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terça-feira, 3 de julho de 2012

Hora de pensar. E aprender com os erros

Nas duas semanas que se passaram tentei traçar os parâmetros de o que poderia - e deveria - ser a tônica das discussões políticas em Limeira, pensando justamente em como concluir meu raciocínio, sobre nomes, coligações partidárias, apoios até as formalizações das candidaturas. No artigo do dia 19 (Façam suas apostas. O jogo vai começar), a ideia era provocar uma reflexão sobre os possíveis agraciados nas escolhas partidárias e o conturbado momento político e suas consequências, que ainda assustam muita gente. Posteriormente, no dia 26 (Perfil e coerência elegerá novo prefeito), com alguns candidatos definidos em convenção, procurei mostrar como, em meio às diferenças ideológicas de algumas uniões, os aspirantes à principal cadeira do Edifício Prada teriam que se comportar, para "vender" suas propostas e convencer o eleitorado sobre seu perfil e a coerência dos compromissos publicamente assumidos. Compromisso é bem diferente de promessa.
Pois bem, definidos os quatro candidatos ao cargo majortitário - e não dez, como se supunha e foi propagado amplamente, num universo de sugestões e opiniões até então plausíveis pelo exercício da futurologia - o processo entra no seu momento mais delicado e importante: o início da campanha eleitoral propriamente dita, que será utilizada pelos eleitores - ou não - para definir o perfil do futuro ocupante do Paço Municipal. E, dessa forma, eleger aquele que conduzirá política e administrativamente o município entre 2013 e 2016. Não será uma escolha fácil e não menos dolorosa para um eleitor que vivenciou, e vem acompanhando de oito meses para cá, uma profunda transformação ética na política local. E através dessa - e nessa - triste experiência, para para melhor. Uma depuração.
Todo e qualquer detalhe terá que ser posto no prato da balança pelo eleitorado, para que a prática do acerto seja inversamente proporcional aos erros de avaliação cometidos, por conta de um perfil distorcido da realidade e até então bem avaliado, que rendeu mais de 82% da votação popular e não soube retribuir essa confiança. Uma ruptura perigosa de valores, que provocou e ainda provoca descrédito da classe política como um todo. Espera-se um eleitor "vacinado" e completamente imunizado aos falsos profetas e que saiba diferenciar o que seja compromisso público de promessa eleitoreira. Não há como imaginar que A é melhor que B ou C é mais ético que D (e vice-versa para todos). E embora sejam conhecidos em seus meios profissionais e políticos, é preciso conhecê-los melhor ainda.  Experiência de campanha todos têm. Se estão no páreo na disputa é porque convenceram aliados e partidários a escolhê-los. Esse, entretanto, é apenas o primeiro passo. O que vem pela frente, e que vai contar para valer, será o poder de convencimento a quem tem o poder de elegê-los ou rejeitá-los. Neste ano o aval das urnas deixará um recado explícito ao eleito: o poder e a força da mobilização popular. O povo descobriu o caminho das pedras de como intervir nos destinos da administração pública. Espera-se que os que entraram na disputa tenham assimilado essa trágica e efetiva lição. Termino, por hora, essa primeira trilogia de artigos sobre as eleições de 2012.

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