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domingo, 14 de julho de 2013

Demissão sem aviso prévio. Para aprender...

Quando um trabalhador não corresponde às expectativas da empresa onde atua, seja por baixa produtividade ou desleixo profissional, ele está fadado a perder seu emprego. E será invariavelmente substituído por outro, que possa corresponder às necessidades daquela atividade fim. Da mesma forma deve-se encarar o agente público com cargo eletivo. Para manter seu posto ele deve atender aos anseios daqueles que o elegeram. Se é o contribuinte - o cidadão - quem paga a conta política neste País, bancando os salários desses agentes públicos eleitos para representá-lo, todos estão, portanto, hierarquicamente na condição de servidores, de empregados do povo. E da mesma forma que na iniciativa privada, quando deixa de atender aos objetivos de sua função, não resta outra alternativa a não ser destituí-lo do cargo para ao qual foi eleito. E a maneira de demonstrar esse descontentamento e dizer que o político não fez o seu trabalho como todos esperavam, é não reconduzi-lo à função. Destituí-lo do poder, mostrando através do voto que ele não exerceu o trabalho como deveria; que não tem mais competência para tal.

Prerrogativa única
O País está vivendo um momento diferente. De despertar para seus reais interesses e, pelo andar da carruagem, muitos desses "empregados do povo" devem sofrer na pele pela falta de competência demonstrada no exercício da profissão e pelo simples descompromisso com os interesses públicos. Não há mais dúvidas de que eles começam a ser vistos com olhos mais críticos de um patrão exigente. 

É hora de renovar
Os contratos de trabalho que a maioria tem até outubro de 2014 pode ser revogado. O ritmo pode ser de demissão em massa e por justa causa. Uma seleção mais rigorosa, conforme esses novos tempos exigem, precisa pautar a escolha de seus substitutos, que já devem entrar preparados para uma cobrança maior ainda. E pelo medo estampado em seus rostos, sabem que perderam a confiança.   

Interesse público?
Apesar de a demonstração que alguns vêm dando, ao atenderem às demandas populares, na tentativa de se redimirem dos erros, a desconfiança deve falar mais alto daqui para frente. Arraigou-se a partir do momento em que o povo percebeu que tem o poder nas mãos. E ao se sujeitar às justas pressões das ruas acabam reconhecendo que se desviaram do caminho o qual deveriam percorrer. Ulisses Guimarães costumava dizer que o que mais causa medo aos políticos é o povo. O mesmo povo que elege e pode conceder-lhe a demissão.  

Respirando fundo
A partir da percepção desse novo momento, os partidos políticos - todos eles - têm obrigação de passar por uma revisão ética; tentar resgatar a confiança perdida, pois da maneira como estão não podem ficar.

Nada como um ...
...dia atrás do outro. Desde que os manifestos começaram lá em meados de junho, venho analisando o processo da falência partidária atual, a partir da negação à sua participação nos protestos. Não puderam levantar suas bandeiras - fisicamente falando - durante as marchas pelo não aumento nos preços da passagem de ônibus e pela melhoria na qualidade do transporte público. Esses mesmos partidos que gostam de tomar iniciativas populares para si ou delas se aproveitarem se viram às margens desse processo, o que acabou preocupando todos aqueles que fazem da política partidária a sua profissão de fé. Foram pegos de surpresa.

Confirma-se tudo
Com a chamada "mobilização nacional" proposta para a última quinta-feira, 11 de julho, por entidades e centrais sindicais, corrobora-se tudo o que afirmei na nota anterior. Como são movimentos ligados a partidos políticos, tiveram pouca adesão e praticamente não incomodaram ninguém, a não ser um ou outro entrevero, esses sim provocados também por baderneiros. E com uma infraestrutura de fazer inveja. Carros de som, balões, trios elétricos e comícios, divididos entre ataques e defesas ao governo. O movimento estudantil capitalizou mais.

O tom corporativo
Costumo dizer que tudo o que é corporativo acaba no fracasso. E agora o partidário também. Da mesma forma como ocorreu com o protesto dos médicos, a chamada mobilização nacional nada mais fez do que fechar alguns corredores de tráfego. Não chamou a atenção, como ocorreu com o Movimento Passe Livre e nem precisou de fortes esquemas de segurança. De igual, mesmo, apenas o vandalismo cometido por alguns. Nos primeiros protestos, a depredação ao patrimônio público. Nesses de agora, a queima de pneus em rodovias.

Amarrando a ideia
Mais uma vez ficou bastante clara a fragilidade da política partidária. Não há mais espaço para esse modelo atual, no qual a preocupação é manter o status quo do poder, sem pensar no público. No interesse da população, que definitivamente se cansou da falta de propostas. Também não podemos pensar na ausência desses partidos, que acaba implicando perigoso retrocesso ao autoritarismo. São esses partidos que precisam pensar no que fazer daqui para frente, além do discurso.

Pergunta rápida
Quem incomoda mais ao governo neste momento é a base aliada ou a oposição?

Ventos favoráveis
Parece que finalmente a Prefeitura resolveu se mexer e, se saírem do papel, duas obras importantes devem ter início em Limeira. A primeira, divulgada por esta Gazeta na última quinta-feira, mas sem anúncio oficial, trata da retomada da duplicação da Limeira-Cordeirópolis. E a outra, também relevante, trata-se do projeto de construção do novo Fórum, às margens do anel viário, parado há cinco anos. Esta segunda já com anúncio oficial do poder público, em parceria com o Estado. A primeira há muito reclamada, pela segurança dos motoristas. E a segunda, para desafogar o atual Fórum. Que os ventos daquele moinho parado e construído na gestão passada em área particular (está fechado e sendo vandalizado) sopre na direção correta. Boas notícias da semana que passou.

Nota curtíssima
Não sei por que, mas Aécio Neves está mais para Fernando Collor de Mello, do que para Fernando Henrique Cardoso.

Parada rapidinha
Vou dar um tempo por aqui nos próximos dez dias. Entro em período de férias, para dar um descanso também aos leitores. Esta coluna deixa de ser publicada entre os dias 16 e 25 de julho. Texto&Contexto volta à normalidade no próximo dia 28 de julho, um domingo. Um abraço a todos e até lá então.

Frase da semana
"Médico deve ser obrigado a atuar no SUS". Do médico Mário Saad, diretor e professor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Sexta-feira, 12. Na Folha de S. Paulo.

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