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terça-feira, 30 de março de 2010

E tudo se repete!

A onda de agressões contra professores nas escolas públicas da rede estadual, em Limeira, voltou. E com ela notícias assustadoras, que refletem a triste realidade, hoje, da Educação no mais desenvolvido Estado da Federação. Uma herança clara desse “Frankstein” chamado “Progressão Continuada”, que empurra - sem formar ou educar - o aluno série a série. Não adianta tentar mostrar que São Paulo é o Estado que mais aprova na rede pública, se isso não reflete a qualidade do ensino. É a quantidade que entra para as estatísticas, levando dirigentes a se vangloriarem sobre números irreais. Sobre dados incompletos e cheios de distorções.
Basta observar as avaliações, patrocinadas pelo próprio Estado, que já derruba qualquer argumento (técnico ou político) sobre a situação das nossas escolas. Então vamos aos fatos. Após mostrar dois casos graves de agressões contra professores, na edição de sexta-feira passada, a Gazeta estampou, também em manchete, no sábado, que “55% do ensino médio de Limeira tem nota inferior à média estadual”. E note-se, também, que essa média estadual não é para encher de orgulho a nós paulistas, não! Mas sim para causar muita indignação. E uma pergunta simples, mas que nossos educadores, aqueles que têm funções de direção, que administram essa sensível área, não conseguem responder: quando isso vai mudar?
Agora, que ninguém venha com respostas evasivas ou desculpas esfarrapadas sobre as recentes agressões noticiadas por este jornal, porque refletem, de forma incisiva, a baixa qualidade do ensino mostrada nas avaliações, que geraram o Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (Idesp). E que fique claro, também, que é justamente no Ensino Médio, que estão os piores índices e no qual se verifica a maioria das agressões sofridas por professores. No caso de Limeira, um dos estabelecimentos envolvidos até estava enquadrado na lista daqueles que obtiveram média superior à estadual. O que pensar das outras?
O que impressiona é o pouco tempo decorrido entre os vários casos registrados. Os dois novos, mostrados na última semana e outro, ocorrido em setembro de 2009, também aqui relatado: apenas seis meses. E não diferem muito entre si. Como não diferem as atitudes dos dirigentes escolares, impassíveis, nos famosos “nada a declarar”. Insensibilidade de quem deveria, além de se manifestar sobre essas ocorrências, mostrar autoridade para resolver o problema. E mais importante: mostrar que está interessado na sua solução. No dia 29 de setembro do ano passado, também neste espaço, escrevi sobre o mesmo tema (Indignação, apenas! http://www.gazetadelimeira.com.br/Noticia.asp?ID=28143). E postei no meu blog, na mesma data, outro texto (Insensibilidade que mata! http://colunatextoecontexto.blogspot.com). E tudo se repete! O Jornal da Mulher, de domingo, trouxe matéria interessante sobre o comportamento adolescente.

Antonio Claudio Bontorim

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