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terça-feira, 10 de maio de 2011

A natureza agradece!

Quando criança acompanhava meu pai e minha mãe às compras, levando a indefectível sacola de listras coloridas para acomodar e trazer os produtos. Uma, duas ou até mais, dependendo da quantidade do que ia comprar. Isso, ainda é do tempo dos tradicionais armazéns com anotações em caderneta e pagamento no final do mês, com a confiança do comerciante no cliente. Não havia supermercados ou hipermercados e muito menos sacolinhas plásticas. Quando muito sacos de um papel amarronzado mais grosso, quase um papelão mesmo, para trazer um menor volume desses produtos.
A sacolinha plástica chegou muito tempo depois e provocou uma revolução, facilitando a vida do consumidor, que criou o hábito de utilizá-la para acondicionar lixo após seu uso. Então, pensava-se que havia um benefício duplo para a utilização dessas embalagens mais modernas e, ainda, um terceiro à própria rede varejista, que estampava sua logomarca na área externa das embalagens, garantindo, assim, uma publicidadezinha extra. Empresas de cartonagens também ganharam e ganham muito, produzindo e imprimindo essas sacolinhas. Gerou-se uma cadeia produtiva cíclica e uma dependência exagerada e ninguém estava contabilizando os prejuízos. Somente os lucros. Agora a situação está insustentável, gerando uma poluição ambiental considerável e um risco aos mananciais e reservas naturais.
Com o crescimento das grandes redes supermercadistas, veio uma enxurrada plástica quase incontrolável, a ponto de provocar uma volta no tempo, lá dos armazéns, incentivando-se, agora, o uso de sacolas retornáveis. Ou ecologicamente corretas, como gostam de dizer os ambientalistas. Esse retorno, lá no meu tempo de menino, entretanto, não é um retrocesso. É uma necessidade cada vez mais premente, para preservar os rios, o solo, esgotos e galerias, que não aguentam mais tanta matéria plástica de longa duração e difícil, e mais longa, ainda sua degradação. Muitas marcas já estão aderindo a essa nova prática, para eliminar de vez as sacolinhas plásticas. Ações governamentais também estão sendo incrementadas no sentido dessa conscientização.
Ontem, por exemplo, o governo do Estado, através da Secretaria de Meio Ambiente, assinou convênio para eliminar a distribuição gratuita dessas sacolas. Não tem força de lei, mas há um engajamento da Associação Paulista de Supermercados nesse sentido. Haverá cobrança de R$ 0,19 por unidade utilizada, o que deverá inibir o seu uso e estimular o cliente a levar sua própria sacola retornável. Parece estranho e cruel, porém, é necessário. A medida ganha relevância no momento em que nossos aterros estão se esgotando. É preciso mudar hábitos. Preservar o ambiente em que vivemos é uma questão de sobrevivência da nossa própria espécie!

Antonio Claudio Bontorim

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