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sexta-feira, 28 de agosto de 2009

E faltou preparo
O destempero do secretário de Negócios Jurídicos da Câmara, Luís Fernando César Lencioni, contra duas jornalistas da Gazeta de Limeira, é típico de despereparo. Ao taxa-las de "criminosas", por gravação de entrevista, ele mostrou toda sua arrogância e jogou no lixo os preceitos democráticos e constitucionais.

Pauta era técnica
O trabalho das repórteres era, de forma técnica, mostrar como funciona a Corregedoria da Câmara. E, posteriormente, fazer um link com as denúncias publicadas contra o vereador Raul Nilsen Filho (PMDB) e o porquê da não investigação por parte da corregedoria. Ele insistiu no caso, agiu de forma grosseira - como mostra a gravação da entrevista - ofendeu as profissionais e, por tabela, todos os jornalistas. E foi inconveniente ao insultar a própria imprensa e o MP.

Um fato inusitado
A situação vivenciada por ambas foi tão grotesca, que levou, posteriormente, a vereadora Nilce Segalla (PTB), e presidente da corregedoria e alguns funcionários da Casa a pedir desculpas, pelas atitudes de Lencioni. É uma pena, que quem deveria estar preparado para explicar, acabe o debate apenas no insulto.

Resultado de tudo
Por fim, vale lembrar que o placar desse jogo - já que virou moda comparar política ao futebol - está 14 a 0 para o corporativismo da Câmara de Limeira.

De volta o Brasil
E para não perder o hábito e sem querer contrariar a realidade e os acessos de loucura da política nacional - muito menos criar teorias conspiratórias - o embate político se repete. Entre oposição e situação, tucanos e demos contra Lula Há um ano e três meses antes das eleições presidenciais no País. Interessante!

Mensalão 2005
Em junho de 2005, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) apresentava ao País o chamado "Mensalão do PT", levando o Brasil a um embate político até às vésperas das eleições, em outubro de 2006. Houve um tremendo alvoroço, discursos éticos inflamados, CPIs e tudo o que a oposição tinha direito e a situação não queria. Resultado: o presidente Lula, alvo principal de todas as ações políticas, não foi atingido e foi reeleito de forma convincente em o outubro de 2006.

Sarney e Receita
Agora em 2009, um ano e três meses antes das eleições presidenciais novamente, um surto de denúncias atingem em cheio o presidente do Senado, José Sarney (PMDB -AP). De quebra, um encontro entre a preferida de Lula à sucessão, ministra Dilma Rousseff e a ex-secretária da Receita Federal, Lina Vieira, onde teria sido pedido "rapidez e agilidade nas investigações contra um filho do próprio Sarney", vem à tona. A Receita se transforma nos Correios da época do Mensalão e atiça, novamente, aliados a José Serra (PSDB-SP), candidato à Presidência. Coincidência ou semelhança a 2005? Quem puder me explicar, que me explique. Já!

Arrepios e feitiços
"No creo em brujas, pero que las hay, las hay", diz um conhecido ditado. E agora? Onde estão as "brujas" e onde está a verdade? Vou pedir explicações ao Papai Noel e ao coelhinho da Páscoa.

Frase da Semana
"Não podemos permitir que a pequenez política, que esses debates menores, atrapalhem o caminho desse país. Perdemos o século 19, o século 20 e não podemos perder o século 21". Do presidente Lula (sobre os embates políticos entre oposição e situação no caso Sarney e Receita Federal), durante posse novos conselheiros do CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social). Na FolhaOnline, quinta-feira, dia 27.

Antonio Claudio Bontorim

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