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domingo, 7 de setembro de 2014

Vai receber críticas, mas é preciso disciplinar

Manchete desta Gazeta da última quarta-feira, 3, dá a exata dimensão de todos os problemas que motoristas e pedestres enfrentam hoje – principalmente na área central – devido à falta de fluidez do tráfego. As deficiências no trânsito são visíveis e, corroboradas por um sistema semafórico ultrapassado e que não encontra um ponto de equilíbrio, têm tornando a situação caótica. Aliados ao crescimento da frota nos últimos anos e à imprudência e desrespeito de transportadoras e caminhões de carga particulares, que teimam em circular pelo Centro da cidade em horários impróprios e não permitidos, há momentos em que o fluxo de veículos é quase zero. E limitar dias e horários de caminhões, para carga e descarga, é condição imprescindível para que haja alguma melhora. E há dez anos não se faz nada nesse sentido, ou seja, a última alteração regulamentar aconteceu em 2004. E, de lá para cá, as ruas foram sendo entupidas com mais e mais automóveis e nenhuma administração fez mais nada para disciplinar esse convívio entre caminhões, carros de passeio e pedestres. Pelo menos a níveis aceitáveis.

Que saia do papel
Por isso, a proposta de um decreto do Poder Executivo para pôr ordem nessa bagunça generalizada vem em boa hora. Medida que pode até parecer impopular num primeiro momento, mas que trará enormes benefícios mais lá na frente e que podem ser sentidos assim que a nova regulamentação entrar em vigor. Haverá críticas, mas não há outra solução prática para isso.

Medida necessária
O que a secretária de Mobilidade Urbana, Andrea Júlia Soares, está propondo é que não só caminhões pesados, mas os de grande porte também tenham seus próprios limites. E respeitem esses limites, cujos benefícios atenderão a todas as necessidades. De quem precisa trabalhar e abastecer o comércio local, e também de quem utiliza o automóvel para locomoção e trabalho também.  

Fiscalizar. E punir
São ações práticas que, diga-se, outros municípios já enfrentaram. E resolveram. Sem prejuízo para nenhum lado. Tudo o que é preciso é que se cumpra aquilo que for combinado daqui para frente. Num primeiro momento pode causar desconforto, mas os resultados compensarão os sacrifícios. É preciso, entretanto, fiscalização rigorosa e penalizações aos transgressores.

Sentindo na pele...
E não há quem não tenha passado por uma situação dessas. Enfrentar trânsito lento e carregado, em pleno horário de pico. E, o que prova que é necessária essa nova regulamentação de acesso às vias centrais, é a raiz do problema: caminhões de grande porte em manobras pelas esquinas, invariavelmente estreitas, com um efeito cascata inevitável. É comum presenciar exemplos dessa natureza. Todos os dias.

Complementando
Além de tirar os caminhões das ruas, impondo-lhes dias e horários exclusivos, reduzir o tráfego de veículos de passeio seria – como o é, de fato – outra medida necessária. Uma ação complementar que, entretanto, só será possível se o Município oferecer transporte público de qualidade. Que compense ao cidadão deixar seu carro na garagem para realizar suas tarefas diárias, com garantias de que possa cumpri-las.

Política. De novo  
Na sequência da publicação das pesquisas eleitorais, encomendadas à Limite Consultoria, a Gazeta vem trazendo cenários locais curiosos e interessantes. Na estratificação por renda, por exemplo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB), candidato à reeleição é o preferido entre os eleitores de baixa renda. E quebra uma tradição de mais de uma década entre um eleitorado considerado petista.

Eleitorado jovem
Marina Silva (PSB) emplaca novamente entre eleitores mais jovens, e abocanha boa fatia na faixa etária entre 16 e 29 anos. Praticamente repete 2010 e, agora com os votos agregados entre outras estratificações. Se vai manter a pegada, ninguém sabe.

O famoso quem?

É na briga por vagas à Assembleia Legislativa e Câmara Federal, entretanto, que a situação revela tensão. Principalmente entre os candidatos por Limeira, que na pesquisa espontânea revela números frios e nada encorajadores. A média de desconhecimento entre os candidatos a deputado estadual e federal é de 81%. Ou seja, os postulantes aos cargos têm menos de 30 dias para reverter essa situação. Uma tarefa quase impossível, levando em conta a quantidade de nomes que concorrem nessas duas esferas. A tendência é que haja uma pulverização e, como venho escrevendo desde o início da corrida eleitoral em sua fase de pré-candidaturas,  remotas chances de Limeira voltar a eleger um deputado.

É vexame à vista
Esse desconhecimento revela o pouco apego dos eleitores com a política nacional. O cidadão está cansado de promessas e nenhuma ação. A possibilidade de que votos brancos e nulos superem os números de muitos candidatos é certa.

O voto minguado
Os números mostrados na edição da última sexta-feira, da Gazeta, se completam com os publicados ontem, com os porcentuais dos candidatos locais, inseridos na amostragem espontânea da pesquisa Limite (808 eleitores e registro número SP-00019/2014 no TSE). Transformando cada ponto porcentual em votos, tem-se a exata dimensão do fiasco em que pode se transformar a corrida entre os aspirantes a deputado limeirenses. Além do que, e sem apresentar nomes aos eleitores, aparecem também os de fora, que invadem o Município nessa época. Mais uma vez, a profusão de concorrentes locais vai se transformando num tiro pela culatra.

Números cruéis
As surpresas não param por aqui. Nas próximas publicações os limeirenses terão conhecimento de outras avaliações, que com certeza vão balançar a estrutura política local. Os resultados não são nada agradáveis às pretensões de muita gente.

Pergunta rápida
Por que o senador tucano mineiro, Aécio Neves, não emplacou sua candidatura?

Bolinha de prata?
Os tucanos estão esfregando as mãos com as denúncias do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, em delação premiada, sobre o escândalo de Pasadena. Sonham em tentar reverter a situação de seu candidato à Presidência, Aécio Neves, que cai a cada pesquisa. É mais uma tentativa de editar a “bala de prata” da campanha de 2010, como as denúncias sobre Erenice Guerra, então ministra da Casa Civil de Lula, na reta final da campanha daquele ano. Só que desta vez é preciso que o projétil se divida em dois para acertar também Marina, que roubou o segundo lugar do próprio Aécio. O peso da bala pode ser o mesmo do de uma bolinha de papel.

Nota curtíssima
O volta Lula ainda não morreu. Tem muita gente sonhando com essa possibilidade.

Frase da semana
“Achei que era o Suplicy...”. De um feirante na zona norte de São Paulo, ao avistar José Serra (PSDB) fazendo campanha em feira daquela região paulistana. Na coluna Painel, da Folha de S. Paulo. Ontem, 6.

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