Poupatempo. Mudança de regime do presídio a ser instalado em Limeira, conforme queriam autoridades judiciárias e policiais. Restaurante Bom Prato, com refeições a R$ 1. Duplicação da Limeira-Engenheiro Coelho e terceira faixa na via Anhangüera, no perímetro municipal. Desses cinco benefícios anunciados pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) para Limeira no último dia 18, enquanto assinava um convênio para o repasse de verbas da ordem da R$ 21 milhões à Santa Casa, os dois primeiros eram os mais aguardados pelos limeirenses. O Poupatempo, por exemplo, vinha sendo cobrado há anos, enquanto cidades vizinhas ganhavam suas unidades rapidamente. E a mudança da nova unidade prisional, de Centro de Progressão Provisória (CPP) para Centro de Detenção Provisória (CDP), bem mais recente, atende aos anseios do segmento da segurança pública e do Poder Judiciário, que vinham pressionando para isso. Os outros três também são muito bem-vindos, completando esse inesperado pacote de bondades do governo estadual para com o Município.
Há um provérbio muito conhecido, que diz que “de cavalo dado não se olha os dentes”, cujo significado diz que devemos sempre mostrar satisfação a um presente recebido, mesmo que não seja do nosso agrado. Questão de boa educação, mas que não nos impede de recusá-lo, mostrando que sinceridade também faz parte de relações civilizadas e que nunca devem causar mágoas, mas estreitar ainda mais esses níveis de relacionamento. Os anúncios feitos por Alckmin são, de fato, um cavalo ao qual não devemos mesmo olhar os dentes, pois são do agrado geral e há muito esperados. E não é um pangaré qualquer. É um verdadeiro puro-sangue, pelo alcance de seu galope. E que cruze, de fato e rápido, a linha de chegada.
Apesar do alcance e da importância das medidas confirmadas pelo governo estadual, e pessoalmente pelo governador, que há muito não dava as caras por aqui, não se pode, entretanto, deixar de levar em consideração um corriqueiro fato embutido nesses anúncios: 2014 é ano eleitoral e, cada um, à sua maneira, tentará capitalizar o que puder por suas pretensões. Basta lembrar que Alckmin concorre à reeleição e deve, obrigatoriamente, estar ao par das cobranças de seu súditos. O que causa desconfiança é a fórmula utilizada para concretização desses projetos, que se transformam em planejamento eleitoral estratégico, aproveitando-se justamente das necessidades da população. E isso não é exclusividade desse ou daquele político. Ou de determinado partido. Vem de cima para baixo, desde o governo federal até o municipal. Todos querem fazer, em apenas um ano, tudo o que tiveram oportunidade de realizar nos três anos inteiros que antecederam a eleição.
Se "antes tarde, do que nunca", nunca é tarde para agentes públicos em cargos eletivos mostrarem por que nada acontece por acaso, quando o interesse eleitoral se sobrepõe ao social. Assim como Aécio e Dilma, Alckmin já pôs seu bloco na rua. E os ritmistas devem apertar o passo daqui para frente, para garantir um final tranquilo de desfile, que será decidido em outubro.
terça-feira, 28 de janeiro de 2014
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