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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O velho hábito de enrolar a opinião pública

Quanto mais pensamos em dias claros e ensolarados para a política, mais se reforça a convicção de que ainda estamos longe de uma prática transparente, que garanta ao político a credibilidade que ele deveria realmente ter. E que pensa que tem. Principalmente quando quer ficar de bem com a opinião pública. Discursos entusiasmados e anúncios prematuros sobre aquilo de que não se tem certeza renovam, sempre, o velho hábito das promessas feitas ao calor de conversas com jornalistas, para ganhar espaço na mídia. Apenas isso. Compromissos assumidos nem sempre são garantia de serviços realizados.
Depois de um bom tempo paradas (e foi tempo nisso), as obras de duplicação da ponte que liga Limeira a Cordeirópolis, pela rodovia Dr. Cássio de Freitas Levy, logo após o pedágio, estão longe de acabar. Desde que foram retomadas, o prefeito Silvio Félix anunciou a sua conclusão em várias oportunidades e até agora, o que se , ainda a impressão de que aquilo vai longe. Muito mais longe que os poucos quilômetros que ligam as duas cidades. E quem precisar se dirigir a Cordeirópolis ou no sentido inverso, terá que passar pelo malfadado - e muito malfeito, diga-se - desvio. Buracos e poeira dão o toque a quem se arrisca a fazer aquele trecho, mais próprio à prática do cross do que necessariamente para veículos de passeio, utilitários, ônibus e caminhões. Desde julho está assim.
A última oportunidade em que o poder público se manifestou sobre o assunto, o secretário de Obras, Celso Gonçalves, garantiu à repórter Érica Samara da Silva, em matéria publicada no dia 20 de setembro, que em duas semanas a ponte estaria liberada. Em cálculo rápido, no máximo até o dia 5 de outubro. Amanhã, portanto, pelo anúncio feito, a referida obra de arte deveria estar novamente aberta ao tráfego e o motorista voltaria, assim, a respirar aliviado. Sem , buracos ou perigos. O tempo está correndo rápido, hoje é a véspera do prazo estipulado. Sinceramente não acredito em milagres! E esse seria dos grandes!
Por que estou escrevendo sobre isso agora? Respondo: depois de um bom tempo longe daquele trecho, resolvi utilizá-lo ontem para me deslocar até São Carlos, pois como havia chovido na noite de domingo, imaginei que estaria um pouco melhor para o tráfego, pagaria menos pedágio e encurtaria a distância. Tudo isso de fato aconteceu, porém, pelo que pude observar, mesmo que se trabalhe em turnos continuados, 24h ao dia, a ponte não estará concluída. Falta muito ainda. Isso sem contar com a estrada após a ponte, no sentido Cordeirópolis, que nem sinal de obras tem. Apenas o corte das árvores e nos barrancos que a ladeiam. Pensar que amanhã tudo vai estar resolvido, se encaixa definitivamente no contexto da abertura deste artigo. E num grande milagre. Pés no chão, mesmo em política, pode ser uma prática muito mais saudável para o político, do que ganhar espaço na mídia com promessas vãs, uma velha prática que continua na moda. Haja . E paciência!

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