Atende pelo nome de Jorge Roberto Pagura o mais recente escândalo, envolvendo primeiros escalões de governos recém-empossados. Atinge em cheio a administração Geraldo Alckmin (PSDB). Explico: Pagura, médico de profissão - e conceituado, diga-se - secretário de Esportes do governo tucano paulista, foi denunciando pelo Ministério Público, num gigantesco esquema de fraudes, envolvendo o Hospital Regional de Sorocaba. Médicos, dentistas e outros profissionais estavam recebendo verdadeiras fortunas por plantões e atendimento à população, que nunca chegaram a dar. Os plantões extrapolavam, em horas, a matemática e a lógica da possibilidade, dentro de um dia, semana e mês. E vinham no contracheque de cada um dos envolvidos - 12 foram presos - que assinavam seus pontos a distância. Ou então não assinavam, mas tinham quem assinasse. Segundo o esquema, todos trabalhavam, atendiam no hospital, porém as filas de pacientes cresciam. Gente com problemas de toda sorte à espera de socorro, enquanto a maioria atendia em luxuosos escritórios da capital paulista. Nem a Sorocaba iam.
Essa situação nos remete ao recente escândalo envolvendo o governo federal e o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, que acabou pedindo demissão após forte pressão política e da mídia. Pagura resistiu menos. Apenas à exposição em horário nobre, no Fantástico, mas segundo nota do governo estadual, Alckmin já havia aceitado sua demissão na tarde do mesmo domingo, antes de a matéria ir ao ar. Tristes histórias de um enredo só. Como de um enredo só também são os escândalos envolvendo a prefeitura de Campinas e o staff do prefeito Hélio da Costa Santos (PDT). Improbidade na gestão de seus governos, dando vazão à ganância de alguns gestores públicos, que têm nos cargos que ocupam total facilidade em agenciar propinas e garantir lucros e dividendos além daquilo que recebem legalmente.
Limeira tem estado às portas de situações parecidas, envolvendo contratos milionários de prestadores de serviços ou fornecimento de material. Todos eles também investigadas pelo MP, que não tem medido esforços para abertura de inquéritos - a maioria transformados em ações civis públicas - contra o Poder Executivo, para apuração de possíveis desvios ou propinagem. Além de nomeação, em cargos do alto escalão, de pessoas com condenações na Justiça e até ficha corrida criminal. Não há detergente suficiente que consiga limpar tais fichas. Mas a persistência no erro em dar espaço a apadrinhados ou apoiadores de última hora fala mais alto que qualquer interesse público. Aí fica a iminência de o espetáculo de operações policiais aportar por aqui. A qualquer momento. A política está virando caso de polícia!
Antonio Claudio Bontorim
terça-feira, 21 de junho de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário