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terça-feira, 7 de setembro de 2010

Sem efeito colateral!

Amparado por baixos índices de audiência, a pouca criatividade dos marqueteiros, alguns poucos conhecidos e ultrapassados jingles - “Eeeeymael, o democrata cristão”; “contra burguês vote 16”, etc. - e tendo como mote “pior que tá não fica”, do candidato a deputado federal Tiririca, o horário eleitoral gratuito não está produzindo, pelo menos aos candidatos, efeito político considerável. Nem mesmo a tentativa de criar alguns factoides, como o da quebra de sigilo, tem sensibilizado o eleitorado ou alterado a dinâmica das pesquisas, que traz a candidata do PT - e de Lula - Dilma Rousseff em disparada na corrida presidencial.
Assim como a associação da imagem do próprio presidente - o mais bem avaliado da história deste país - ao candidato petista ao governo de SP, Aloisio Mercadante, não tem surtido o efeito desejado. Questão de liderança, de imagem mesmo, avalio. E nesse processo de associação é bem possível que a própria Dilma já tenha se descolado do atual ocupante do Palácio do Planalto e esteja voando já por suas próprias asas. Isso sem contar com a extrema antipatia do seu principal opositor, José Serra (PSDB), que não consegue decolar. Ou melhor, decolou muito antes do tempo e agora está prestes a fazer uma aterrissagem forçada.
Os outros presidenciáveis, que têm na discriminação legal o maior entrave às suas campanhas - o tempo no rádio e na TV pela proporção da representatividade em suas bancadas federais, reduzido a escassos minutos, um verdadeiro “Frankenstein” criado nos laboratórios do Congresso Nacional, tendo no DNA a paternidade dos grandes partidos - não arrancam suspiros. À exceção de Marina Silva (PV), a terceira na linha da sucessão e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), com histórias políticas diferenciadas, que também não chegam a 10% das intenções de votos.
Tudo isso dá uma pequena mostra do afunilamento da campanha e uma quase certeza (em política nada é 100%), que nós, paulistas, não voltaremos no dia 31 de outubro às urnas. Para um segundo turno. Daqui para frente, tudo que for utilizado em campanha fora do contexto eleitoral - por qualquer uma das partes - vai soar como golpe. Como o desespero dos derrotados. Até mesmo a euforia incontida dos vencedores. A opinião pública aprendeu, após várias decepções, que baixaria é arma inútil e não convence nem mesmo quem a pratica. Até a aposta da grande mídia, na torcida por seu candidato, não empolga mais. Virou piada na web!

Antonio Claudio Bontorim

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