Vem aí uma nova queda de braço. Empresários e trabalhadores do setor comercial começam a expor seus programas e metas para uma nova temporada de acordos para o funcionamento e horários de lojas e supermercados no município. O embate é antigo e, uma proposta aqui outra ali - e concessões à parte -, mais uma vez não deve sair do tradicional acerto, como abertura no período natalino, semana do freguês, horário estendido aos sábados após o quinto dia útil de cada mês e, mais a se lamentar, nada que diga respeito aos domingos. A verdade que é essa idéia - a abertura aos domingos - além da intransigência dos trabalhadores, encontra resistência também nos próprios lojistas, ou parte deles, para uma solução, que vá ao encontro da necessidade de todos. Fica no "se um não quer, dois não brigam". E o terceiro - o consumidor - continua a ver navios.O que se percebe, nos encontros entre Sicomércio e Sinecol, nos chamados acordos coletivos, é pouca disposição de buscar novidades. Acertos que atendam e garantam ganhos aos trabalhadores e o lucro aos patrões. Longe de ser duas categorias brigonas - o que existe é uma teimosia latente - a discussão nunca avança em benefício de quem, de fato, interessa: a ponta dessa cadeia de consumo, ou seja, o próprio consumidor e novas opções para atender suas demandas.E quais seriam essas demandas? Resposta no singular: a alternativa de abertura do comércio aos domingos. Dar liberdade a quem estiver interessado.E não precisa buscar em discussões filosóficas ou fórmulas milagrosas as explicações para custos extras e o que isso acarretaria às empresas ou a perda do descanso dominical dos comerciários, que é, o que me parece, os dois entraves básicos ao funcionamento integral de um segmento que precisa, sim, de muito estímulo. Pois aos gastos adicionais, que parte dos comerciantes evocam, existe a contrapartida do dinheiro de um dia de funcionamento a mais; e ao descanso dos domingos, existe a folga semanal, que pode, inclusive contemplar o próprio domingo em regime de rodízio. Basta, apenas, que haja consenso e respeito de direitos.E é fácil entender esse mecanismo, quando se vê que em lojas abertas aos domingos o entra e sai do consumidor é intenso. Basta dar um passeio rápido pelos shoppings, não só de Limeira como da região, para se perceber gente comprando. Gente que trabalha a semana inteira e tem, nesse dia, tempo, disponibilidade e, principalmente, dinheiro para injetar na economia. E estou certo, se caso o comércio central e todo ele fora do shopping abrissem também teriam público. Resta apenas que tanto um lado quanto o outro - que enxergam apenas para suas próprias necessidades - façam evoluir suas cabeças, esqueçam-se dos discursos ultrapassados e conservadores e dêem uma chance ao novo. Que não é tão novo assim! Não é pedir muito, que reflitam sobre isso. De forma consistente.
Antonio Claudio Bontorim
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
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