasto inútil.

Pergunta rápida
Estaria o vereador André Henrique da Silva, o Tigrão (PMDB), de malas prontas para a oposição?

Projeto “fila zero”
Um dos graves problemas enfrentados pela saúde pública no Brasil são as filas para agendamento de consultas com especialistas e exames de toda natureza. Em Limeira, essa situação é constante pauta para matérias publicadas por esta Gazeta. Agora a Prefeitura anuncia, através da Secretaria Municipal da Saúde, que pretende zerar essas filas num prazo de três meses. O investimento, segundo o secretário Luiz Antônio da Silva, é da ordem de R$ 1,5 milhão e já está direcionado. Baixo, diga-se, se for levado em consideração o alcance da ação. Se o plano elaborado pela Prefeitura der resultado, méritos para a atual administração, que está precisando de boas notícias.

Nota curtíssima
Se a ex-vereadora Elza Tank estivesse viva, estaria, com certeza, rindo à toa.

E não doeu nada
Na última sexta-feira, a empresa contratada para reparar a calçada na cabeceira da ponte sobre o ribeirão Tatu, na Avenida Araras, próxima à CP Kelco e que havia sido engolida por uma erosão, dava os últimos retoques na obra que, diga-se, ficou muito boa. Como esta coluna criticou a morosidade e o tempo de demora para o início das obras, de cerca de um ano, desde que o buraco foi noticiado pela primeira vez, agora é preciso fazer justiça ao trabalho realizado. Os pedestres voltam a ter segurança.

Frase da semana
"Votei consciente e não me arrependo". Do vereador André Henrique da Silva, o Tigrão (PMDB), sobre seu voto favorável à CP contra Hadich e Raul. Quinta-feira, 30. Na Gazeta de Limeira.