“Fora Dilma”. “Fora PT”.
“Impeachment já!”. “O PT roubou, o PT roubou...” (no ritmo daquela conhecida
musiqueta cantada em estádios de futebol). Foram as palavras de ordem mais
ouvidas, durante todo o domingo, 15, nas manifestações contra a presidente, o
governo e o Partido dos Trabalhadores. Como se ninguém tivesse roubado antes em
outros governos. Mas não é esse o foco do meu artigo de hoje. Mesmo porque
seria, com essa analogia, cair na vala comum do “se os outros fazem, eu posso
fazer também”. O que não vem ao caso e nem seria coerente com meus princípios.
Também não pretendo vociferar contra a “elite branca”, apesar de saber da
origem dos protestos, porque estamos num estado de direito, onde a liberdade de
se expressar livremente é preceito constitucional e, por isso, tem que ser
respeitada. E incentivada sempre que as oportunidades surgirem. Faz parte da
democracia e, por isso, não pode nunca ser confundida com golpismo ou coisa
semelhante. Eu vou gritar o que quiser (dentro do respeito e da educação, é
evidente) e cantar o que quiser. E quero ser ouvido por isso. Mas é preciso
também que saibamos ouvir o que os outros têm a nos dizer.
Vou propor uma reflexão sem
viés partidário, como já fiz durante as manifestações de junho de 2013 e
amplificar o recado do 15 de março para além dos muros do Palácio do Planalto.
Se o “fora Dilma” e “fora PT” foi o mote das manifestações, que se espalharam
por mais de 200 municípios brasileiros, assim como a ausência de bandeiras de
partidos, em 2013, e, agora, a proibição de discursos de políticos de qualquer
matiz ideológico, por parte dos organizadores dos eventos, extrapolam a classe
política. E, mais uma vez, coloca na berlinda tanto a situação como a oposição
– tímida e medrosa – que tentou capitalizar a insatisfação das ruas em seu próprio
benefício. Pelo menos nos discursos pós-atos, o que não o conseguiram durante
as passeatas. Tudo isso nos remete à falência da estrutura partidária atual.
Dos partidos, que não se interessam pela reforma política (esse sim, deveria
ser o verdadeiro propósito das manifestações). Trocar só as moscas, não elimina
o mau cheiro. Senão, vejamos os exemplos dessa relutância. FHC teve oito anos
para propor a reforma política e uma tributária também; não o fez. Lula teve
mais oito anos para trilhar esse caminho, também ignorou a importância de ambas
e, agora, Dilma, caminha na mesma direção. Já foram quatro anos e nenhuma
proposta concreta. Efetiva.
E se, necessariamente, essas reformas passam pelo Congresso Nacional, é preciso que se mobilize também a opinião pública nesse sentido. Em 2013, após o auge das manifestações de junho, os discursos foram veementes e promissores. Ações concretas passaram longe. E ficou nisso. Quase dois anos depois, apesar das diferenças ideológicas dos manifestantes, tanto a situação quanto oposição precisam ouvir o barulho das ruas. E agir imediatamente para evitar que aventureiros se aproveitem das brechas e se assanhem com ideários ultrapassados. O modelo e a estrutura política brasileira estão ultrapassados. Os partidos políticos também.
E se, necessariamente, essas reformas passam pelo Congresso Nacional, é preciso que se mobilize também a opinião pública nesse sentido. Em 2013, após o auge das manifestações de junho, os discursos foram veementes e promissores. Ações concretas passaram longe. E ficou nisso. Quase dois anos depois, apesar das diferenças ideológicas dos manifestantes, tanto a situação quanto oposição precisam ouvir o barulho das ruas. E agir imediatamente para evitar que aventureiros se aproveitem das brechas e se assanhem com ideários ultrapassados. O modelo e a estrutura política brasileira estão ultrapassados. Os partidos políticos também.
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