Como dito, feito!
No meu artigo da terça-feira, repercuti as denúncias publicadas por esta Gazeta do uso indevido das dependências da Câmara, pelo vereador Raul Nielsen Filho (PMDB), que estaria fazendo encaminhamentos médicos, inclusive com formulários da rede pública de saúde, utilizando-se de uma prerrogativa de médico, que é. Falei de uma operação abafa e que seria apresentado como engano da assessora do vereador e tudo ficaria por isso mesmo. Acertei na mosca. E com um tiro só!
Defesa unilateral
Em sua defesa, o vereador Raul, no Plenário da Casa, concordou que a imprensa é o esteio da democracia. Disse que de fato foi um engano de sua assessora - faz me rir - e muito blá, blá, blá (como disse certa vez, o ex-presidente FHC). Era o que ele queria. Falar sem ser questionado. Por que não respondeu aos inúmeros contatos das jornalistas da Gazeta para se defender? Por que manteve seu telefone desligado? Essa, talvez, seja uma faceta da democracia que o vereador desconhece.
Pares bonzinhos..
Os vereadores acharam por bem não investigar nada. A Corregedoria disse que não houve infração nenhuma e que isso é normal. Até o presidente da Casa, Eliseu Daniel (PDT), que no sábado havia prometido investigação sobre o caso, usou a tribuna e defendeu o colega, dizendo que até ele, por ser advogado, faz encaminhamentos para outros advogados, quando procurado. Tudo nos conformes!
Registro factual
O engraçado de tudo isso, é que nem Eliseu e a Corregedoria quis ouvir - ou solicitou - as gravações dos diálogos, transcritos na reportagem. Se ouvissem, talvez mudassem de idéia. Espera-se, agora, que o Ministério Público, imparcial como é, ouça as gravações, investigue e decida o que fazer. Tem dado resultados positivos.
Coincidência ou...
...semelhança? O editorial da revista IstoÉ desta semana (edição 2076), à página 20, está um primor. O título é "O Fim dos Escrúpulos". E trata das artimanhas no Senado Federal, para sepultar as denúncias contra seu presidente José Sarney (PMDB/AP) e outros senadores. Se transportar o texto da revista do Senado para a Câmara de Limeira...
Política e futebol
E por falar em Senado, o cartão vermelho do também senador Suplicy (PT/SP) para Sarney, instando-o à renúncia, em pleno Plenário na última terça-feira, foi hilário. Apesar de cômico e do nervosismo do petista, seu gesto refletiu, com certeza, a vontade da maioria do povo brasileiro. Não há, hoje (ainda procura-se a agulha no palheiro), um político que não mereça cartão vermelho. Infelizmente! Todos estão "se lixando" para a opinião pública. O troco será na urna eleitoral.
Viva a tecnologia!
O avanço cria a necessidade. E a necessidade se transforma em ferramenta. A partir de agora, também estou no Twitter. Quase que uma extensão on-line desta coluna e com notícias rápidas. Para me seguir basta acessar o www.twitter.com/claudiobontorim. Como diz o José Simão, quem fica parado é poste!
Antonio Claudio Bontorim
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
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