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terça-feira, 30 de março de 2010

E tudo se repete!

A onda de agressões contra professores nas escolas públicas da rede estadual, em Limeira, voltou. E com ela notícias assustadoras, que refletem a triste realidade, hoje, da Educação no mais desenvolvido Estado da Federação. Uma herança clara desse “Frankstein” chamado “Progressão Continuada”, que empurra - sem formar ou educar - o aluno série a série. Não adianta tentar mostrar que São Paulo é o Estado que mais aprova na rede pública, se isso não reflete a qualidade do ensino. É a quantidade que entra para as estatísticas, levando dirigentes a se vangloriarem sobre números irreais. Sobre dados incompletos e cheios de distorções.
Basta observar as avaliações, patrocinadas pelo próprio Estado, que já derruba qualquer argumento (técnico ou político) sobre a situação das nossas escolas. Então vamos aos fatos. Após mostrar dois casos graves de agressões contra professores, na edição de sexta-feira passada, a Gazeta estampou, também em manchete, no sábado, que “55% do ensino médio de Limeira tem nota inferior à média estadual”. E note-se, também, que essa média estadual não é para encher de orgulho a nós paulistas, não! Mas sim para causar muita indignação. E uma pergunta simples, mas que nossos educadores, aqueles que têm funções de direção, que administram essa sensível área, não conseguem responder: quando isso vai mudar?
Agora, que ninguém venha com respostas evasivas ou desculpas esfarrapadas sobre as recentes agressões noticiadas por este jornal, porque refletem, de forma incisiva, a baixa qualidade do ensino mostrada nas avaliações, que geraram o Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (Idesp). E que fique claro, também, que é justamente no Ensino Médio, que estão os piores índices e no qual se verifica a maioria das agressões sofridas por professores. No caso de Limeira, um dos estabelecimentos envolvidos até estava enquadrado na lista daqueles que obtiveram média superior à estadual. O que pensar das outras?
O que impressiona é o pouco tempo decorrido entre os vários casos registrados. Os dois novos, mostrados na última semana e outro, ocorrido em setembro de 2009, também aqui relatado: apenas seis meses. E não diferem muito entre si. Como não diferem as atitudes dos dirigentes escolares, impassíveis, nos famosos “nada a declarar”. Insensibilidade de quem deveria, além de se manifestar sobre essas ocorrências, mostrar autoridade para resolver o problema. E mais importante: mostrar que está interessado na sua solução. No dia 29 de setembro do ano passado, também neste espaço, escrevi sobre o mesmo tema (Indignação, apenas! http://www.gazetadelimeira.com.br/Noticia.asp?ID=28143). E postei no meu blog, na mesma data, outro texto (Insensibilidade que mata! http://colunatextoecontexto.blogspot.com). E tudo se repete! O Jornal da Mulher, de domingo, trouxe matéria interessante sobre o comportamento adolescente.

Antonio Claudio Bontorim

sábado, 27 de março de 2010

Fundo do poço
Chocante. Reveladora. Absurda. Inacreditável. Assim podemos definir a manchete de ontem desta Gazeta (Estudantes ateiam fogo em sala e impedem saída de professora). O que significa isto? Fica até difícil analisar ou fazer algum comentário. e para agravar a situação, na mesma matéria, a referência à agressão de um adolescente a um professor de 62 anos. O relato, por si só, é chocante. E nestes dois casos, suspensão dos alunos não basta. É preciso que sejam tratados como doentes sociais. Não há outra explicação plausível para isso. Cadê a direção das Escolas? Cadê a Diretoria Regional de Ensino? Cadê os pais desses agressores?

Está na mídia
Coincidência ou não? Depois que o vereador e suplente de deputado César Cortez (PV/Limeira) entrou com ação no TSE para recuperar a vaga do deputado federal conhecido como Dr. Nechar (PP-SP), por ter trocado de partido (infidelidade), sua assessoria - do deputado Nechar - não pára de enviar material para os e-mails da imprensa local.

Gradativa ou...
...com extrema lentidão? Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura, a retirada das vagas privilegiadas estão sendo feitas de forma gradativa, à medida em que a Secretaria dos Transportes faz a sinalização de solo e também vertical. Aproveitei uma resposta da assessoria a uma das jornalistas da Gazeta justamente para tratar do tema, que por diversas vezes me ocupei neste espaço. E pelo tempo passado desde o primeiro anúncio, há três meses, completado no último dia 11.

Pode estacionar
Segundo a nota da assessoria de imprensa “a orientação para os motoristas é que eles podem utilizar normalmente essas vagas que ainda não foram retiradas, apesar da sinalização antiga. A regra é a mesma das vagas comuns: é preciso pagar a Área Azul. E a fiscalização é feita pelos agentes de trânsito em seus turnos de trabalho. Se for necessário, os motoristas podem acionar os agentes pelos telefones 3441-5469 e 3441-2816”.Quem consegue?Ai eu questiono: quem consegue, por exemplo, colocar um carro em frente ao Fórum, com tíquete de área azul? Desde manhã as vagas estão ocupadas e com uma papeleta dentro do veículo, onde se lê autorização para utilizar aquele local sem que tenha que pagar. Há, sim, uma vaga diferenciada para idoso. Vou fazer um teste para ver se consigo estacionar naquele local.

A educação, oh!
Por falar em vaga especial, como falta educação e sensibilidade às pessoas. Na quinta-feira, por volta das 12 horas, entrei no estacionamento de um varejão local para comprar algumas frutas, verduras e legumes. Tinha vagas de sobra, porém um veículo estava numa das vaga para deficientes. Qual não foi minha surpresa, quando percebi que quem estava carregando o referido, era uma mulher jovem, saudável e vestida como quem tinha acabado de sair de uma academia. Numa boa! Sem se importar com o aviso: “exclusivo para pessoas deficientes”. O assunto é recorrente. Já falei disso várias vezes aqui, mas não me importo em repetir sempre que presenciar essa cena de total falta de respeito, de educação e até mesmo de cidadania para com as pessoas portadoras de necessidades especiais.

Frase da semana
“Não passem a mão na cabeça dos seus filhos”. Uma mãe de 47 anos, a única entre 183 pais e responsáveis convocados a se manifestarem sobre o uso de cerol por menores de 18 anos, que se manifestou sobre o problema, após notificação da infração praticada pelo seu filho de 15 anos. Na Gazeta, ontem.

Antonio Claudio Bontorim

quinta-feira, 25 de março de 2010

E foi aprovado!
Após amplo debate, o projeto de lei que visa a regulamentação dos serviços realizados com motocicletas (mototaxi, motoboy, motofrete) foi aprovado por unanimidade durante a Sessão Ordinária, realizada na segunda-feira, 1.º de março. Não é por aqui, não. Trata-se do vizinho município de Araras. A autoria do projeto é do vereador Breno Cortella (PT). O projeto, segundo release da Câmara de Araras, foi tema de audiência pública, no dia 10 de fevereiro, e de várias reuniões prévias com profissionais da área, donos de bases de mototaxi e de empresas voltados à prestação de serviços na área.

O fino da ironia
Por aqui, tudo é mais devagar. Enquanto já se opera computadores com processador Intel Core 2 Duo, com 3 GB de memória e HD de 320 GB, com Windows Seven, Limeira vive na realidade do programa operacional DOS em PCs AT. No máximo XT 286...

Félix e sua torre
Agora é para valer. O prefeito Sílvio Félix (PDT), acompanhado de seu secretário dos Transportes, Ítalo Ponzo Jr., anunciou, oficialmente, o projeto da Torre do Imigrante. A idéia original foi apresentada pelo próprio Félix, durante um almoço-coletiva, que reuniu a imprensa na chácara de Ponzo há algum tempo atrás. O empreendimento, com 150 metros de altura a ser instalado no Morro Azul, prevê um mirante-observatório para se avistar 12 cidades, dois elevadores panorâmicos, restaurante e abrigará, ainda, o sistema de antenas de sinais de televisão. Valor previsto para a obra: R$ 15 milhões.

Tudinho diluído
O custo anunciado da “torre Eiffel” limeirense deverá ter parceiros pela vontade do prefeito. A Prefeitura, segundo ele, bancará 1/3 desse custo, ou seja, R$ 5 milhões. O restante ele pretende tirar de convênios com os governos Federal e Estadual e da iniciativa privada. O município de Limeira não teria outras prioridades para um investimento dessa ordem (R$ 5 mi)? E sem querer ser chato (mas sendo), com os pés no chão não seria possível vislumbrar uma política concreta para o desenvolvimento econômico do município? Nada contra a idéia, apenas um questionamento sobre o que é e o que não é prioritário para nossa cidade.

Só de cuecas!!
A peça íntima masculina - mas que é moda entre as mulheres também - aqui no Brasil serve para políticos guardarem dólares e até notas de reais. Na Itália foram usadas num protesto de cerca de 50 vereadores e subprefeitos, que mostraram as suas, por pura insatisfação com o corte de verbas pelo prefeito de Roma, Gianni Alemanno. Eles abaixaram as calças mesmo, mostrando modelos e cores as mais variadas possíveis. Na revista IstoÉ (edição 2106) desta semana.

Não quer calar
Os fiéis católicos continuam insatisfeitos com o rumo da Igreja em Limeira. Continuam enviando opiniões aos jornais para mostrar o descontentamento com as ações do bispo dom Vilson Dias de Oliveira. É o direito à livre expressão do pensamento. Está na Constituição, quer a Diocese goste ou não!

Eu Recomendo!
Para não perder o pique da história, o filme recomendado de hoje é Inferno na Torre (The Towering Inferno). Lançado em 1974 nos EUA, no início do “cinema catástrofe”, o filme tem direção de John Guillemin e Irwin Allen e traz no elenco monstros sagrados de Hollywood: Steve McQueen, Paul Newman, William Holden, Faye Dunaway e Fred Astaire. A duração é de 158 minutos e conta a história de um edifício de 138 andares, que sofre um grande incêndio no dia de sua inauguração. A tragédia foi causada por uso de material fora das especificações, crime cometido por um dos parentes do proprietário e descoberto pelo arquiteto que o projetou.

Antonio Caudio Bontorim

terça-feira, 23 de março de 2010

Culpados ou inocentes?

O Tribunal do Júri, no Brasil, foi instituído após a Independência, pela Lei de 18 de junho de 1822, e tinha sua competência limitada ao julgamento de crimes de imprensa. As modificações tiveram início em 1824, quando passou a ser considerado órgão do Poder Judiciário. Posteriormente, ao longo dos anos, e algumas leis e as cartas constitucionais de 1946 e 1967 até a última, em 1988, deram o formato que tem hoje, garantindo aos jurados o poder de decidir pela absolvição ou condenação dos réus, não, entretanto, pela pena, que é aplicada pelo juiz da instrução. Posto este brevíssimo relato histórico, é hora de desembarcar na realidade.
Desde a tarde de ontem o Brasil vive num frenesi pelo julgamento do casal Ana Carolina Trotta Jatobá e Alexandre Nardoni. Ambos são acusados (mas não são réus confessos) da morte da filha de Alexandre, Isabella Nardoni, à época com 5 anos. O crime - ou morte acidental e que até mesmo teria a participação de uma terceira pessoa, como propõe a defesa - que aconteceu no dia 29 de março de 2008 chocou o País inteiro, que já deu seu veredicto: ambos são culpados da agressão e morte da menina, que teria sido jogada do sexto andar do prédio onde moravam, e que Isabella frequentava com regularidade pelo direito de conviver também com o pai, que não vivia maritalmente com a mãe, a outra Ana e também Carolina. Só que de sobrenome Cunha de Oliveira.
Se a opinião pública nacional já condenou o casal, que neste momento está no banco dos réus - e hoje não há quem acredite na inocência dos dois, a não ser familiares e advogados de defesa - é de se supor, também, que os sete jurados escolhidos por sorteio (dentre os quarenta convocados) e que compõem o Conselho de Sentença, estejam predispostos a proclamar, ao final das sessões no Tribunal do Júri, o que todos estão esperando e o que a própria mídia não fez questão de disfarçar, pela culpa do casal. Por unanimidade! São seres humanos, sujeitos às próprias emoções e que vêm convivendo com a publicidade do caso neste período.
Daí o questionamento que sempre vem à tona, quando um caso de repercussão nacional e de pura comoção resulta na convocação do chamado júri popular: estão, de fato, esses sete cidadãos, previamente sorteados, aptos a decidir por suas próprias consciências e sob juramento, sobre a culpabilidade ou não dos acusados, agora transformados em réus, pelas infrações penais às quais foram submetidos? Está tal grupo de cidadãos, escolhido entre pessoas do povo, sem conhecimento jurídico ou saber técnico, pronto para servir como juízes de fato no julgamento de um crime? Sem desmerecer a capacidade de cada um deles é preciso, entretanto, um amplo e não menos oportuno debate sobre a eficiência desse tipo de instituição e o quanto ela é de fato isenta e representa a Justiça, como se nos impõe a deusa Têmis. De olhos vendados a todos os clamores. Neste caso, o princípio da dúvida parece longe de virar protagonista, pela certeza prévia da culpa anunciada.

Antonio Claudio Bontorim

sábado, 20 de março de 2010

Mudanças!?!
O prefeito Sílvio Félix (PDT) começa a remanejar seu secretariado. Medida deve servir para acomodar aliados, pensando em outubro. A primeira mexida atinge as secretarias de Turismo e a do Meio Ambiente. Marcos Camargo, superintendente do Museu da Joia, assume a Secretaria de Turismo, que hoje tem Domingos Furgione como titular. E Furgione deve assumir a Secretaria do Meio Ambiente - que está vaga e acumulada por Celso Gonçalves, da pasta de Obras. Os acertos políticos têm razões que a própria política desconhece. Sinceramente é uma troca inútil. O município não tem, nessa administração, uma política adequada de Meio Ambiente. Fala-se muito e se faz pouco. O que vai haver será apenas uma troca de nomes. Acomodação política, mesmo. E vem mais por aí!

Perto de nós
A reportagem apresentada pela EPTV Campinas na quarta-feira (depois repetida à exaustão pela Rede Globo em seus telejornais), sobre a mãe que acorrentou o filho em casa para evitar que ele saísse para consumir crack é mais um exemplo da triste realidade brasileira da falta de clínicas e hospitais públicos especializados no tratamento a dependentes químicos. Em especial desse tipo de droga. Não será o último e nem foi o primeiro caso mostrado pela mídia em que se expõe tal situação. E foi aqui próximo de nós, em Piracicaba.

Contradições
Essa situação expõe dois lados de uma mesma moeda. Ambos oriundos e bancados pelo próprio Estado. A ausência de políticas públicas para tratamento desse tipo de dependência e o excesso legal, que pode punir a mãe desesperada por “maus-tratos” a menor de idade. Se não me falha a memória, ela já foi indiciada. Vou dar uma de “advogado do Diabo” e perguntar: ninguém vai indiciar as autoridades públicas responsáveis pela saúde justamente pela falta de atendimento, também público, a esse caso? Fácil culpar a mãe. Ela é uma só! Já a estrutura da saúde pública brasileira envolve muita gente...

Imagem dura
Outra imagem, que também foi exibida pela televisão, foi a de dois GMs de Jundiaí, um agente e uma agente, tirando dos braços da mãe uma criança por ordem judicial. O GM segurou a mãe e a GM simplesmente puxou a criança como se fosse uma coisa dos braços da mãe, que faz parte de um clã de ciganos e foi denunciada por usar a criança para pedir esmolas no centro daquele cidade, que também não é tão longe daqui.

De fino trato
Não seria o caso, então, de levar os dois, mãe e a criança, para um abrigo, para depois comprovar a denúncia? Na realidade a autoridade policial, seja ela municipal, estadual ou federal, parece nunca estar preparada para tratar com esse tipo de situação. Como autoridade - ou “otoridade”, como dizia Stanislaw Ponte Preta - parece que sente prazer em demonstrar força. Até hoje não vi exceção a essa regra. O grito, a força e os safanões vêm antes do diálogo.

Perigo digital
Agora é a internet que está na mira do presidente venezuelano Hugo Chávez. Ele anda falando besteiras, novamente, como a necessidade de regular a Rede, como ferramenta de comunicação. E já conta com o apoio da procuradora geral Luisa Ortega, que afirmou que a internet não pode ser um território sem lei e que cabe à Assembléia Nacional, o Parlamento venezuelano, legislar sobre o tema.

Frase da Semana
“A rede não pode ser algo livre onde se diz e se faz o que quer. Cada país tem que colocar suas regras”. Do presidente Hugo Chávez, da Venezuela, sobre a necessidade de regular a internet naquele país. Quarta-feira, no UOL Notícias.

Antonio Claudio Bontorim

quinta-feira, 18 de março de 2010

Como vai ser???
Informações da Prefeitura dão conta que os carnês do IPTU devem começar a ser distribuídos assim que terminar a impressão na gráfica. Será mesmo? Segundo o Departamento Tributário, a previsão é que a entrega desses carnês termine ainda neste mês de março. Apesar disso, a informação mais precisa é que a data do início da entrega ainda não foi definida.

Exemplo nada...
...exemplar. Se tomarmos como premissa as entregas em anos anteriores, os contribuintes podem esperar confusão e atrasos. Depois vem impresso com códigos de barras imprecisos, datas de vencimento erradas, adiamentos de início de pagamento...

(In)Segurança!!
Comerciantes proprietários de lotéricas e representantes da Caixa Econômica Federal (CEF) devem se reunir amanhã, 19, na Câmara Municipal, com o vereador Silvio Brito (PDT). O tema: segurança nessas “mini-agências bancárias”. É que Brito é autor de uma Lei que “dispõe sobre a normatização e a utilização de vigilância em todas as casas lotéricas, existentes no Município de Limeira”. No último dia 12 aconteceu a primeira reunião, por que os donos de lotéricas estão contestando a Lei, que ressaltaram sobre a inviabilidade em cumpri-la, “devido a inviabilidade financeira para a contratação de seguranças particulares”.

Proposta é boa
A Lei, de autoria do vereador pedetista, é interessante e pertinente. É que as casas lotéricas se transformaram em mini-agências bancárias - extensão da CEF -, ao se credenciarem à realização de serviços bancários, que em dias normais são bastante procurados. As filas para pagamentos de contas, por exemplo, às vezes são maiores que as das apostas. Nesse caso sou favorável à participação efetiva da Caixa no auxílio à contratação de profissionais para segurança das lotéricas.

Comissãozinha
As empresas de transporte coletivo serão obrigadas, de acordo com o novo contrato de concessão dos serviços e que já está sendo regulamento por lei, a repassar 10% dos contratos publicitários para a Prefeitura. Aqueles que se transformam em anúncios e que os ônibus estampam nos vidros traseiros e até mesmo internamente. Em publicidade isso tem um nome: comissão pela venda do anúncio. Ou comissão de agência e “BV” (bônus de vendas). A comissão entra direto para a Secretaria dos Transportes, numa conta bancária específica, toda vez que um novo anúncio publicitário for veiculado pela frota.

Cartilha do voto
A Advocacia Geral da União (AGU) apresentou a cartilha “Condutas Vedadas aos Agentes Públicos Federais em Eleições”. Uma espécie de “guia” prático para que os candidatos não comentam atos ilegais. Entre outras medidas, o guia define o agente público para fins eleitorais e considera inelegíveis para qualquer cargo os inalistáveis ou analfabetos, cônjuges ou parentes do presidente da República, governadores de estado e prefeitos, membros do Congresso Nacional, de assembleias, de câmaras legislativas e municipais que tenham perdido o mandato e os que tenham representação julgada procedente na Justiça Eleitoral.

Eu Recomendo!
O filme da semana é uma produção dos EUA de 1972 e vencedor do Oscar de melhor roteiro daquele ano. Trata-se de O Candidato (The Candidate), dirigido por Michael Ritchie, com 109 min., tendo no elenco Robert Redford, Peter Boyle, Melvyn Douglas, Allen Garfield, Don Porter, Karen Carlson, Quinn K. Redeker, Morgan Upton, Kenneth Tobey e Michael Lerner. Bill McKay, o candidato do Partido Democrata ao Senado dos Estados Unidos, não se deixará manipular pela máquina política americana quando ele está perto de vencer. O filme mostra a criação política de marqueteiros e assessores para se vender um candidato.

Antonio Claudio Bontorim

terça-feira, 16 de março de 2010

Altruísmo ou interesse?

Ano de eleição - ou eleições, como dizem alguns - é uma dádiva. Os pacotes de bondades começam cedo e vêm desde lá de cima até chegar cá embaixo, no município. Apesar de não movimentar candidatos a cargos locais - vereadores e prefeitos - e contemplar apenas os pleitos para o legislativo e o executivo nas duas esferas superiores, estadual e federal, nem por isso deixa de mexer com os ânimos políticos municipais. Por isso não é errado afirmar, que pelo fato de não ser geral, a escolha de deputados, senadores, governadores e presidente da República passa como um furacão pelas cidades de maior porte, em condições de eleger representantes para Assembléias e Câmara dos Deputados. E com mais de 190 mil eleitores, não dá para deixar Limeira fora desse páreo.
Como em ano de eleição se respira política por todos os poros, fica difícil de não pensar e escrever sobre a importância e as mazelas resultantes de cada modo de se fazer política. No sentido amplo que essa ciência representa, desde a origem da palavra na Grécia antiga, politéia, que se referia a polis, ou cidades-Estado, ao seu mais conhecido significado e definição: a arte de bem governar os povos. Hoje, infelizmente, esquecidos pela maioria dos homem públicos, vislumbrados apenas com o poder e os benefícios que podem tirar dela a todo instante e a custo quase zero. E se não há como falar única e exclusivamente da política como ciência, tem que se falar obrigatoriamente da política-poder, hoje incrustada na cabeça da maioria desses homens públicos, que esqueceram todos os ensinamentos sobre a arte de fazer política, optando pela arte de se fazer na política.
E Limeira não é diferente disso. Não há como desvincular a realidade daqui da vivida no resto do País. Se os pretextos utilizados são os da busca pelo bem comum, como meio para se eleger, os fins nem sempre estão atrelados a esses propósitos. Basta ver a quantidade de pré-candidatos anunciados até agora - muitos são balões de ensaio, verdadeiros blefes e até mesmo moeda de troca - o que mostra mais o interesse pessoal do que o coletivo, pela divisão de votos que vai gerar e a quase certeza, caso esse quadro se mantenha, de a “sede ao pote” matar muita gente afogada ou até mesmo quebrar esse pote. Há interesses em jogo, que vão muito além de propostas altruístas e da representatividade séria de Limeira. Há, sim, muito apego ao autobenefício político e à demarcação de território, cujo objetivo é o fortalecimento dos grupos que representam. Sejam eles situação ou oposição.
Caso tenha sido muito cruel nesta análise e crítico além do limite, lanço um desafio aos chamados pré-candidatos: que se unam todos em torno daqueles que mais chances de se eleger tenham, para garantir uma representatividade, agora real, segura e forte, ao município, tanto na Assembléia Legislativa como na Câmara Federal.

Antonio Claudio Bontorim

quinta-feira, 4 de março de 2010

E o Português...
Os vereadores precisam aprender a usar os termos “ao encontro” e “de encontro”. Estão usando a expressão de forma errada, quando querem fazer uma afirmação positiva, mostrar um benefício. “A medida vai de encontro”, costumam dizer nas sessões da Câmara... Errado! O correto é “a medida vai ao encontro”, ou seja, é favorável; é benéfica. Quando se usa o termo “de encontro”, significa dizer que vai contra, é contrário. Então...

Eu não entendi?!
Um vereador, na sessão da Câmara desta semana, ao defender um requerimento de sua autoria, disse que “chovia peremptoriamente” em Limeira nos últimos dias...

Pedetista verde
Vereador Carlinhos Silva (PDT) apresentou durante a última sessão, projeto de lei que “dispõe sobre a destinação, na forma que se especifica, das sobras de tintas, vernizes e solventes, no âmbito do município de Limeira e dá outras providências”. Ele é, hoje, o mais “verde” de todos os vereadores. A maioria dos projetos sobre proteção ao meio ambiente é de sua autoria. Nem o PV faz tanto assim! Ponto positivo para ele.

Sugestãozinha!
Político que exerce mandato eletivo e não gosta de ser cobrado pela população ou confrontado por suas posições, deve deixar a vida pública e a carreira política.

Praça do Museu
Continua feia, abandonada, malcuidada... E sem sinais de que algo vá ser feito por lá!

Teatro Municipal
Assessoria de imprensa da Prefeitura distribuiu nota dizendo que o governo federal, através do Ministério da Cultura, sinalizou que irá repassar verba de R$ 200 mil para a Prefeitura de Limeira reformar o telhado do teatro Vitória e que a própria Prefeitura irá investir mais R$ 300 mil também nessa mesma reforma. “Obra que será possível a partir de agora, por que o teatro Nair Bello, localizado no Parque Cidade, está quase pronto. As poltronas já chegaram, além de, em breve, o ar-condicionado ser instalado”, informa a assessoria. Que assim seja!

Mais longe ainda
O padre Alquermes também não cuida mais da Igreja Boa Morte e de sua reforma. Ele foi substituído pelo vigário geral da Diocese, que assumiu a Catedral.

Volto no dia 16
Entro, a partir de hoje, em período de férias. Com isso a coluna Texto&Contexto dos dias 6, 9, 11 e 13 deixa de ser publicada neste período, voltando dia 16. Até lá!

Eu Recomendo!
A sugestão de filme desta semana vem da amiga e psicóloga Maria Rita Lemos. É de 2008 e o título é “Dúvida” (Doubt). Produção americana de 2008, e dirigida por John Patrick Shanley (autor da peça na qual o filme foi baseado), a história se passa em 1964 e trata do padre Flynn (Philip Seymour Hoffman), que tenta acabar com os rígidos costumes da escola St. Nicholas, dirigida pela irmã Aloysius Beauvier (Meryl Streep). A escola aceitou seu primeiro aluno negro, Donald Miller (Joseph Foster). Um dia a irmã James (Amy Adams) conta à diretora suas suspeitas sobre o padre, de que esteja dando atenção demais a Donald. É o suficiente para que a irmã Aloysius inicie uma cruzada moral contra Flynn, tentando a qualquer custo expulsá-lo da escola. O filme tem duração de 105 minutos.

Antonio Claudio Bontorim

terça-feira, 2 de março de 2010

Conversa com o leitor

Nós escrevemos para nossos leitores. Para todos aqueles que vão às bancas ou são assinantes de jornais e revistas, compram livros ou acessam sites e blogs e que querem, de uma forma ou de outra, consumir nossas ideias. Sim, consumir nossas ideias e delas tirar proveito para uma informação que lhe interesse ou para ajudar na formação de seus próprios conceitos. Dê sua opinião. Por isso somos - nós jornalistas (ou comunicadores de massa) - informadores e formadores da opinião pública. E assim é possível medir o peso de nossa responsabilidade. E o estrago que qualquer irresponsabilidade pode causar.
E essa responsabilidade vai muito além da colocação perfeita de uma frase, da construção de um período e parágrafos escritos, que formam um texto ou de qualquer frase de efeito, que venha se transformar num bordão. Vai ao encontro àquilo em que acreditamos e queremos que mais pessoas acreditem. Mais leitores assimilem!
É fato, nesses tempos da comunicação on-line e em tempo real, a percepção de uma maior interatividade entre o jornalista e o seu leitor. Principalmente o jornalista - o comunicador - que tem, entre outras, a função de colunista e, portanto, opinião. Entenda-se a expressão “seu leitor” como a forma coletiva de enquadramento de um grupo específico, que compõe o seu público final e, portanto, faz parte da pluralidade de ideias que o envolve.
Além desse diálogo, sempre saudável e necessário, o jornalista não pode ignorar os anseios do leitor e precisa estar sempre atento àquilo que move a engrenagem chamada interação. É preciso pensar o que ele (leitor) pensa. Acima de tudo respeitar seu ponto de vista e suas divergências, quando existirem, para que essa troca de impressões, de ideias, se aprimore cada vez mais. Em nenhum momento é dado ao jornalista, e isso é regra geral (e como tal pode conter exceções), o direito de tripudiar sobre as impressões do leitor. Por mais simples e corriqueiras que pareçam.
É preciso saber separar, também, o leitor anônimo, que usa esse subterfúgio para atacar e não se comprometer (e se esconde atrás de sua própria covardia), do leitor real que pede anonimato, por uma questão de segurança e privacidade, mas está ali, identificado com nome, sobrenome e RG. São poucos, felizmente, aqueles que se escondem ante uma maioria que, preocupada com o bem comum, faz valer sua consciência e obrigação de cidadão. O que só faz aumentar nossa obrigação em atender às suas expectativas. Essa condição, por si só, nos impõe a rever condutas egoístas para abrir ainda mais esse processo de interatividade. De reciprocidade.
Embora haja uma empatia natural entre leitor e autor - seja ele jornalista/colunista, blogueiro, escritor - recomenda-se uma conversa dessa natureza entre ambos. Sempre. Faz parte do processo físico da comunicação: emissor-mensagem-canal-receptor. O elemento novo é justamente a interação, que permite tal diálogo.

Antonio Claudio Bontorim