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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Uma história para ninguém esquecer

Hoje, dia 23, completa-se uma semana do desabamento do teto da Praça de Alimentação do Shopping Pátio Limeira. Notícia em redes nacionais de rádio e televisão em tempos de tragédia carioca. E muito bem retratada em várias reportagens nesta Gazeta, desde a segunda-feira, dia 16. As fortes chuvas que vêm caindo em janeiro está no banco dos réus. Como se fosse a única culpada de todos esses acontecimentos. Em parte tem parcela nessa culpa, porém é preciso refletir e buscar seus cúmplices que respondem pelo apelido de “homem”, que costumam provocar estragos na natureza, muito antes da formação do ciclo das águas. Devastação de matas, ocupação indevida de solos que não deveriam jamais receber a ação humana, enfim, é quem costuma dar início a essas catástrofes, que poderiam ser evitadas. Os eventos no Rio de Janeiro foram uma mostra disso. Em Limeira, no caso do Shopping Pátio, entretanto, é preciso refletir friamente sobre o ocorrido. E buscar, nos mínimos detalhes, todo e qualquer indício de falha, que ocasionou o incidente. Felizmente sem vítima fatal ou grave.

Laudos isentos
Todas as medidas cabíveis até o momento foram anunciadas, inclusive com o compromisso do próprio shopping em anúncio na mídia limeirense. Laudos técnicos independentes e ações do poder público municipal para garantir a segurança e continuidade das obras assim que os problemas forem conhecidos e sanados também foram efetivadas. Os empreendedores devem ser parceiros nesse árduo trabalho.

A volta à rotina
Saldo negativo apenas nos prejuízos ao empreendimento e à sua imagem. Agora o Shopping Pátio deve retomar a sua rotina e os consumidores não podem ter medo de frequentá-lo. Muito pelo contrário, é esse consumidor quem vai dar sustentação à essa retomada. É quem vai garantir o crédito ao seu desenvolvimento. É, entretanto, uma história para ninguém esquecer. E cobrar a verdade todos os dias.

Após as férias...
...o trabalho novamente. Com a pilha recarregada e me inteirando dos acontecimentos aqui da terrinha. Desta vez consegui me desligar, porém acompanhei parte dos estragos da chuva ocorrida em Limeira, assim que um conhecido me contou a história, ainda nas areias quentes de Ubatuba.

Fakes na Rede
Nestas últimas semanas alguns perfis têm aparecido e desaparecido - quase que instantaneamente no Twitter. Entram com fotos e nomes de terceiros, provocando confusão, utilizando-se do anonimato para amparar a própria covardia. Alguns até pousam de arautos da verdade. É só bater o pé, que saem correndo...

Português para...
....poucos privilegiados. Qualquer dia destes dou o significado destas palavras no Português claro, que publico semanalmente em minha coluna de quinta-feira. Por enquanto é só para mostrar termos eruditos da nossa língua portuguesa. Leiam a seguir: “Considerando o quérulo decesso... considerando o sentimento de entrançamento.. desta Casa Legiferante... espontâneos laços de amizade e blandícia... considerando o inescurescível exemplo... sua caroável.... uma operosa e memorosa progênie... considerando o que de imensurável e estuante pesadume”.

Fica assim então
Tudo isso para notificar o falecimento de uma pessoa e traduzir os sentimentos em pêsames aos familiares. Curioso e interessante! Eruditíssimo...

Desprezo oficial
Uma cena flagrada pelo repórter-fotográfico da Gazeta, Mario Roberto, na última sexta-feira, durante reunião da CPI da Merenda na Câmara, dava nítidos contornos de como os vereadores da situação e seus aliados tratarão as investigações. Sentado na mesa da Presidência, o secretário de Negócios Jurídicos da Casa, Luís Fernando Lencioni era só sorrisos, enquanto caixas e mais caixas com documentos eram descarregadas no Plenário. Os gestores do oficialato, aqueles que defenderão com unhas e dentes o Poder Executivo e os vereadores envolvidos nas denúncias do Ministério Público (MP), agora contam a participação da vereadora Iraciara Bassetto (PV), que moralmente deveria se declarar suspeita. Escárnio com a opinião pública. Com os eleitores. Limeira não merece isto!

Se você quer ler
Para quem gosta de poesia e conhece algumas obras-primas de autores brasileiros, minha sugestão de hoje é para o livro Faz Escuro mas Eu Canto, de 1966, do poeta amazonense da cidade de Barreirinha, Thiago de Mello. Uma das poesias tratadas no livro é Os estatutos do homem, escrito no Chile em 1964, na qual ele prega a liberdade e o amor entre os homens, em que todos trabalhem por uma vida verdadeira. “A liberdade será algo vivo e transparente, como um fogo ou no rio, e a sua morada será sempre o coração do homem.” escreve. Faz Escuro mas Eu Canto resgata o amor ferido, as cantigas de roda, o açude, a fome, os sem-terra, entre outros. Tomei contato com essa obra em 1978, quando participei da direção deste texto em trabalho final de conclusão de curso na faculdade de jornalismo, sobre os auspícios do então professor de Cultura Brasileira (se não me falha a memória), José Antonio Carlos David Chagas. 112 páginas.

Eu Recomendo!
Uma das mais célebres comédias da filmografia de Amacio Mazzaropi e que ainda provoca muitos risos em quem a assiste. Trata-se de Jeca Tatu, de 1959, baseado no personagem homônimo de Monteiro Lobato e dirigido por Milton Amaral. Jeca é um caipira preguiçoso e simplório, que tem sua propriedade ameaçada pela ganância de um latifundiário. Traz no elenco, além do próprio, nomes como Geny Prado (sempre presente nas obras do ator, produtor e diretor), Roberto Duval, Marlene França, Francisco di Franco, Agnaldo Rayol, Cely Campello entre outros. 95 minutos de duração. Apesar de pouco reconhecido, à época, e com extensa filmografia, Mazzaropi hoje entrou para a geração do cinema cult.

Frase da semana
“Não tem explicação para tanto abandono. É uma vergonha não ter banheiro”. Luís Gonçalves, motorista, sobre a falta de banheiro público na Praça Luciano Esteves. A Prefeitura não tem projeto para esse tipo de obra. Na Gazeta de Limeira, ontem.

Antonio Claudio Bontorim

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