Nós escrevemos para nossos leitores. Para todos aqueles que vão às bancas ou são assinantes de jornais e revistas, compram livros ou acessam sites e blogs e que querem, de uma forma ou de outra, consumir nossas ideias. Sim, consumir nossas ideias e delas tirar proveito para uma informação que lhe interesse ou para ajudar na formação de seus próprios conceitos. Dê sua opinião. Por isso somos - nós jornalistas (ou comunicadores de massa) - informadores e formadores da opinião pública. E assim é possível medir o peso de nossa responsabilidade. E o estrago que qualquer irresponsabilidade pode causar.
E essa responsabilidade vai muito além da colocação perfeita de uma frase, da construção de um período e parágrafos escritos, que formam um texto ou de qualquer frase de efeito, que venha se transformar num bordão. Vai ao encontro àquilo em que acreditamos e queremos que mais pessoas acreditem. Mais leitores assimilem!
É fato, nesses tempos da comunicação on-line e em tempo real, a percepção de uma maior interatividade entre o jornalista e o seu leitor. Principalmente o jornalista - o comunicador - que tem, entre outras, a função de colunista e, portanto, opinião. Entenda-se a expressão “seu leitor” como a forma coletiva de enquadramento de um grupo específico, que compõe o seu público final e, portanto, faz parte da pluralidade de ideias que o envolve.
Além desse diálogo, sempre saudável e necessário, o jornalista não pode ignorar os anseios do leitor e precisa estar sempre atento àquilo que move a engrenagem chamada interação. É preciso pensar o que ele (leitor) pensa. Acima de tudo respeitar seu ponto de vista e suas divergências, quando existirem, para que essa troca de impressões, de ideias, se aprimore cada vez mais. Em nenhum momento é dado ao jornalista, e isso é regra geral (e como tal pode conter exceções), o direito de tripudiar sobre as impressões do leitor. Por mais simples e corriqueiras que pareçam.
É preciso saber separar, também, o leitor anônimo, que usa esse subterfúgio para atacar e não se comprometer (e se esconde atrás de sua própria covardia), do leitor real que pede anonimato, por uma questão de segurança e privacidade, mas está ali, identificado com nome, sobrenome e RG. São poucos, felizmente, aqueles que se escondem ante uma maioria que, preocupada com o bem comum, faz valer sua consciência e obrigação de cidadão. O que só faz aumentar nossa obrigação em atender às suas expectativas. Essa condição, por si só, nos impõe a rever condutas egoístas para abrir ainda mais esse processo de interatividade. De reciprocidade.
Embora haja uma empatia natural entre leitor e autor - seja ele jornalista/colunista, blogueiro, escritor - recomenda-se uma conversa dessa natureza entre ambos. Sempre. Faz parte do processo físico da comunicação: emissor-mensagem-canal-receptor. O elemento novo é justamente a interação, que permite tal diálogo.
Antonio Claudio Bontorim
terça-feira, 2 de março de 2010
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