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domingo, 15 de fevereiro de 2015

O protesto que vem da população é justo

Nestes dias de epidemia de dengue e do descontrole da doença, conforme atestaram médicos ligados à urgência-emergência dos hospitais locais, a população vem colaborando de forma bastante consciente. Raras exceções, que representam mais desconhecimento sobre suas causas e efeitos e outros que insistem em manter verdadeiros criadouros do Aedes aegypti ao ar livre, a maioria vem, de certa forma, colaborando com a necessária prevenção. Denunciando através dos canais competentes, como o 156 e buscando, principalmente, a imprensa para denunciar descasos, que estão diretamente ligados à infestação do mosquito transmissor. Uma situação, em especial, tem chamado a atenção daqueles que procuram os jornais e emissoras de rádio e TV para reclamar, é com relação a áreas públicas. Aquelas pelas quais a prefeitura, portanto, o poder público, tem responsabilidades. Terrenos e praças com mato alto e áreas como as fontes em praças, que se não estão com água, acumulam por causa da chuva. “Não adianta fazermos a nossa parte, se o poder público não faz a dele”, relatam populares, que diariamente ligam às redações.

Onde tem mato...
...tem criadouro escondido. E se tomarmos como exemplo a quantia de reclamações que chegam diariamente, e o que é constatado pelas equipes de reportagem, todos têm razão. Há um quase abandono ou a prefeitura não dá conta da limpeza ou, ainda, só o faz quando a notícia é publicada no dia seguinte. Já abordei esse assunto por aqui, mas não custa insistir nele. A responsabilidade é de todos.

Menos... menos
Com a confirmação de mais de cem casos diariamente, não há como dizer que tudo está sob controle. Apesar de estar no direito de expor seu lado, o secretário da Saúde, Luiz Antônio da Silva, não tem como contestar a situação, que é gravíssima. Defender-se da afirmação dos médicos é uma prerrogativa legal, mas é preciso cuidado em querer mostrar tranquilidade, quando na realidade ela não existe. 

É direto ao bolso
Outro fato que gera descontentamento é a questão das multas. Para muitos só há interesse nesse tipo de penalidade e que a administração pública só pensa em arrecadar. Não é bem assim. Às vezes, para conscientizar, é preciso ir direto ao órgão mais sensível do ser humano, seu bolso. Pois é dessa maneira que muitos entendem. O verbo nem sempre leva à conscientização. Falar, apenas, não resolve.

Só para explicar
Mesmo porque, aquele que não deve, isto é, não tem criadouros do mosquito em casa, não tem o que temer. É abrir a propriedade à inspeção e mostrar que está cumprindo com seu dever. Com certeza não será notificado ou, posteriormente, multado. O poder público, entretanto, precisa dar o exemplo, dando maior atenção àquelas áreas que são de sua propriedade e podem causar riscos. 

A dengue e a CPI
Se a situação chegou a esse ponto, não foi de graça e nem é obra do acaso. Vem lá de trás. Ou seja, especialistas em controle de pragas garantem que a origem de tudo está no serviço que não foi feito por causa daquele contrato suspeito, quando a empresa não fez o que deveria ser feito. Lembram-se? Teve até CPI e está na Justiça. É nesse passado recente que está a origem de tudo. Ainda há muito que explicar.

Serviço malfeito
Ninguém foi objetivamente punido e, agora, quem está sofrendo as consequências é a população. É preciso fazer uma reflexão sobre isso. E marcar bem o nome de todos que estiveram envolvidos naquele imbróglio da Vital Garden. O que não foi efetivamente feito lá, no passado, é que está causando todo esse problema no presente. Aí sim, é a inépcia de um serviço público viciado e cheio de armadilhas.

Porcentual é alto
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, só pouco mais de 40 mil casos de dengue. Em Limeira já chegou, em 45 dias, a 1500. É desproporcional esse número. Limeira é uma estatística muito pesada no cômputo geral dessa história.

Queixas e queixas
Uma das denúncias mais frequentes é a falta de ação da fiscalização da prefeitura. São protocolos e protocolos refeitos através do 156, que não têm retorno à população. Principalmente àqueles que reclamam. É comum, diariamente, que leitores acionem o jornal para criticar esse descaso. Credito essa situação não à ineficiência do Serviço 156, mas à falta de fiscais que possam dar conta dessas demandas. A verdade é que muita gente acaba associando essa deficiência à má vontade também. O que precisa é diminuir o prazo de validade desses protocolos e um atendimento mais ágil. Mas, infelizmente, para isso parece que falta estrutura da prefeitura.

Uma ótima ideia
A prefeitura está instalando, ao longo da pista de caminhada, no Parque Cidade, coletores para recicláveis: metal, plástico e papel. São três recipientes em cada ponto, nas cores próprias para cada material. Resta agora que os usuários do espaço entendam esse propósito descartando corretamente latinhas, garrafas ou copos de plástico entre outros nesses locais. É um exercício de educação ambiental. Mesmo porque há coletores também para lixo orgânico. A resposta a isso virá de cada cidadão. Se ele entendeu e vai assimilar a lição ou vai continuar apenas criticando.

Andar para trásLimeira retornou ao final da década de 1980 e início da de 1990, tendo a Limeirense com 100% da concessão do transporte público. É emergencial? Sim. Porém, não deixa de causar estranheza. Cabe, nesse caso, um questionamento maior que a explicação.

Pergunta rápida
Alguém acredita que políticos de outros partidos não estejam nesse imbróglio todo?

Um pedacinho só

Interessante a ideia do governo de São Paulo em propor dispositivo nos caixas eletrônicos de agências bancárias, que destruam as notas quando esses equipamentos forem explodidos por bandidos, na tentativa de roubo. Apesar de ser responsabilidade legal do Banco Central a destruição de papel moeda, parece-me que seria uma saída bem apropriada para controlar esse tipo de crime. Dar ao ladrão a sensação de que seu “trabalho” será inútil é uma forma de desencorajar sua execução.

Nota curtíssima

O fundamentalismo religioso não diferencia muçulmanos de cristãos.

Frase da semana
“Não é opção, é um dever. Não investigar significa prevaricação”. Do ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, sobre possível investigação da Petrobrás no governo de FHC. Na Folha de S. Paulo. Sexta-feira, 13.

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